Integrantes da ala brizolista deixam o partido. Presidente Maurício Flores fala em
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27.05.2021 - 13h40min
O PDT de Caxias do Sul está buscando construir uma chapa de consenso para a eleição da Executiva municipal que será realizada no dia 16 de junho. Porém, a tentativa de unificação naufragou com a dissidência de parte da ala brizolista, liderada por Jonatan Fogaça, integrante do diretório municipal e estadual e figura próxima ao ex-governador, Alceu Collares e ao ex-presidenciável, Ciro Gomes. Na semana passada, ele anunciou o afastamento do partido.
Há cerca de um mês, Fogaça, o ex-candidato a vereador, Vítor Hugo Gomes e o ex-presidente do PDT, Alfredo Paim, chegaram a ensaiar uma chapa de oposição para a disputa da presidência do partido.
Entre os motivos para as baixas estão a decisão do diretório nacional de promover uma chapa de consenso, o afastamento das bandeiras brizolistas e sociais e o apoio de alguns filiados a pautas bolsonaristas.
"O PDT de Caxias se perdeu nos acordos internos, e infelizmente a chama brizolista autêntica não tem mais espaço dentro do partido", frisa Fogaça.
Também de saída do PDT, Vitor ressalta que foi "muito bem recebido" no partido pelas principais lideranças da sigla como o ex-prefeito, Alceu Barbosa Velho e o ex-candidato a prefeito, Edson Néspolo, mas que pretende buscar um partido mais alinhado com seus ideais.
"Não tenho crítica nenhuma ao PDT. O grupo que eu participo dentro do PDT é mais brizolista e comprometido com os ideais de formação social e com o povo mais humilde. Preciso de um partido mais afinado com os meus ideais e que tenha mais espaço para trabalhar no partido", disse Vitor.
O presidente do PDT caxiense, Maurício Flores, reconhece a crise interna, mas frisa que conta com o auxílio do vereador Rafael Bueno para construir uma chapa de consenso. Para isso, está encaminhando ofício para os presidentes dos movimentos do partido solicitando indicações para compor o diretório.
"A gente está trabalhando e aparando algumas arestas. Estou sabendo do afastamento do Fogaça, mas não tenho como opinar. Todos os grupos do partido vão ter direito a um lugar dentro do diretório. Com certeza o partido vai estar unificado, forte e bem representado para a eleição do ano que vem", ressaltou.
Maurício Flores diz ainda que não é candidato à reeleição e projeta o nome de Raquel Rota para conduzir o partido.
Além da imposição da chapa de consenso, as manifestações do vereador pedetista, Ricardo Daneluz, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro têm causado desconforto entre os filiados. Maurício garante que dentro da sigla não tem espaço para as pautas bolsonaristas.
"O vereador Daneluz tem se mostrado muito aberto para o diálogo", disse o presidente.
A saída de Maurício da presidência do partido tem outro objetivo. Ele pretende concorrer a deputado federal.
"Sou candidato se o partido quiser. Sou candidato a candidato. Mas o principal nome é do Alceu", comentou.
Saída precipitada
Mesmo com discordâncias sobre os rumos do partido, o ex-presidente do PDT, Alfredo Paim, garante que permanecerá no partido pelo menos até a próxima eleição à presidente da República.
"Sou brizolista é a melhor alternativa para o país é a candidatura do Ciro Gomes. O PDT tem um monte de coisa errada, mas me aponta o partido que não tem", comenta.
Segundo Paim, o movimento liderado por Fogaça é precipitado.
"Nesse momento pra mim essa questão está descartada. Eu lamento o que está acontecendo no PDT. Minha posição é de resgatar o brizolismo. Por qual o caminho eu não sei. Se isso não for mais viável aí é outra história. A unidade não depende da gente e sim de quem está na presidência".
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