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Olimpíadas: romantizando a precariedade

Felipe Gremelmaier, vereador de Caxias do Sul

Colunista - Redação

redacao@serraempauta.com

Letícia Kreling/Divulgação
Foto Principal - Notícia

A cada quatro anos, somos atraídos pelo esporte e seus resultados. Atente que, a cada quatro anos, temos um ciclo olímpico. É nesse período, de entressafra, que todos "valorizam" a luta e os absurdos que antecedem a participação brasileira nas Olimpíadas.

Durante três anos, poucos são tocados pelas dificuldades do esporte e, principalmente, pela deficiência nacional de incentivo à prática, seja de base/educacional ou de rendimento/profissional.

Nesse período, inclusive, muitos defendem a redução de investimento na área. Não se comovem com o fim do Ministério do Esporte e com a redução de verbas que impacta nos municípios.

Candidatos a cargos políticos defendem o fim de secretarias de esporte, mas cobram resultados nas Olimpíadas e exaltam as conquistas.

"A falta de incentivo aniquila os sonhos"

Quando se romantizam casos como treinar três noites por semana, pegar dois ônibus para treinar, surfar em pedaço de isopor ou nadar em lago emprestado pelo amigo, encobrimos a falta de incentivo aos atletas.

Conforme o globoesporte.com, dos 309 atletas brasileiros em Tóquio, 42% não têm patrocinador, 26% recebem menos de R$ 2 mil de auxílio, 13% fizeram vaquinha para competir e 10% sequer vivem do esporte. E são atletas olímpicos.

Esses números refletem a romantização da precariedade do esporte, quando tratamos os atletas como "esforçados", "guerreiros", "em condições adversas" e outras expressões de impacto.

Se oferecêssemos condições de formar atletas de alto nível, essas expressões seriam utilizadas na busca por medalha.

Seriam assim: "foi um guerreiro em quadra"; o "esforço na prova trouxe o ouro no atletismo"; "mesmo com as condições adversas no pentatlo"; "foi lá e trouxe o bronze"...

Não é culpa do atleta, nem da conquista, e sim de um país que não apoia o esporte. Consequentemente, vira as costas para esportistas de todas as cidades, que poderiam ter oportunidades diversas, desde cedo, no turno inverso ao escolar.

A falta de incentivo aniquila os sonhos. Esporte não é gasto. É investimento e prevenção. Tudo é difícil, inclusive crescer e evoluir. Defendo o esporte e sonho com um Brasil que veja o esporte 365 dias por ano, e não a cada 1.095 dias.

Felipe Gremelmaier
Vereador de Caxias do Sul

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