“Estamos entregando melhor do que recebemos”, diz prefeito de Caxias

André Tajes/Serra em Pauta

O prefeito de Caxias do Sul, Flávio Cassina (PTB) e o vice-prefeito, Elói Frizzo (PSB), apresentaram um balanço do mandato de transição na manhã desta quarta-feira (30), no salão nobre. Na ocasião, listaram as principais ações e obras realizadas em 2020. Mesmo sem apresentar os números com a situação financeira da Prefeitura, Cassina garantiu que vai entregar o município para o prefeito eleito Adiló Didomenico (PSDB), melhor do que recebeu do ex-prefeito Daniel Guerra (Republicanos).

Durante o encontro com a imprensa, Frizzo listou os problemas deixados pelo Governo Guerra como a falta de pagamento da folha salarial dos funcionários da Codeca e o prejuízo financeiro da autarquia superior a R$ 14 milhões, em 2019. Criticou ainda a falta de previsão orçamentária para o pagamento de cerca de R$ 2 milhões mensais para a empresa responsável pela gestão da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Central e a abertura do local sem médicos pediatras. Também lamentou situação da empresa responsável pela gestão compartilhada da UPA da Zona Norte implementada pelo Governo Guerra.

– A partir do momento em que a Fundação (Caxias do Sul) assumiu a (gestão da) UPA Zona Norte praticamente zeramos todas as queixas que tinham com relação ao atendimento. Hoje é um modelo de atendimento para a população. Esse foi o início de governo sob o fogo cruzado – ressaltou Frizzo.

O vice-prefeito também criticou o atraso na execução das obras do Programa de Afastamento do Interior 3 (PAI 3). Segundo ele, durante os três anos da administração Guerra foram executadas 18% das obras previstas, e neste ano foram concluídos cerca de 60% das obras. O pedido de empréstimo no valor de U$ 33 milhões pela Prefeitura junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina CAF, antiga Corporação Andina de Fomento, teve início no Governo Alceu Barbosa Velho (PDT).

Frizzo também citou a decisão do Governo Cassina em assumir o pagamento das indenizações das 11 áreas desapropriadas no valor de R$ 30 milhões por meio de financiamento com a Caixa Econômica Federal.

O vice comemorou a parceria com a Faculdade Anhanguera para a implantação da nova Escola de Ensino Fundamental Desvio Rizzo, com capacidade para 1,2 mil alunos.

– Essa obra é um marco de uma parceria bem desenvolvida. Tratamos de um pioneirismo de futuras parcerias que podem ser feitas.

Apesar de avaliar sua administração como positiva, Cassina expressou um sentimento de frustração por não ter lançado o edital do transporte coletivo urbano.

– Vou dizer uma coisa que está engasgada. Ainda tenho esperança de lançar este ano o edital do transporte coletivo urbano. Foi uma responsabilidade que a gente puxou desde o início do governo. Não somos de empurrar com a barriga e deixar para os outros resolver os problemas mais graves – disse em tom de otimismo.

Cassina também ressaltou ainda o trabalho da consolidação do Plano Diretor, a revisão do Código de Obras e do Código de Posturas, e a aprovação do Programa Municipal de Parceria Público-Privada (PPP).

Segundo Frizzo, a obra do Contorno Sul da BR-116, a terceira perimetral, com valor estimado em mais de R$ 100 milhões pode ser realizada por meio de uma parceria público-privada.

– De que forma vamos remunerar o parceiro privado, através de um pedágio, tem uma série de coisas para buscar esse investimento – comentou Cassina.

Entrevista coletiva

Finanças
"Estamos finalizando os números, mas já posso de antemão dizer que estamos entregando a Prefeitura, com pandemia e tudo, melhor do que recebemos."

Licitação do transporte coletivo
"Temos uma vontade imensa de lançar esse edital. É um compromisso que desde o início a gente chamou a nossa responsabilidade. A gente não gosta de barrigar o assunto. Poderemos até amanhã (quinta, dia 31) ter surpresas."

Tarifa do transporte coletivo
"Queria isentar o ISS da empresa concessionário (Visate). Estava na minha cabeça, mas não foi possível por ser ano eleitoral. Era uma experiência que tinha vingado no Governo Alceu com o compromisso de segurar (a valor da) passagem por mais um ano. Foi uma experiência exitosa que poderá a qualquer momento ser reeditada pelo próximo governo.” (...) O prefeito eleito falou que gostaria de trabalhar com o valor de R$ 3,50, se adotar uma série de ações poderá a chegar perto disso. Acho que esse valor é um pouco difícil de chegar."

Gratuidade para idosos entre 60 e 65 anos
"Sempre fui contra a gratuidade para quem pode pagar. É uma incoerência e onera a passagem dos demais. Acima dos 65 anos tem lei federal e não tem o que fazer. Quem está no Cadastro Único é um critério justo e quem precisa vai continuar sendo atendido e quem não precisa paciência."

Relação com o vice
"Eu e o Frizzo viemos de agremiações políticas diferentes, mas construímos um consenso, constríumos um trabalho que a gente esqueceu agremiações partidárias e algumas diferenças que haviam no Legislativo, superamos tudo. Foi um governo plenamente de consenso e saímos de cabeça erguida e dever cumprido."

Reconhecimento do governo
"Temos convicção que foi (um governo de) 4 anos em 1. Se tivéssemos ido mal as urnas responderiam de forma diferente. Acredito que a missão foi cumprida."

Montagem do governo Adiló
"A gente sempre é ouvido. Em alguns casos citei algumas vocações mais específicas para determinados cargos e procurei orientar. A minha participação foi em dizer quem era a peça mais certa para o tabuleiro. Alguns palpites a gente deu. Alguns (nomes) foram contemplados e outros não por que cada um tem a sua maneira de trabalhar."

Conselho para Adiló
"A gente conversa seguidamente. Trabalhamos a candidatura do Adiló por quatro anos. Independente de sigla partidária vamos ajudar no que for possível. Esse governo não deixa de ser uma continuidade do nosso por que tem 10 (secretários) que fazem parte do nosso governo que estão sendo aproveitado e isso significa uma aprovação. As eleições aprovaram o nosso governo 100% por que as urnas responderam."

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