Adriano Bressan defende a criação de rotas de desvios
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14.04.2022 - 21h08min
Os vereadores de Caxias do Sul repercutiram o resultado do leilão da concessão das seis rodovias da Serra e do Vale do Caí realizado nesta quarta-feira (13), na B3, em São Paulo. As manifestações ocorreram no espaço do grande expediente da sessão desta quinta-feira (14).
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As críticas dos parlamentares foram centradas nos valores definidos após a divulgação da proposta de deságio de 1,3% apresentada pelo Consórcio Integrasul, vencedor do leilão. O pedágio na praça de São Sebastião do Caí, o mais caro do bloco 3, custará R$ 9,83. Já o mais barato é o de Flores da Cunha que terá tarifa de R$ 6,85. O de Ipê custará R$ 6,89, a tarifa do pedágio de Carlos Barbosa será de R$ 7,85 e o de Farroupilha sairá por R$ 8,50. A tarifa do pedágio de Capela de Santana, no Vale do Caí, sairá por R$ 7,19.
Um dos mais irritados durante o pronunciamento, o vereador Adriano Bressan (PTB), sugeriu que os parlamentares da região busquem uma jurisprudência para criar rotas de desvios das praças de pedágios. Também fez um apelo para que a comunidade caxiense realize protestos.
"Não vamos deixar instalar essas praças de pedágio. Vamos para a rua! Alguma coisa vamos fazer. Vamos paralisar a estrada, não vamos deixar isso acontecer", convocou Bressan.
Ao exibir uma fotografia do governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), acompanhado de outras pessoas sorrindo, Bressan disparou:
"Marquem bem a cara desses safados, vamos dizer assim. Porque isso daí para mim não pode. Não pode o cara estar rindo ali batendo o martelo dessa forma e rindo. Uma incompetência. Um incompetente. Essa aí é a cara do incompetente”, comentou Bressan sobre os integrantes da foto, entre eles, o governador do Estado, seu ex-companheiro do PTB.
O vereador Maurício Marcon (Podemos) voltou a defender sua moção de apoio à concessão da ERS-122 à iniciativa privada aprovada pela Câmara, em março do ano passado. Para justificar a diferença entre as tarifas da Serra e das rodovias de Santa Maria/Tabaí, Marcon disse que houve "uma mudança de regras no meio do caminho muito radical" como a retirada do valor de outorga a ser pago pela concessionária do Estado, a inflação e o aumento de 64% do barril de petróleo, matéria-prima do asfalto.
"Fui, sim, quem pensou em fazer a moção de Apoio aos Pedágios (...) Para aquele modelo de pedágio, nós entendíamos que, devido às condições das nossas estradas, digo aqui da região, valia a pena nós fazermos esse sacrifício, para nós, por exemplo, poder ir a Bento e voltar vivos", argumentar o parlamentar do Podemos.
Marcon concordou com a afirmação de Bressan de que as exigências do Estado contribuíram e inibiram a participação de empresas na disputa do leilão.
"Então eu volto a dizer e aqui podem me criticar, achar esse calcanhar de aquiles (...). Eu sou a favor de pedágios, sou a favor de pedágios com o modelo da Alemanha. (...) Na Alemanha quando tu passa num pedágio aquele valor é descontado do teu imposto para não ter sobrepreço".
O que disseram outros parlamentares
"O que foi que nós conseguimos com toda a nossa luta? Um real a menos, esse foi o desconto (...) Quero deixar aqui a minha indignação por não ter tido força suficiente, política, para ter impedido esse escárnio que está sendo aplicado na população da Serra Gaúcha (...) O presente de páscoa do Governo do Estado, quase R$ 40,00, para a gente poder ir até Porto Alegre, na nossa capital. Uma vergonha, uma afronta, um escárnio com a população da Serra Gaúcha." Sandro Fantinel (Patriota)
"A população, então, muitas vezes, ela mesmo é culpada por não abrir os olhos quando alguns alertaram e nós trabalhamos muito. E está aí o resultado agora." Wagner Petrini (PSB)
"O governo estadual vai ter que repensar o que fazer. Isso é uma afronta aos motoristas, às pessoas que já estão sofrendo tanto nesse país, com mais um custo elevadíssimo." Rose Frigeri (PT)
"A tarifa não é módica e não dialoga com a realidade das pessoas, não tem isenção para os moradores, para os trabalhadores. Ou seja, quem vai se lascar e pagar a conta é a população da Serra." Lucas Caregnato (PT)
"A Câmara errou em aprovar aquela moção no início do ano, porque eu acho que já deu uma sinalização ruim. A gente mal tinha começado o debate e a gente já estava apoiando, quase que dizendo: venham pedágios! Foi ruim aquele movimento político. (...) Aprovar um pedágio, para 30 anos, neste modelo é um escândalo e vai só achatar o desenvolvimento da nossa região." Denise Pessôa (PT)
"Todos nós concordamos com a concessão. Eu acho que é unânime aqui a oposição, a posição dos vereadores no sentido de que tem que se buscar uma alternativa, e a concessão é uma delas. (...) Eu compartilho da ideia dos altos valores. Não posso negar essa minha preocupação. Todos nós gostaríamos de pagar um valor bem mais em conta, mas o que se viu: uma única empresa." Olmir Cadore (PSDB)
"É claro que eu também esperava um valor de tarifa mais atrativo, eu acho que todos (...) Alguma coisa tem que ser feita em nossas estradas. A gente não pode deixar o Rio Grande do Sul deixar de ser um estado competitivo, em razão da nossa infraestrutura ser tão inadequada, resultado de muitos governos que não fizeram os investimentos que deveriam nas nossas rodovias." Tatiane Frizzo (PSDB)
"A Câmara de Vereadores infelizmente aprovou, não com o meu voto, foi aprovado uma moção de apoio ao pedagiamento das rodovias aqui da serra. (...) Então é uma vergonha o papelão que as CICS aqui fizeram, patrocinar comerciais e agora dizendo que não sabiam que iria ser assim. Mais vergonhoso é o nosso governador sorrindo em uma foto que vai tirar dinheiro do povo, principalmente daqueles mais humildes." Rafael Bueno (PDT)
"Lamentável esse modelo de pedágio implementado pelo governo do estado neste momento que, diga-se de passagem, vai encarecer toda a rede de produtos e vai piorar a vida dos gaúchos." Ricardo Daneluz (PDT)
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