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Executivo

"Sou contra o empreguismo na administração pública por motivos políticos", diz Mansueto

Ex-prefeito de Caxias do Sul deixou o Governo Adiló Didomenico por não concordar com sua nomeação para um CC8

Colunista - André Tajes

André Tajes

andre.tajes@serraempauta.com
27.01.2021 - 15h04min

André Tajes/Serra em Pauta
Foto Principal - Notícia

O ex-prefeito de Caxias do Sul, Mansueto de Castro Serafini Filho (PTB), permaneceu no Governo Adiló Didomenico (PSDB) por apenas 14 dias. O motivo da saída foi a nomeação para a presidência do Conselho de Governança, um cargo remunerado (CC8) com salário de R$ 7.653,59. A anulação da portaria foi publicada no Diário Oficial do Município desta quarta-feira (27).

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Por telefone, na manhã desta quinta, Mansueto contou que disse à Adiló que estaria disposto a trabalhar no Conselho desde que não houvesse remuneração por parte do poder público, porém foi surpreendido com a informação publicada pelo jornal Pioneiro que seria nomeado como CC8.

"Sou contra essas nomeações políticas e, portanto, mandei um documento ofício ao prefeito e não pretendia mais falar sobre o assunto. O direito de escolher auxiliares é do prefeito, mas ele deve consultar as pessoas. Estou dando essas informações sem qualquer desejo de manter polêmica".

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O fato de ser nomeado e não eleito para o cargo de presidente do Conselho de Governança também contribuiu para a decisão de deixar a administração.

"Encaminhei um documento ao prefeito informando que não queria ser nomeado presidente. Um presidente deve ser eleito por todo o Conselho, se não é um ato de ditador. Não poderia admitir, sempre fui contra as ditaduras. Não quero ser nomeado por um ato autoritário".

Mansueto também deixou claro que não gostou da maneira como recebeu a informação de que iria integrar a administração municipal.

"Eu fui nomeado através de uma declaração para a imprensa. Não foi um convite feito a mim. Acho que foi um erro, mas não me ofendi. Me ofendi quando fui nomeado para um CC8. Sou contra o empreguismo na administração pública por motivos políticos. Pode ser escolhido por capacidade de cada um", comentou.

O ex-prefeito preferiu não comentar sobre os projetos de lei encaminhados pelo Executivo que extinguiram ou reduzir direitos no transporte coletivo votados na Câmara de Vereadores na semana passada.

“Prefiro não falar. A última palavra é sempre do prefeito sobre todos os assuntos administrativos. Acho que é um direito que o prefeito tem de mandar para a Câmara o que achar conveniente e que deve ser examinado por sua equipe de trabalho”, disse.

"Da nossa parte foi um descuido", diz Adiló

O prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico (PSDB), reconhece que errou ao não informar Mansueto de que ele seria nomeado como CC8, uma vez que já havia solicitado para ocupar um cargo voluntário e sem remuneração na administração municipal.

"Nos pegou de surpresa e a gente respeita a decisão dele. Não tenho como manter uma pessoa ocupando uma sala, telefone, um carro para deslocamento, viagens. Legalmente, não posso. Acabei designando um CC8 que é o melhor cargo para que dentro da legalidade. Os demais membros do Conselho seriam voluntários", explica o prefeito.

Adiló tem reunião marcada com Mansueto na tarde desta sexta-feira (29), e tem a esperança de reverter o pedido de exoneração do governo municipal.

"Da nossa parte foi um descuido. Eu tinha que ter combinado melhor com ele. Vou tentar demover da ideia", admite Adiló.

Entrevista Adiló Didomenico

Qual é o impacto da saída do ex-prefeito Mansueto do seu governo?
Não muda nada o meu respeito e minha consideração. O Mansueto é meu amigo e amigo a gente tem um comportamento diferente. É um político que tenho orgulho de me espelhar na trajetória dele.

Caso Mansueto mantenha a decisão de deixar o governo, o senhor vai manter o Conselho de Governança?
Possivelmente, a gente vai passar essa função para outra pessoa. Mas primeiro quero conversar com ele. Talvez dessa conversa surja outra luz. Sou obrigado a reconhecer que a gente descuidou do assunto.

O ex-prefeito Mansueto disse que é contra o empreguismo na administração pública. Na sua opinião tem haver com as nomeações dos ex-vereadores Edson da Rosa (PP) e Rodrigo Beltrão (PSB), e também da primeira suplente do MDB, Daiane Melo?
Acho que não. Também temos o Cristiano (Becker, chefe de Gabinete) e o Elvio (Gianni, secretário do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego). Tomamos a decisão de não tirar vereador da Câmara respeitando o voto do eleitor. Acho que não por que isso já tinha acontecido e vinha conversando com ele (sobre essas nomeações) e não manifestou nenhum descontentamento ou desconforto com isso. Tenho certeza que ele não vai faltar quando precisar de alguma sugestão.

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