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Opinião

Picolé na Antártida e nossa corrupção do dia a dia

Antônio Braga: 'Eles têm a consciência tão corrompida quanto a dos protagonistas de grandes escândalos.'

Colunista - Redação

redacao@serraempauta.com

Divulgação
Foto Principal - Notícia

De passagem pela farmácia básica do SUS, na rua Sinimbu, no centro de Caxias do Sul, lá estava um velho conhecido. Depois dos salamaleques de sempre, com recordações do longo tempo sem notícias um do outro, veio a prosa. Logo no início, porém, não fosse o respeito ao próprio passado, a vontade foi a de mandá-lo "vender picolé na Antártida". É impressionante como nem o tempo melhora a consciência de certas pessoas! Pior, o velho conhecido não foi o único caso flagrante. Todos em busca de vantagens.

O ambiente estava apinhado de gente em busca de aviamento de suas receitas médicas. Logo à entrada dois pontos indicavam a retirada de senhas para o atendimento. Uma das senhas era vermelha para o público em geral. A outra, azul, reservada para as pessoas enquadradas como preferenciais. Umas dessas pessoas, poucas, usavam máscaras antivírus. Umas sentadas. Outras em pé. E outras por decisão própria, na calçada, no passeio público. A espera era relativamente longa!

Nos guichês de atendimento, os agentes, com a agilidade requerida para cada caso, despachavam um a um aos usuários. Fazia calor. As conversas causavam um vozerio nada musical. Apesar do desconforto próprio de ambientes para quem espera, o quadro era de compreensão, de resignação. Ninguém podia pular na frente de ninguém. A senha era o freio. Nesta situação, somente os casos especialíssimos teriam o direito de quebrar a corrente. Pessoas com mais de 80 anos, por exemplo.

Acontece que o velho conhecido, posando de "esperto", garbosamente exibindo a sua "esperteza", havia se apossado das duas senhas – vermelha e azul. O ato dele fez desviar a atenção para o fato de que outros "véio", acima de 60 anos, estavam fazendo a mesma coisa. Era o famoso "jeitinho" que cada um buscava para burlar o sistema em proveito próprio na tentativa de passar o semelhante para trás.

Por certo, com bom senso, a gerência da repartição pública deixou ao arbítrio dos próprios usuários o controle da distribuição de senhas. Por suposição, claro, em princípio, todas as pessoas têm a consciência honesta. Deveriam, ao menos! Afinal, se a repartição dispusesse um servidor para organizar a distribuição de senhas, estaria gerando custo pago pelo contribuinte, além de ficar com um guichê a menos por falta de agente.

Diante de tudo isso, "vender picolé na Antártida" não passa de força de expressão, mas que esses "espertos" mereciam algum tipo de "reprimenda", ah, isso mereciam. Afinal, eles têm a consciência tão corrompida quanto a dos protagonistas de grandes escândalos fartamente registrados ao longo da história.

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