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Eleições 2020

Vídeo: "Vamos montar um governo com pessoas capacitadas", diz Adiló Didomenico

Prefeito eleito de Caxias do Sul defende mandato de cinco anos e é contra a reeleição no Executivo

Colunista - Redação

Redação

redacao@serraempauta.com
01.12.2020 - 15h30min

Reprodução/Divulgação
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O prefeito eleito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico, e a vice-prefeita eleita, Paula Ioris, ambos do PSDB, concederam entrevista na noite desta segunda-feira (30), ao Serra em Pauta. Na oportunidade, a tucana anunciou que será a coordenadora da equipe de transição de governo. Adiló e Paula responderam sobre como pretendem compor a maioria na Câmara de Vereadores, como será a atuação da vice-prefeita e qual será a representatividade das mulheres no primeiro escalão.

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Paula ainda respondeu se pretende concorrer a deputada federal em 2022. Já Adiló deu sua opinião sobre a reeleição no Executivo. Confira a entrevista na íntegra.

Serra em Pauta: O quanto o seu governo será uma continuidade do Governo Cassina, que é seu amigo, ex-colega de partido?
Adiló Didomenico:
Hoje (segunda-feira), nós fizemos uma visita ao prefeito (Flávio) Cassina. Tudo aquilo que ele está encaminhando, que a gente vê que é bom e tem fundamento vamos dar continuidade. Agora vamos trabalhar focado nas diretrizes do nosso plano de governo, o que significa que não tem muito a ver com esse governo de transição, que foi montado numa emergência e no qual eu não indiquei nenhum cargo de confiança em que pese durante a campanha tenham insistido nesse sentido. Vejo muitos pontos positivos no Governo Cassina, ele já liberou 6,5 mil alvarás, mandou vários projetos de leis (para a Câmara de Vereadores) que travavam a economia de Caxias, projetos bem elaborados. No governo anterior (Daniel Guerra/Republicanos) era muito difícil um projeto que não tinha que ser mandado de volta (para o Executivo) por que tinha erro. Apesar de toda dificuldade é um governo que está dando uma resposta satisfatória para o momento.

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Serra em Pauta: Com a sua eleição, devido aos apoios que recebeu no segundo turno, está reconstituído o bloco que formou a base dos governos Sartori e Alceu e como vai buscar compor maioria na Câmara de Vereadores?
Adiló:
Tivemos agora há pouco (segunda-feira) reunidos com os cinco presidentes dos partidos (da coligação: PSDB, PTB, Solidariedade, PSC e PROS) que começaram a caminhada reiterando que vamos montar um governo com as pessoas capacitadas no lugar certo, independente se tiverem filiação partidária ou nenhuma filiação partidária. Recebemos o apoio de algumas candidaturas, mas tiveram partidos que liberaram o eleitorado como é o caso do PSB, do Novo, o PDT do candidato a prefeito Édson (Néspolo) estava conosco, mas o presidente e vice-presidente (Maurício Flores e Pedro Incerti, respectivamente) foram apoiar o nosso opositor. Nenhum desses apoios pediu algo em troca e nem nós assumimos esse compromisso. Seria uma deslealdade muito grande com os partidos que formaram essa aliança de primeira hora para oferecer a Caxias um novo eixo político. Nosso adversário (Pepe Vargas) bateu o tempo inteiro dizendo que quando governou tinha 157 cargos em comissão, mas a população era de 330 mil habitantes, isso equivale hoje a ter 246 CCs. Não estamos preocupados com isso, o que você tem que ter é uma pessoa com capacidade para entregar para a população aquilo que a população espera. Não existem em nenhum lugar, onde uma prefeitura, o governo do estado, o governo federal conseguiu implantar o seu plano e não tinha a participação dos cargos de confiança. O servidor de carreira cumpre a sua obrigação, se motivado e bem treinador e sempre vai dar uma resposta muito boa para sociedade, mas o plano de governo é uma obrigação dos cargos de confiança. Ele (CC) tem que dar o exemplo, tem que ter capacidade e vamos cuidar muito na nomeação. E se errarmos vamos substituir.

Qual papel a senhora pretende desempenhar no governo? Gostaria de assumir secretaria?
Paula Ioris:
Uma das tarefas que acabei de receber é a de coordenar a equipe de transição. A nossa ideia desde o início, pela minha formação e vivência em gestão, sempre foi de estar ao lado do prefeito e definirmos as prioridades e não ir para uma secretaria específica. Cada secretaria é um mundo e é o nosso papel conduzir a liderança de tudo isso. A gente tem muito forte o objetivo do diálogo junto aos servidores incentivar que sejam escutados pelo secretariado, pelo corpo Diretivo. É muito importante que haja uma integração entre as secretarias, as linhas de governança. Outra questão muito forte é o programa Simplifica Caxias, que vai fazer a identificação dos pontos de desburocratização.

Até quando o secretariado vai estar montado e pretende assumir com uma reforma administrativa?
Adiló:
A gente pensa apenas em fundir a Secretaria da Receita (Municipal) e a Secretaria da Fazenda dá para enxugar e fazer uma só. Vamos fazer algumas alterações na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego na questão da organização e das suas atribuições. Pretendemos anunciar o secretariado até o dia 20, mas é um tempo muito curto e pode ficar alguma coisa para o mês de janeiro. Não vamos atropelar apenas para ter a rapidez de estar anunciando nomes. A gente poderá ter algumas composições acontecendo somente no ano que vem.

Quais são as prioridades do governo?
Adiló:
 A gente percebeu que a população não admite mais esse cuidado com uso da máscara e do álcool em gel. Só que os números da covid dispararam e isso tem que ser retomado urgente. Sempre defendi abertura da economia e não é correto fechar o estabelecimento, mas implantar normas com responsabilidade. Eu cito sempre o meu ramo, o supermercado, aonde os níveis de contaminação são muito baixos e milhares de pessoas circulam ali, mas só pode ingressar com máscara, com álcool em gel, então isso é eficiente. A outra questão que vamos ter que a atacar imediatamente no mês de janeiro, esperamos aprovar a legislação que é um projeto (de lei) meu e da Paula de atualização da lei do transporte, que é muito antigo, de 1957, feito isso, a partir de janeiro queremos promover uma ampla discussão com a sociedade para definir o modelo de transporte coletivo, o valor da passagem e que tipo de serviço as pessoas querem. Caxias vive um risco de colapso iminente por que em 2010, 300 mil pessoas pegavam ônibus por dia, quando começou a pandemia 150 mil pessoas e hoje apenas 75 mil (pessoas), ou seja, 25% do que era transportado em 2010. Com esse número de passageiros não se mantém essa estrutura. Numa licitação hoje, corremos sério risco de dar deserta e ficarmos empenhados em Caxias do Sul. O governo que foi afastado (Daniel Guerra) garganteou muito durante três anos, mas não atualizou a legislação e não foi capaz de fazer uma licitação com ampla discussão com a sociedade. Temos que discutir roteiros, critérios de gratuidade, que tipo de serviço se é com uma ou duas empresas ou através de consórcio. Não pode ser uma receita preparada e pronta por parte do Executivo tem que ser construída com Legislativo, com a sociedade, com a União das Associações de Bairros (UAB), e desta forma a gente quer trabalhar para encontrar um modelo que atenda uma boa oferta de serviço, com o preço acessível da passagem.

Qual será o tamanho da representatividade das mulheres no primeiro escalão do governo?
Paula:
Não falamos em gênero. Estamos falando em conhecimento, habilidade, atitude e entrega. Hoje a tarde (segunda), conversamos com prefeito Cassina para o secretariado fazer seus relatórios. Vamos ter a estrutura e pensar na pessoa e não ter a pessoa para adequar na estrutura. Eu gostaria de ter uma boa representatividade feminina. A gente sabe que mulher é... (faz sinal de forte).
Adiló: Quando a gente escolheu a Paula como companheira de chapa, a gente pensou justamente na representação feminina. Acho muito importante pelo tipo de olhar, pela capacidade da Paula, sua especialidade. Eu sou economista, sou técnico em contabilidade com especialização em marketing. A Paula tem o lado oposto é psicóloga organizacional, tem capacidade de escutar. Nem sempre pensamos igual, mas a gente tem uma capacidade muito boa de convergir, de chegar num ponto de equilíbrio e isso será uma marca do nosso governo. O grande problema do setor público e quando cada secretaria quer se tornar uma pequena prefeiturinha. Esse será o papel da vice, precisamos fazer essa interface, essa comunicação com as secretarias. Vou te dar um exemplo: tem que acabar com esse abre uma rua para trocar uma rede de drenagem pluvial, um mês depois o Samae abre para colocar rede cloacal e alguns dias depois o trânsito resolve fazer uma modificação. Tem ferramentas para evitar o desperdício de dinheiro. Eu vivia reclamando e a gente nunca conseguiu acertar esse ponteiro. É um grande desafio que a Paula vai ter como vice e vai ter toda autoridade para exigir que essas secretarias lancem no sistema aquilo que pretendem fazer naquela via ou na região para que os demais integrantes do governo saibam o que vai acontecer.
Paula: Um outro papel bem importante e que faltou muito no governo anterior foi o relacionamento institucional. A gente vai estar muito próximo das comunidades, das associações de bairros, da CIC (Câmara da Indústria, Comércio e Serviços), junto ao MobiCaxias e as diversas entidades de classe. A gente não quer mais o privado num canto e o público no outro. A gente quer governar juntos. Caxias sentiu muita falta.

Qual será a primeira reivindicação ao governador Eduardo Leite? Como a relação por ser do mesmo partido pode beneficiar Caxias? E vocês já falaram com o governador desde o resultado da eleição?
Adiló:
Já trocamos mensagens. Ele (governador) ligou para a Paula e depois respondi através de mensagem por que por que estava dando uma coletiva. A gente também se comunicou com integrantes do primeiro escalão do governo. Há pouco estive conversando com o prefeito eleito de Farroupilha, Fabiano Feltrin (PP), que é um grande amigo e uma pessoa que tenho uma admiração muito grande, e já combinamos de fazer uma mobilização de prefeitos aqui da região para irmos até o governador buscar esse apoio. Caxias, Farroupilha, Flores da Cunha e todas as cidades aqui da volta não podem se conformar com a qualidade das estradas que estamos recebendo. Esta região produz muito, paga muito imposto, precisamos ter uma atenção melhor, mas não vai ser feito através de briga. Vamos pessoalmente, com educação, aquilo que o protocolo da política recomenda levar ao governador os nossos pleitos, as nossas necessidades logo no início do governo. Se na questão da covid não tivesse o auxílio do governo do Estado, do governo federal, a nossa questão sanitária tinha entrado em colapso. Comparando com cidades do mesmo porte, Caxias tem o menor índice de letalidade.
Paula: Desde o início do governo (Leite) a saúde teve com o pagamento em dia, inclusive com pagamentos retroativos (do Governo Sartori). O Hospital Geral teve a ampliação do custeio na ordem de R$ 400 mil.
Adiló: Ele (governador) pegou todo o atrasado parcelou em 16 meses e está pagando rigorosamente em dia. Hoje a saúde está em dia. A partir de hoje, os salários também estão em dia, com todo o problema da pandemia, com toda a dificuldade que o Estado está enfrentando, temos que dizer que o governador Eduardo Leite está fazendo um esforço muito grande e a reforma administrativa que ele fez começa a dar resultado.

Qual a prioridade do governo para um planejamento cicloviário?
Adiló:
Está dentro do plano de mobilidade que pretendemos contratar logo que assumirmos que vai contemplar todos os modais, incluído o transporte coletivo e todos os demais modais. Não adianta continuarmos fazendo remendo para agradar um ao outro. Precisamos de um plano de mobilidade para que qualquer obra que venhamos a fazer se pense no todo. Vou dar um exemplo, todo o asfaltamento do interior se tivesse sido planejado um acostamento de um metro e meio teríamos espaço para caminhar e local para ciclovia. Vamos depois da obra concluída custa muito caro.
Paula: O plano de mobilidade é uma lei federal. Quanto antes fizermos é um investimento, por que entregando ele, a gente tem a possibilidade de receber recursos do governo federal para fazer o que foi definido no plano. A gente vai estar com a cidade mais planejada e também com a possibilidade de receber o recurso.

Pepe Vargas, seu adversário no segundo turno é deputado estadual. O senhor pretende conversar com ele para a discussão conjunta de projetos e interesses de Caxias?
Adiló:
Já disse em algumas entrevistas que vamos precisar de todos. O (deputado estadual, Carlos) Búrigo já conversei ontem, ele me ligou parabenizando. Com o Pepe ainda não pude conversar, mas a gente declarou publicamente o nosso respeito por ele, pela sua história, por aquilo que ele representava para uma parcela da população caxiense. Tenho certeza que projetos de interesse de Caxias poderemos contar com ele, com o Búrigo e com o Neri, o Carteiro (Solidariedade). Quero cumprimentar e agradecer ao Nelson D’Arrigo (ex-candidato a prefeito) e dizer que as propostas boas colocadas por ele durante a campanha, e por outros candidatos, serão levadas em conta por que é assim que se constrói uma cidade pensando no futuro.

Em 2018, a senhora concorreu a deputada federal. Pretende concorrer em 2022?
Paula:
Está tão no início. A recém fui eleita e com tanto trabalho a ser feito. Eu te confesso que nunca organizei a minha vida dessa forma pensando tanto tempo na frente. O meu foco agora é o mandato. Nem pensei nisso. O meu compromisso é com esse mandato. Temos muito trabalho para fazer nem passou pela minha cabeça agora de (concorrer a) deputada federal ou estadual, mas ao mandato de vice-prefeita.

O senhor é a favor ou contra a reeleição para o Executivo?
Adiló:
Sempre defendi para o Legislativo dois mandatos. Se tu foi bem te candidata para deputado para fazer mais dois mandatos, depois federal. No Executivo acho que o mandato deveria ser no mínimo de cinco anos por que no primeiro ano tu vai governar com todo orçamento carimbado pelo prefeito anterior. Então tem apenas três anos para fazer o teu trabalho, mas em principio eu sou contra a reeleição. Quando tu começa a pensar numa reeleição começa a fazer negociações ao lado do gabinete e isso não é bom. A história do segundo mandato normalmente ele é um pouco mais fraco do que o primeiro e a renovação e a troca de liderança é muito importante para oxigenar o processo. Provavelmente, essa foi uma das vantagens que levamos por ser candidato de primeira vez e nunca ter sido candidato a prefeito. A população queria uma renovação com segurança. Vamos procurar trabalhar com muito diálogo e ouvindo bastante a comunidade, quando a gente ouve a sociedade a gente erra menos e se errarmos não vamos ter receio de voltar atrás. Lamentavelmente sobrou para nós concorrer num pleito no pior momento para se fazer campanha e talvez vamos enfrentar o pior momento da história da Prefeitura de Caxias do Sul, mas temos muita disposição e com muita determinação de ajudar Caxias a sair dessa situação.

Que Caxias pretende entregar daqui quatro anos para a comunidade ou o próximo administrador?
Adiló:
Pretendemos, no mínimo, criar todo um processo de desburocratização. A prefeitura mais próxima do cidadão, uma cidade acolhedora e a retomada do desenvolvimento econômico será uma marca do nosso governo. Se não tem desenvolvimento econômico e não tem arrecadação não consegue dar um bom retorno na área social, na saúde, na segurança e na educação. Vamos criar um ambiente com segurança jurídica e favorável para quem quer empreender, fazer investimentos em Caxias e parar de tratar mal o empresário. Caxias tem algumas matrizes (econômicas) que a gente pode retomar logo que é o turismo, a construção civil, a inovação e tecnologia. Caxias deverá apresentar o primeiro protótipo do caminhão elétrico já em dezembro. O turismo desapareceu em Caxias por que tratamos mal o trade turístico e precisamos readquirir a confiança. Conseguimos queimar a principal marca de Caxias do Sul que é uma marca internacional, que é a Festa da Uva alterando o seu calendário, de forma unilateral e sem consultar os demais agentes que participam desse tipo de evento. Vamos ter muito diálogo muita responsabilidade e pé no chão antes de tomar qualquer decisão.

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