"Temos que melhorar o nosso sistema democrático", diz vice-presidente da República em Caxias do Sul

André Tajes/Serra em Pauta

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), palestrou nesta terça-feira (11), na RA da Câmara de Indústria, Comércio e Serviço (CIC) de Caxias do Sul. O evento reuniu lideranças empresariais e políticas da cidade e região.

O presidente da CIC, Celestino Loro e o prefeito de Caxias, Adiló Didomenico (PSDB) recepcionaram Mourão. Após, a diretoria da entidade esteve reunida na sala da presidência. Às 12h08min, o vice-presidente ingressou no salão do restaurante e se dirigiu a mesa acompanhado do seu chefe de Gabinete, general César Leme Justo, e dos prefeitos de Flores da Cunha, César Ulian (PP) e de Veranópolis, Waldemar De Carli (MDB) e do vereador Elisandro Fiuza (Republicanos).

Loro abriu o evento e lembrou que a última visita de um vice-presidente da República na CIC ocorreu há 16 anos. Na oportunidade, José Alencar visitou a entidade. Na sequência, listou os problemas que atingem o desenvolvimento econômico da Serra como a falta de mão de obra e os gargalos de logística e infraestrutura.

"Vivemos numa região sitiada com rodovias não duplicadas", disse Loro.

Mourão iniciou sua palestra lembrando da repercussão negativa de sua primeira visita à entidade, no início de agosto de 2018, um dia após ser confirmado como candidato a vice, na chapa de Jair Bolsonaro (PL). Na época, ele comentou que a herança da indolência era da cultura indígena e a malandragem dos africanos. Diferente das recentes agendas em Bento Gonçalves e Flores da Cunha, Mourão evitou o contato com a imprensa e não concedeu entrevista coletiva.

"O palestrante pode falar de tudo e o candidato não pode falar de tudo. Naquele dia, eu saí daqui apanhando mais que boi ladrão e entendi que eu tinha que medir as palavras", disse.

Para Mourão, o Brasil precisa buscar soluções para a situação política, econômica e social. Segundo ele, a independência e a harmonia entre os poderes estão comprometidas por duas razões: o ativismo judicial e o desequilíbrio no relacionamento entre o Executivo e o Legislativo, em torno do orçamento da União.

"Temos que melhorar o nosso sistema democrático. Fazendo valer efetivamente a harmonia e o equilíbrio entre os poderes, cada um cuidando do seu quintal", ressaltou.

Para o vice-presidente, o Governo Federal precisa abrir caminhos para investimentos em infraestrutura. Entre as alternativas está uma análise nas renúncias fiscais que somam R$ 370 bilhões por ano, e o combate a evasão fiscal e sonegação de impostos, que juntos somam R$ 400 bilhões.

"Tenho certeza que entre R$ 50 bilhões, R$ 60 bilhões (de renúncias fiscais) por ano podem retornar para a mão do governo e aí está o recurso para investimento".

No final da palestra, Loro entregou a Mourão uma carta de reivindicações com seis itens (confira abaixo).

Após deixar à CIC, o vice-presidente visitou as empresas Randon e Marcopolo.

As reivindicações da CIC

:: Apoio para a conclusão da BR-285 na divisa entre RS e SC, com construção de ponte e asfaltamento dos quilômetros restantes;
:: Conclusão da BR-448, Rodovia do Parque, ou uma rodovia alternativa para a região da Serra acessar Porto Alegre;
:: Continuidade do novo Aeroporto Regional da Serra Gaúcha com a destinação de verbas;
:: Apoio à implantação do Porto Meridional em Arroio do Sal, mais um investimento que trará melhorias na logística da região,
:: Apoio na ligação ferroviária do RS com o centro do país, seja via renovação antecipada da concessão da Rumo ou alguma outra alternativa que ofereça ligação deste tipo de modal de transporte com o centro do país.

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