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Franciele Oliveira/Divulgação

Estreia neste sábado (22), às 15h, a exposição fotográfica Ver o outro - As famílias senegalesas muçulmanas na Serra Gaúcha. As fotos estarão expostas em seis totens que formam um triângulo espalhados ao redor do Monumento à Liberdade, na Praça Dante Alighieri. O trabalho é assinado por Franciele Oliveira permanece no local até o dia 11 de novembro.

Cinco totens representarão pontos-chave para pensar a presença dos senegaleses: a família senegalesa em deslocamento, as mulheres, os muçulmanos, as crianças e a relação com Caxias do Sul. A sexta estrutura será a abertura e o encerramento da exposição, oferecerá interatividade e receberá o sentimento de quem passar por lá, for tocado e quiser contribuir.

Um bate-papo com o tema “O lugar dos imigrantes em Caxias do Sul”, junto à exposição, completa a programação dessa primeira etapa. O convidados são o imigrante senegalês Cher Cheikh, a vereadora e deputada federal eleita Denise Pessoa (PT), a assistente social do Centro de Atendimento ao Migrante, Geraldine Monteiro, e a profissional de marketing e presidente do Vivacidade, Madeline Juber. Em novembro, a mostra vai para a Praça do Trem, no Bairro São Pelegrino.

Lambes espalhados pelos arredores possibilitarão que a exposição se espalhe por outros pontos da cidade. O catálogo da exposição com ilustrações e informações complementares ao material exposto na rua pode ser conferido no site movisaberesefazeresmigrantes.com.

Produtora do projeto ao lado do senegalês Demba Sokhna, Franciele explica que o a exposição reúne um grupo de pessoas de diversos lugares que buscam por dias melhores e por uma sociedade mais justa e humana.

"Estamos trabalhando juntos em prol da cultura, da arte e da ressignificação da história de Caxias do Sul. A exposição nasce de demandas sociais, de olhares e vivências na cidade de Caxias sobre os movimentos que a constituem. Há muitos migrantes e pessoas em deslocamento que não se percebem neste lugar. Os imigrantes internacionais acabam por se distinguir em função das diferenças culturais e da língua, mas Caxias recebe diariamente migrantes de todo o Brasil", explica.

Demba reforça que esse movimento não está restrito ao nosso país, logicamente, e ressalta como é visto por aqui.

"A imigração hoje em dia é algo natural, normal. Infelizmente, no Brasil assusta, mas pessoas estão indo em tudo que é lugar do mundo para buscar oportunidades, trabalho, conhecimento, recursos, culturas", ressalta.

Para ele, ao se olhar de verdade para o outro, ao vê-lo realmente, percebe-se o quanto de coisas extraordinárias ele tem e o quanto pode ser importante para o nosso dia a dia.

"Passamos pelo outro sem perceber o que ele tem de importante para nós", completa.

Conforme a historiadora Geovana Erlo, responsável pela expografia, com a intenção de sugerir que o outro seja visto de forma integrativa, os suportes para as fotografias foram criados de forma a possibilitar interação do público.

"O elemento tem relação com três conceitos que norteiam a exposição: o ver, o viver e o mover. A escolha do triângulo representa a noção da família, pois é a forma geométrica mais utilizada pela sua rigidez e sustentação", explica.

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