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Elisabete Bianchi/Divulgação

O prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico (PSDB) demorou mais de 24h para se posicionar sobre as declarações do vereador Sandro Fantinel (Patriota), em que ofende os trabalhadores baianos que foram resgatados em situação de trabalho análogo à escravidão em Bento Gonçalves.

A reportagem solicitou uma manifestação de Adiló nesta quarta-feira, dia 1º de março, às 9h34min, e só obteve retorno somente às 11h33min, quando a Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura divulgou uma nota em um tom vazio.

Segundo a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, Adiló prefere não fazer "julgamento de mérito" sobre o discurso de Fantinel, mas repudia "qualquer forma de discriminação e preconceito", diz ainda que respeita a autonomia da Câmara de Vereadores e ressalta que Caxias "é uma cidade acolhedora e referência em recepção e capacitação de migrantes". Confira a nota na íntegra abaixo.

Enquanto Adiló apostou em uma manifestação em tom genérico, o governador Eduardo Leite (PSDB), marcou uma posição incisiva – e classificou o discurso de Fantinel de xenófobo e nojento.

"O discurso xenófobo e nojento de vereador de Caxias contra o nordeste não representa o povo do Rio Grande do Sul. Não admitiremos esse ódio, intolerância e desrespeito na política e na sociedade. Os gaúchos estão de braços abertos para todos, sempre. Vamos buscar autoridades do querido estado da Bahia para que nos visitem e acompanhem as atitudes que já estamos empreendendo e para nos aliarmos em outras ações conjuntas de nossos estados para banir o preconceito", escreveu Leite, nas redes sociais.

Confira a nota na íntegra

"Repudiamos qualquer forma de discriminação e preconceito. Com relação ao fato ocorrido no município vizinho, reiteramos nossa inconformidade e determinamos reforço a todas as ações destinadas a garantir condições dignas de trabalho e assistência a todos que procuram Caxias em busca de oportunidades, sejam elas temporárias ou permanentes. Nosso município, desde sua fundação, é formado por pessoas que vieram de outros países e estados em busca de melhores condições de vida. O acolhimento está no DNA do desenvolvimento de Caxias. Um exemplo: só no ano passado, a prefeitura, em conjunto com a Polícia Federal, regularizou a situação de mais de 1.800 estrangeiros de 30 nacionalidades que viviam de forma irregular no país".

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