Painel promovido pela Procuradoria Especial da Mulher (PEM) teve a presença de representantes de movimentos sociais
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11.11.2024 - 10h11min
A ampliação da representatividade feminina na política uniu vereadoras atuais e eleitas no plenário da Câmara de Caxias do Sul, em encontro promovido pela Procuradoria Especial da Mulher (PEM), na quinta-feira (7).
Participaram da atividade as parlamentares da atual legislatura Estela Balardin (PT), Marisol Santos (PSDB), presidente do Legislativo, Rose Frigeri (PT) e Tatiane Frizzo (PSDB); e as legisladoras eleitas para os próximos quatro anos Andressa Marques (PCdoB), Daiane Mello (PL) e Sandra Bonetto (Novo). Não puderam comparecer a vereadora Gladis Frizzo (PP) e a parlamentar eleita Andressa Malmann (PDT).
O encontro, que integra a Semana Municipal da Participação da Mulher na Política (lei 8.786/2022) e foi transmitido pelo canal legislativo, contou com a mediação da jornalista Caroline Dall'Agnol e apresentação da coordenadora de Programação da TV Câmara, Rafaela Daros.
No comando do Parlamento neste ano e vereadora reeleita para o segundo mandato, Marisol destacou o reforço da Bancada Feminina a partir de 2025, quando sete mulheres estarão em plenário (atualmente são cinco vereadoras titulares e 18 vereadores).
"Nós mulheres somos mesmo especiais por nossa capacidade de resiliência e persistência. Contem conosco e esta Casa vai ser cada vez mais feminina", disse, com confiança.
À frente da PEM, Rose, que também permanecerá na Casa na nova legislatura, ressaltou a necessidade de ter mais mulheres na política por uma questão de democracia e, em especial, porque a maioria do eleitorado e da população em Caxias do Sul é feminino.
"Debates importantes serão fortalecidos com o aumento de vereadoras. Nossa luta será permanente até encontrarmos a igualdade de direito entre homens e mulheres", acredita.
Primeira mulher militante do PCdoB municipal a assumir uma cadeira legislativa, Andressa conta que foi reivindicando acesso à educação que começou a se envolver na política e segue até hoje.
"Nós, mulheres eleitas, estamos fazendo história. Contem comigo para as lutas justas de nossa cidade", afirmou.
Daiane, que já ocupou temporariamente uma vaga na Câmara quando foi suplente do MDB, recordou da batalha que travou contra a cobrança extra de partos por parte de médicos, ao denunciar situação que viveu quando estava esperando a filha Yasmin, em 2015, e recebeu apoio da então vereadora e hoje deputada federal Denise Pessôa (PT).
"Quando nos unimos, nos tornamos parceiras. A mulher enxerga mais, vai além do óbvio. Precisamos estar em locais de decisão porque fazemos a diferença", defende.
Mais jovem parlamentar da Casa, Estela, de 25 anos, refletiu a respeito do tempo em que só uma mulher esteve no plenário, como ocorreu nos primeiros anos de 1960, por exemplo, tendo apenas Ester Troian Benvenutti (PTB) como eleita.
"Imaginem quando só existia uma mulher (na Câmara). Agora, estamos reescrevendo a história para dizer que esse espaço também é nosso. Somos seres coletivos, mas sabemos que a estrutura social existente ainda faz com que a gente duvide de nossa capacidade. Temos de lutar e também aprender a cuidar da gente", sugere Estela.
Da região de Forqueta, Sandra é assessora política da vereadora Gladis e elegeu-se com o apoio da comunidade em que reside. Na sua opinião, quando as mulheres se juntam fazem a diferença.
"Que outras mulheres da política sejam inspiração a mais gente. Eu não tinha o sonho de ser vereadora, mas minha comunidade de Forqueta sonhou por mim", frisou em tom de agradecimento.
Também da região de Forqueta, a vereadora Tatiane, que foi rainha do Vinho Novo (2008) e da Festa da Uva (2010), mencionou a necessidade de incentivar e preparar as mulheres para a política.
Disse que costuma estimular a juventude a participar nos espaços representativos e de decisão.
"Antes de estar aqui, participei de conselhos municipais e entidades. A vontade de tornar o mundo melhor me moveu. Por vezes, a gente dúvida muito de si própria, mas precisamos acreditar nos nossos sonhos porque a gente pode, a gente consegue", ensina.
Manifestação do público
O painel abriu espaço para manifestação da plateia. Integrante da União Brasileira de Mulheres (UBM) e do Fórum da Mulher Caxiense, Joceli Aparecida de Queiroz, mais conhecida por Jô, recordou do pioneirismo de Rachel Grazziotin, do PDT, (in memoriam), que foi a primeira presidente do Legislativo caxiense (1985-1986) e com quem pôde trabalhar. Jô também saudou o empenho das atuais e das futuras parlamentares caxienses.
A pedetista Cecília Pozza acrescentou que ingressou no PDT por incentivo de Rachel e disse que se sente representada pela futura Bancada Feminina da Câmara.
Diretora da Escola Municipal Afonso Secco, Angela Honorato, elogiou as manifestações das parlamentares e agradeceu por elas honrarem quem veio antes, quebrou barreiras e abriu portas para as atuais mulheres estarem participando da política.
Coordenadora do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Rita Elisabete Correia, pediu às debatedoras para serem as vozes das mulheres que não conseguem acompanhar a política e que precisam de apoio dos governantes para assegurar direitos e atendimentos nas mais distintas áreas.
Na mesma linha, explanou a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Samanta Nascimento, que reivindicou agilidade em exames e assistência à saúde da mulher, além de melhor estrutura no âmbito da educação e das demais áreas em que o público feminino necessita de atenção.
Ainda estiveram na plateia representantes do Grupo Mulheres do Brasil.
Confirma o painel na íntegra no link.
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