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Entrevista

Vídeo: "Às vezes, tem que tomar atitudes impopulares", diz ex-prefeito de Caxias

Mansueto de Castro Serafini Filho é o responsável pela interlocução do Governo Adiló Didomenico com as entidades sociais

Colunista - André Tajes

André Tajes

andre.tajes@serraempauta.com
08.01.2021 - 18h49min

André Tajes/Serra em Pauta
Foto Principal - Notícia

O ex-prefeito de Caxias do Sul, Mansueto de Castro Serafini Filho (PTB), já está instalado em uma sala, no segundo andar do Centro Administrativo, próxima ao gabinete do novo chefe do Executivo, Adiló Didomenico (PSDB). Ele foi designado presidente do Conselho de Governança, órgão responsável pela interlocução da administração municipal com as entidades sociais. Também será responsável pela busca de empresas interessadas em participarem da licitação do transporte coletivo da cidade.

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Aos 82 anos, o ex-prefeito conta foi surpreendido pela indicação de seu nome para integrar o governo. Em recente entrevista Adiló afirmou que Mansueto atuará também como um conselheiro do governo.

– Estarei à disposição não para apontar caminhos, longe disso, mas para dar sugestões, quando ele me pedir – diz Mansueto, ex-prefeito nos mandatos de 1977 a 1982 e de 1989 a 1992.

Na entrevista concedida na tarde de quarta-feira (6), Mansueto explicou sobre o otimismo na vitória de Adiló. Diz ter esperança no início de um estudo para a instalação de um trem na Avenida Júlio de Castilhos. O ex-prefeito também avaliou os governos Flávio Cassina (PTB), Eduardo Leite (PSDB) e Jair Bolsonaro. Confira a entrevista.

Serra em Pauta: O senhor acreditava na vitória do Adiló com uma margem de 60%. De onde vinha esse otimismo?
Mansueto de Castro Serafini Filho:
Não é confiança. Eu consulto um grupo de pessoas a cada eleição. Faço um questionário e eles distribuírem para pessoas próximas. Cheguei a conclusão que a disputa seria entre o Adiló e o candidato do PDT, (Edson) Néspolo para quem chegasse ao segundo turno. O Pepe (Vargas) que corria sozinho e seria um dos que concorreriam ao segundo turno. Acreditava que o Adiló iria chegar. No segundo turno achei que era tranqüilo pelo que me informava caminhando pela cidade, que seria de 60% (a diferença) em diante.

O senhor deixou a prefeitura no final de 1992. Hoje é mais fácil ou mais difícil administrar a cidade?
Sempre fica cada vez mais difícil por que a cidade cresceu. Caxias enfrenta problemas sérios. Adiló será o prefeito no momento decisivo da história de Caxias. Acho que é o mais preparado para esse momento.

O senhor tem afirmado que o prefeito Adiló fará um governo arrojado.
Quando assumi meu governo ninguém acreditava que Caxias com recursos próprios poderia enfrentar o Sistema Faxinal. Foi uma iniciativa arrojada. No segundo mandato conseguimos terminar o Faxinal. Hoje, tem outros problemas a desafiar o prefeito Adiló. Alguns duvidarão que ele resolva, mas ele vai resolver por que ele tem confiança em si próprio e na cidade.

Quando e como surgiu o convite para integrar a equipe de governo Adiló? O senhor fez alguma exigência?
Não foi um convite. Ele anunciou e eu fiquei sabendo. Eu disse: colaboro contigo, mas sem prazo. Estou com mais de 80 anos e está na hora de descansar. No início do governo estarei à disposição não para apontar caminhos, longe disso, mas para dar sugestões, quando ele me pedir.

O Conselho de Governança vai fazer a interlocução entre a administração e as entidades sociais. Como vai funcionar esse novo órgão do governo?
A gente pretende trazer algumas pessoas de sindicatos, da Câmara da Indústria, Comércio (e Serviços), da CDL, das associações de bairros para que dê palpites. Queremos apresentar alguns projetos para ele (o prefeito) estudar.

E qual vai ser o formato do Conselho de Governança?
Ainda não temos ideia. Nessa época está todo mundo de férias. Vamos aguardar mais alguns dias para compor.

Entre as suas funções está a de buscar empresas interessadas em participar da licitação do transporte coletivo. Qual é o caminho para manter o serviço viável?
Ainda não conheço o edital. Tenho ideias sobre o transporte coletivo e dei ao prefeito. Ele ficou de estudar em conjunto com o secretário dos Transportes (Alfonso Willenbring Júnior). Temos a grande oportunidade para mudar. A empresa concessionária tem um serviço razoável, até bom. Para realizar o transporte coletivo urbano de Caxias necessita de uma grande empresa. Tenho a impressão que a Santa Tereza (Visate) vai participar e espero que outras do porte da Santa Tereza também participem.

O transporte coletivo ainda é viável na cidade?
Enfrentou dificuldades. Primeiro, foi o problema dessa peste (pandemia do coronavírus) que nos atingiu e que diminuiu muito o número de passageiros. O Adiló tem planos bons, inclusive ônibus elétricos. No futuro, ele me deu esperança de estudar a instalação de um trem na Avenida Júlio (de Castilhos). Eu diria até mais longe, de Ana Rech à Forqueta, mas esse é um estudo mais sério e para o futuro, mas me parece que esse é o desejo do prefeito.

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), tem falado em governar tomando medidas amargas...
Sempre precisa. O prefeito tem que pensar no futuro da cidade e às vezes tem que tomar atitudes impopulares, mas que depois se tornam populares.

Qual sua avaliação do governo de transição de Flávio Cassina?
Acho que o Cassina saiu bem. Ele enfrentou uma série de problemas, mas acho que saiu razoavelmente bem.

E a sua opinião sobre o Governo Eduardo Leite?
O Eduardo Leite pegou uma bomba com os salários atrasados, mas acho que está realizando um bom governo.

Qual sua avaliação do Governo Bolsonaro?
Cometeu uma porção de erros. Tinha tudo para realizar um bom governo por que teve uma votação espetacular. Foi um presidente eleito pelo antipetismo. Esse problema da epidemia levou na brincadeira e disse que era uma gripezinha. Matou centenas de pessoas em todo o Brasil. É lamentável. Por exemplo, o único país que não está vacinando é o Brasil.

Assita a entrevista na íntegra.

 

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