Alexandre Bortoluz (PP) recuou da intenção após as ameaças de morte contra Denise Pessôa e Estela Balardin
andre.tajes@serraempauta.com
25.03.2021 - 20h32min
Diante da repercussão negativa e das ameaças de morte às vereadoras petistas Denise Pessôa e Estela Balardin, o vereador Alexandre Bortoluz (PP), o Bortola, retirou o projeto de resolução que pretendia alterar o texto do Código de Ética Parlamentar da Câmara Municipal de Caxias do Sul e proibir o porte de armas apenas no plenário. Ele anunciou a decisão na sessão desta quinta-feira (25).
"A gente vai fazer essa proposição da retirada (do projeto) de Resolução (de alteração) do Código de Ética", disse Bortola.
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Apesar de ter confirmado que circulava armado também no plenário da Câmara, Bortola reconheceu que o local não é apropriado.
"Acho que no âmbito do plenário, obviamente, em nenhum momento deve-se entrar com arma, porque realmente o debate se aflora, ele se acalora, então acaba sendo bem complexo", comentou.
O parlamentar informou ainda que irá comprar um cofre e doar ao Legislativo para garantir a segurança de sua arma enquanto estiver nas dependências da Câmara.
Denise reconheceu a atitude do Bortola, mas ressaltou que a Câmara deve ampliar a proibição do porte de arma nas dependências da Casa para os assessores parlamentares.
Repercusão
A discussão sobre o assunto ganhou projeção a partir da manifestação no grande expediente do vereador Lucas Caregnato (PT), que repudiou a ameaça contra as colegas de partido. Caregnato lembrou das mortes da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e do senador José kairala, nos anos de 1960, durante uma briga entre os colegas Arnon de Mello, pai do ex-presidente Fernando Collor e Silvestre Péricles de Góes Monteiro, no plenário do Senado.
O petista pediu a retirada do projeto de resolução assinado por Bortola e os vereadores Maurício Marcon, Maurício Scalco, ambos do Novo, e Sandro Fantinel (Patriota).
O que disseram
"Espero que esta Casa tome as atitudes para coibir esse tipo de ação e para que, amanhã ou depois, a gente não tenha que ter um velório aqui na Câmara de Vereadores de uma das nossas vereadoras ou de qualquer parlamentar por ser aviltado, por ser desrespeitado e por ser morto, já que foram ameaçadas." Lucas Caregnato (PT)
"Eu defendo, sim, a minha ideologia; defendo, sim, a minha forma de pensar; mas, sobretudo e sobre todos, devemos respeitar a democracia. A democracia dá a liberdade para que todos possam se expressar da sua forma de pensar, da sua forma de agir e do seu modo de entender as coisas. Eu não posso simplesmente aceitar ameaças desse tipo a qualquer um que seja dos colegas aqui presentes." Sandro Fantinel (Patriota)
"Quero me solidarizar com as vereadoras, porque tinha conversado com elas, com as duas vereadoras. Vejo que isso é muito triste para Caxias." Renato Oliveira (PCdoB)
"Eu fico triste com o que está acontecendo. Eu fico sensibilizado com os agredidos, os ameaçados tanto de um lado quanto do outro. Confesso para vocês que jamais pensei que, como vereador, eu presenciasse uma discussão como essa, especialmente em um momento crítico de pandemia." Olmir Cadore (PSDB)
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