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Histórias Inspiradoras

Terezinha Andreazza: a matriarca que transformou trabalho e orgulho em um legado familiar

Uma trajetória de desafios e conquistas que moldou uma das principais redes supermercadistas do Sul do Brasil

Colunista - Redação

redacao@serraempauta.com

Júlio Soares/Objetiva/Divulgação
Foto Principal - Notícia

Terezinha Andreazza e Felipe Andreola, da Quanta Ideias.

Duas palavras ficaram nitidamente claras na trajetória da matriarca da família Andreazza, fundadora do Grupo Andreazza, conhecida durante o Histórias Inspiradoras desta segunda-feira (17): trabalho e orgulho. Terezinha Victoria Pellin Andreazza, 87 anos, nascida em Nossa Senhora do Pedancino, interior de Caxias do Sul, compartilhou sua história no palco da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul.

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O trabalho, que não foi pouco e nem isento de enormes desafios, define a origem de uma das principais redes supermercadistas do Sul do Brasil. Já o orgulho expressa todo o sentimento da mãe que viu seus filhos expandirem o pequeno negócio a um conglomerado de quatro marcas, 48 lojas, mais de quatro mil funcionários e 50 mil consumidores/dia. Terezinha foi auxiliada pelo diretor da Quanta Ideias, Felipe Andreola, agência que trabalha com o Grupo Andreazza desde 2001.

"Quem é da colônia não fica sem fazer nada. (...) O trabalho na terra era algo tão comum, que as crianças brincavam de enxadinhas de brinquedo", afirmou Terezinha ao contar que cresceu ao lado de 12 irmãos, e que todos foram educados para trabalhar na roça com os pais.

Além de trabalhar nas plantações ainda criança, anos mais tarde, a menina já acompanhava as irmãs ao centro da cidade para vender as verduras da família nas residências ou nos armazéns.

Aos 17 anos, Terezinha conheceu Orlando Andreazza, com quem se casou pouco tempo depois. O casal teve sete filhos: cinco homens (um falecido) e duas mulheres. Na época, Orlando era pedreiro, e Terezinha cuidava dos filhos e passou a usar a sua experiência na agricultura para plantar suas próprias verduras no pátio de casa.

No primeiro ano, a plantação começou a ser vendida para terceiros e por ela de casa em casa no bairro onde moravam. Cresceu tanto que, no segundo ano, ela precisou usar um trator para ajudar no cultivo. Ela também produzia e vendia pão, chimia e queijo, além de comercializar leite, vinho, arroz e açúcar, dando início a uma "bodeguinha" no porão da sua residência.

Com o aumento das vendas, Terezinha decidiu que era hora de registrar o negócio, que estava localizado na Rua Ludovico Cavinato, onde hoje é o Super Andreazza Pioneiro. Na época, relembrou, foi preciso registrar no nome do marido, pois ainda não era comum que fosse reconhecido como sendo administrado por uma mulher.

O pequeno armazém teve seu primeiro boom com a construção dos Pavilhões da Festa da Uva, nos anos 1970. Orlando e os filhos passaram então a se envolver com o negócio.

"A jornada de Terezinha foi cheia de desafios", assinalou Andreola, relatando o período em que Orlando, enfrentando problemas de saúde, quis vender o mercado. Mas Terezinha e os filhos foram contra. "Muito esforço já havia sido colocado nele", alegaram.

O casal decidiu então manter a marca na família e vender para os filhos Jaime, Vítor, Mauro e Marcos. Unidos, os irmãos, que administram os negócios até hoje, levaram o Super Andreazza a novos patamares. Com os filhos à frente dos negócios, Terezinha se voltou mais para o cuidado da família e ao trabalho voluntário. A união com Orlando, que faleceu em 2020, durou por 65 anos e dela, além dos filhos, vieram 12 netos e três bisnetos.

"A marca Andreazza, hoje com mais de 50 anos de existência, chegou até aqui com uma certeza: o segredo está na essência. Todo este crescimento não deixou de lado o espírito de negócio familiar, baseado em esforço, dedicação, união e simplicidade, valores inegociáveis que constroem essa trajetória desde o início. Essa história que começou na família segue com ela", sintetizou Andreola.

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