Executivo defende concessão por 30 anos. UAB e AMaesa sustentam a criação de fundação de direito público
redacao@serraempauta.com
16.03.2023 - 17h50min
A reunião entre o prefeito Adiló Didomenico (PSDB), secretários municipais e representantes da União das Associações de Bairros (UAB) e da Associação Amigos da Maesa (Amaesa) nesta quarta-feira (15) terminou sem entendimento.
Enquanto o governo municipal defende o modelo de ocupação de parceria público-privada (PPP) patrocinada, as entidades sustentam que a melhor alternativa é a criação de uma fundação de direito público, igual a do Theatro São Pedro de Porto Alegre, que pode receber recursos financeiros por meio de emendas parlamentares, do Ministério da Cultura, e de venda de ingressos.
A secretária do Planejamento, Margarete Bender (sem partido), que fez parte da primeira comissão referente ao tema, pontuou as primeiras diretrizes estabelecidas e reforçou que todas estão contempladas na atual proposta.
"Desde o início são diretrizes abrigar secretarias municipais, disponibilizar área pública para lazer dos cidadãos, ter museu referente à indústria, preservando o histórico da Maesa, ter mercado público e ter um processo de gestão que seja economicamente sustentável. Tudo isso segue na atual proposta", afirmou.
O prefeito destacou que a proposta ainda não é um projeto definitivo, justamente por estar com consulta pública aberta no momento.
"Inclusive a legislação exige consulta de 30 dias e estamos trabalhando com 60 dias, para que todas as pessoas interessadas tenham tempo de contribuir", pontuou.
A consulta pública está disponível em tinyurl.com/consulta-maesa. Qualquer pessoa pode fazer questionamentos e contribuições à proposta.
Os estudos realizados pelo Escritório de Parcerias Estratégicas apontou, após realizar estudos de cenário, a concessão patrocinada como alternativa mais viável para viabilizar a reforma e ocupação do espaço, em um prazo de até 12 anos e custo estimado em mais de R$ 100 milhões. O projeto prevê acesso gratuito e o uso público do complexo cultural e turístico, mesclado com espaços para empreendimentos privados como lojas, gastronomia e hospedagem.
O ex-vice-prefeito e diretor jurídico da UAB, Elói Frizzo (PSB), disse que o governo municipal acenou com a possibilidade de discutir o tema com a ex-secretária da Cultura e gestora da Maesa no governo do prefeito Flávio Cassina (PTB), Rúbia Frizzo.
"Temos que definir o modelo de gestão e entendemos que a fundação de direito público é a melhor opção. O governo pretende entregar por 30 anos a administração da Maesa para a iniciativa privada. A lei de doação do imóvel foi alterada e houve desvio de finalidade", sustenta Frizzo.
Segundo o ex-vice-prefeito, a administração poderia usar o recurso que pagará de aluguel na Maesa para iniciar a reforma e a transferência de secretárias municipais para o prédio histórico.
"Com a instalação de quatro, cinco secretarias, a Maesa contaria com uma circulação de cerca de 500 pessoas por dia. Isso iria viabilizar o Mercado Público", estima Frizzo.
Representantes da UAB e da AMaesa têm reunião com o Ministério Público agendada para o dia 21 de março, às 15h. Na ocasião, deverão protocolar uma representação contra o modelo de gestão da administração.
Leia mais:
Hospital São Carlos de Farroupilha pede apoio para deputado Neri, o Carteiro
Projeto Gesta quer potencializar cena cultural da Zona Norte de Bento Gonçalves
Autorizado início de obras de adequação de PPCI em 10 escolas municipais de Caxias
Prefeitura publica licitação para concessão de relógios digitais em Caxias
Vereador de Caxias Lucas Caregnato apresenta demandas em Brasília
Tags:
Impasse Prefeitura de Caxias UAB AMaesa divergências modelo ocupação Maesa Caxias do Sul