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Opinião

Revitalização de praça começa pela morte de árvores

Antônio Braga: 'Há outras curiosidades sobre a praça que podem gerar mal-entendidos'

Colunista - Redação

Redação

redacao@serraempauta.com
29.05.2023 - 06h55min

Divulgação
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Nada de saudosismo! Todavia, Caxias do Sul parece estar mal debatida em sua existência cotidiana. A recente eliminação de várias árvores vigorosas da Praça Dante Marcucci, consagrada popularmente como Praça da Bandeira, serve de exemplo. Parece que ninguém viu e nem quis ouvir o ronco de motosserras afora algumas notas na internet. Em outro tempo, esta volúpia contra árvores urbanas encontrou limite na Justiça diante de firme atuação do Ministério Público, com mobilização popular, sendo proibidos o corte e a poda desenfreados na cidade.

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Depois de as árvores serem decepadas rente ao chão, na praça, no bairro São Pelegrino, veio a notícia esmaecida de que a prefeitura "revitalizará" aquele logradouro. O estranho é que esse "revigor" começou, justamente, pela morte das árvores, enquanto o ajardinamento, por exemplo, não exibe nenhum encanto. O que existe por lá é resultado da teimosia da natureza sem nenhum trato urbanístico. O cenário talvez sirva para alguma imagem lúgubre. O resto apresenta sinais de desleixo.

A eliminação das árvores abriu clarões na praça. Por enquanto, ocorreu só isso! Sim, foram feitos alguns remendos no piso em pontos escangalhados, mas nada que salte aos olhos. A impressão é a de que até pombos e pássaros menores estão tontos com a extinção de parte de seus poleiros. De parte dos humanos não reverberou reclamação, talvez, porque o sol deste outono faz com que qualquer sombra seja esquecida. Ou desprezada!

Em meados dos anos 1980, houve debate sobre a construção de sanitários na Praça da Bandeira. A prefeitura que defendia socorro às incontinências urinárias e intestinais dos usuários da praça, enfim, erigiu o equipamento público com gasto de bom dinheiro. Passadas umas décadas, a mesma prefeitura deu de ombros às incontinências e pôs abaixo o conjunto de alvenaria. E o camelódromo ali instalado foi varrido do local. E a quadra da Rua Moreira César foi reaberta a veículos.

Há outras curiosidades sobre a praça que podem gerar mal-entendidos. Um mourão de concreto sem qualquer indicação sobre a sua existência é uma delas. É sabido por alguns, porém, que aquilo foi inaugurado por Arthur da Costa e Silva. A conclusão, logo, indica que o "pai" do AI-5 inaugurou um poste em Caxias do Sul. É que a placa de bronze que continha o motivo daquilo sumiu. A sua recuperação não significa, certamente, exaltar o ditador, mas serviria de prova de que Caxias do Sul – pelo poder político de então – cortejou o marechal que comandou o País no auge da ditadura.

Isso ocorreu em 1969. Os registros indicam que Costa e Silva esteve em Caxias do Sul para a Festa da Uva. E foi levado à praça para inaugurar o Monumento ao Viticultor, constante do mourão de concreto, cujo sentido era visto nas placas alusivas ao ato, além de conter os pioneiros expositores de uvas do maior evento do município. Juntamente com o sumiço dessas peças, atribuído a ladrões, sumiram também os bustos do empresário Cândido Calcagnotto e do jornalista Luiz Napolitano. Consta ainda que sumiu até uma placa alusiva à Bíblia.

O que que a prefeitura vai revitalizar não é de domínio público. Pelo menos não houve posição espontânea de órgãos ou instituições, como União das Associações de Bairros e Câmara de Vereadores. Ou, especificamente, da associação de moradores do bairro. Diz-se que a ação está restrita a um grupo de interesses dos arredores que cuidará do logradouro. E restrita também à prefeitura está a real fundamentação para a eliminação das árvores da primitiva Praça Campo dos Bugres.

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