Conforme estimativa dos prestadores de serviço, o passivo é de cerca de R$ 15 milhões, entre 140 empresas e 500 pessoas
redacao@serraempauta.com
23.08.2022 - 10h03min
A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação, Cultura, Desporto e Lazer da Câmara de Caxias do Sul realizou nesta segunda-feira (21), uma reunião pública com a finalidade de detalhar as novas ações que buscam viabilizar o pagamento aos credores das Surdolimpíadas. Conforme estimativa dos próprios credores, o passivo total seria de cerca de R$ 15 milhões, entre 140 empresas e 500 pessoas.
Na condução dos trabalhos, esteve o vereador Adriano Bressan (PTB). O parlamentar organizou, sob caráter de urgência, um plano de atualização em forma de grupo de trabalho com as partes envolvidas.
"Os prazos devem ser imediatos. Todos aqui presentes trabalharão em conjunto, para tentar chegar a uma conclusão satisfatória. Desde os poderes Executivo e Legislativo até os demais presentes, o compromisso para encontrar as melhores linhas de ações será cumprido", ressaltou.
O entendimento da gravidade da situação foi uma das pautas levantadas pelos credores presentes. Como dado levantado em alguns questionamentos, são mais de 90 dias sem um relatório que explique aos envolvidos o real cenário dos pagamentos, por parte da organização.
De acordo com o representante dos credores, Rubens Sullivan, a falta de respaldo é mais uma forma de demonstrar como foi e é a situação da edição das Surdolimpíadas, em Caxias.
"São três meses esperando alguma resposta. Vamos ter que pagar pelos outros? O que era para ser um legado se tornou um fiasco", enfatizou.
O CEO da 24ª edição das Surdolimpíadas, Richard Douglas Ewald, esteve presente ao encontro. De acordo com ele, novos planos de pagamentos já estão sendo feitos por parte do Comitê.
"O objetivo de tornar o prejuízo do evento menos agressivo é uma preocupação constante e, para isso, novas linhas de ação estão sendo planejadas. Estamos trabalhando com frentes imediatas. Uma delas é a cobrança por parte das nações que devem. O valor referente a isso é pouco mais de R$ 1 milhão, mas sabemos que não resolve tudo", pontuou.
Ewald disse acreditar que o acervo midiático do evento poderia ser negociado e servir como paliativo, para as dívidas.
"Transformar esse material em uma espécie de museu digital é um projeto que já está sendo preparado para levar às esferas públicas e aos bancos, uma prática comum nesse cenário. Temos, também, um bom relacionamento com uma frente do Governo Federal e, em breve, estaremos em Brasília, para buscarmos uma mobilização que ajudará no pagamento das contas. São tratativas vistas com cautela, mas estamos avançando", ponderou.
O secretário municipal do Esporte e Lazer, Gabriel Citton, afirmou que a realização do evento, em Caxias, sempre foi um desejo por parte da pasta, tendo, inclusive, a composição de um grupo gestor criado na definição da edição. Citton destacou que os legados encontrados na realização da Surdolimpíadas se dividem, e uma das consequências é a atual situação com os credores.
De acordo com o secretário, o Município também se encontra na situação de credor, tendo a receber mais de R$ 400 mil, pelo empréstimo do Parque Mário Bernardino Ramos.
"Observamos dois tipos de legados do evento e, infelizmente, o maior deles é o negativo", disse.
Leia também:
Sindicatos do comércio de Caxias confirmam reajuste de 11,92%
Prefeitura de Caxias e Hospital Pompéia põem fim ao prazo de 90 dias para fechamento de maternidade e atendimento pelo SUS
ExpoBento e Fenavinho abrem comercialização de espaços para empresas de Bento Gonçalves
Caxienses aproveitam domingo na Feira Cultural da Maesa
OPINIÃO: Caminhos acanhados, mas caminhos
Tags:
Câmara de Caxias trabalho conjunto ações buscar recursos pagamento credores Surdolimpíadas Caxias do Sul