Antônio Braga: "O valor humano pode ser analisado entre o soberbo e o bronco."
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27.06.2022 - 07h35min
O valor humano pode ser analisado entre o soberbo e o bronco. O soberbo imagina encarnar um garanhão sem se dar conta que pode envergar um cavaleiro em seu próprio lombo. Ele se vê como garanhão! Desconhece, porém, que o animal relincha mesmo tendo alguém em sua monta. Outro dia, num local fechado, de umas 30 pessoas, umas três usavam máscara antivírus. O grupo sem máscara olhava, de soslaio, para os com máscara como se esses fossem broncos, cagalhões, com medo do vírus, sem enxergar que a "prisão" da máscara é a liberdade para os seus rompantes.
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A pandemia de coronavírus, no Brasil, aponta um rastro de 700 mil mortos, o equivalente a uma Caxias do Sul e meia varrida do mapa. Ora, isso é o tanto de mortos no genocídio armênio praticado pelos otomanos, o que opõe, ainda hoje, a Turquia e o mundo cristão. Algo terrível! Os armênios, expulsos da Turquia, perderam emprego, casa, propriedade, sendo forçados a peregrinar sem rumo, sem água, sem comida, sem agasalho, até morrerem de fome, de sede, de doença, de intempérie. Tudo em nome da "limpeza" humana imposta pelos soberbos.
No caso do coronavírus está provado que só a prevenção protege a todos. Vacina, máscara e higiene são os meios mais eficazes contra o sofrimento. E contra a morte! Sim, claro, salvo aqueles casos em que a natureza os dotou de imunidade própria. Apesar de tudo (vacina, máscara, higiene), vidas ainda se perdem, algo considerado, hoje, como aceitável. Controlado! Mas quem gostaria de estar entre os casos "aceitáveis"? E sofrer! E morrer!
A máscara ainda é uma "prisão" recomendável. Os "broncos" são aqueles que oferecem liberdade aos soberbos, pois de suas bocas jamais sairá um perdigoto contaminado voando em direção à fuça dos "imunes". Enfim, parece ser mais saudável enaltecer o gesto de broncos ao invés de dar glórias a soberbos, visto que a fogosidade desses pode estar montada por quem fica na espreita para destruir vidas. E famílias!
A fábula bíblica do garanhão que relincha mesmo montado é, pois, uma lição de humildade. Aquele que usa máscara, sem ninguém a montá-lo, ainda que já plenamente vacinado, usa o equipamento para proteger também o semelhante. Esse, porém, montado pela soberba, não alcança a régua da humildade do bronco. Essa foi, pois, a distância do soberbo que acometeu o império otomano, cujo final não passava de um poder caricato.
– O intrometido coronavírus está à espreita de lombos vistosos. E nem tão vistosos! Máscara, sempre.
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