Prefeitura de Caxias retira projeto que pretendia criar cargos de diretor-superintendente

André Tajes/Serra em Pauta

A Prefeitura de Caxias decidou retirar da pauta de votação o projeto de lei complementar que pretendia criar sete cargos do topo da estrutura administrativa e extinguir 16 cargos - a maioria – de menor salário. O objetivo era atender a necessidade da administração e compensar diante da situação financeira do Município. A decisão foi oficializada momentos antes do início da sessão extraordinária realizada na tarde desta quinta-feira (26).

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Desta vez, o trabalho de articulação política coube ao chefe de Gabinete, Cristiano Becker da Silva e a secretária de Governo, Grégora Fortuna Passos, ambos do PTB. Protocolado nesta quarta (25), com a garantia de que haveria o número mínimo de votos suficientes para a aprovação – 12 votos, o governo municipal teve que recuar depois de ser alertado de que teria o apoio de no máximo oito parlamentares favoráveis à matéria.

Mesmo de férias, o prefeito Adiló Didomenico (PSDB) teria recebido mensagens de alerta sobre o perigo de perder a terceira votação no plenário. A primeira tentativa para a readequação de cargos ocorreu em setembro de 2021 e a segunda no dia 17 de janeiro deste ano.

A prefeita em exercício, Paula Ioris (PSDB), explicou o motivo para a retirada do projeto de lei. Ela ressalta que a administração vai trabalhar para ampliar a compreensão sobre a necessidade da proposta.

"Percebeu-se no acompanhamento dos vereadores que projeto poderia não passar. Resolvemos retirar para trabalhar mais. Ampliar compreensão. O projeto é importante para o fortalecimento das estruturas das nossas secretarias, para podermos fazer mais entregas. Quem ganha é a comunidade. Não aumenta custo e isso precisa ficar bem compreendido", comentou Paula, que garantiu que a administração irá reapresentar o projeto.

"Temos essa necessidade bem identificada desde o início do governo. As estruturas são complexas, com imensas demandas. Baseados nisso certamente vamos enviar sim", completou.

Para a votação desta quinta, a forte pressão contrária ao projeto veio de um grupo de vereadores da base aliada. Uma das versões que circulam nos bastidores é de que esses parlamentares não gostariam de ver o ingresso do vereador suplente Alberto Meneguzzi (PSB) na Câmara. Com a aprovação do projeto, Adiló pretendia convidar o vereador Wagner Petrini (PSB) para assumir como titular da Secretaria da Habitação. Idair Moschen, primeiro suplente do PSB, também assumiria um cargo no Executivo abrindo espaço para Meneguzzi.

A outra versão é de que esses vereadores estariam criando dificuldades para o Governo Adiló, por que estariam articulando a construção de siglas como o PL e o União Brasil visando a criação de uma chapa para concorrer à Prefeitura em 2024.

Lideranças partidárias que conversaram com a reportagem, mas pediram anonimato, são unânimes em afirmar que a base de sustentação do governo na Câmara está esfarelada, e que Adiló precisa agir rapidamente para manter a governabilidade.

Sobre a possibilidade de a administração ter perdido a base de sustentação na Câmara, Paula foi bem sucinta.

"Não", responde a prefeita em exercício.

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