Líder do governo Guerra na Câmara, mas rompido com o ex-prefeito, Renato Nunes aposta no eleitorado evangélico para conquistar a prefeitura de Caxias
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09.10.2020 - 15h28min
“Não estou de brincadeira. Não é para me achegar em alguém no segundo turno. Não é visando candidatura a deputado daqui dois anos. Minha disposição em concorrer é por me sentir capacitado a ser prefeito depois de ter estado três vezes como vereador”. É com a intensidade habitual que Renato Nunes (PL), 47 anos, responde à indagação sobre por que trocar uma eleição provavelmente certa ao Legislativo por uma de probabilidade duvidosa ao Executivo.
Com um discurso de apaziguar a cidade, mas mantendo a crítica contundente aos adversários conhecida desde a Câmara de Vereadores, o pastor evangélico e bacharel em Direito projeta chance reais de vitória ao alicerçar a candidatura sobre o eleitorado religioso e na fragmentação de votos entre 10 dos 11 candidatos. “Tem muitos candidatos, a votação vai se espalhar. O PT tem um eleitorado fiel. Meu sonho é ir contra eles no 2º turno”, revela.
Confira a entrevista completa aqui.
O caminho para tanto é, segundo o candidato, o conhecimento dos oponentes. “Conheço todos e não tenho medo de nenhum”, anuncia. Mesmo criticando a suposta pretensão de alguns concorrentes de participar deste pleito apenas para se cacifarem como candidatos a deputado em 2022, ou para “se valorizar para negociar o 2º turno”, Nunes não nega, entretanto, a união com os rivais na segunda etapa da eleição. “Podemos sim alinhar mais a frente, somando forças em prol de Caxias, não de partidos”.
O potencial eleitoral está, segundo o candidato, na base evangélica, da qual é oriunda também a candidata a vice-prefeita, Priscila Vilasboa. “Pela primeira vez na história Caxias tem uma chapa a prefeitura totalmente evangélica. O caxiense sempre votou em católico, espírita, maçon,... Por que não agora ser a nossa vez?”.
A “mobilização evangélica”, contudo, é “para chegar lá”, assegura Nunes, e não para determinar os rumos da administração. “Governo não tem religião, é para todos. Por ser cristão, vou ter visão mais conservadora, mas a própria Constituição federal diz que o governo não pode ter preferências religiosas. Vamos preservar o Estado Laico”.
Governo Guerra - Como exemplo desse comprometimento, Nunes cita aquele visto como o aspecto mais dúbio de sua candidatura: a relação com o governo Daniel Guerra, ao qual é ao mesmo tempo alinhado e distanciado.
“O ex-governo liberou a Marcha para Jesus e não a Parada Livre na área central. Isso nunca vai acontecer comigo. Cada um tem seu direito e ninguém é mais do que ninguém”, compara.
Depois de duas legislaturas como vereador titular, Nunes foi secretário municipal de Habitação no começo do Governo Guerra. Suplente, assumiu vaga na Câmara para ser o líder de governo. Em fevereiro deste ano, anunciou o rompimento com o ex-prefeito. Não pelo posicionamento ideológico compartilhado, mas pelas diferenças no modo de proceder. Nunes diz confiar que a população fará a mesma diferenciação. “Talvez eu fizesse as mesmas coisas que o Guerra, mas de outra forma. O povo vai distinguir”.
Propostas prioritárias
Apaziguamento da cidade: “A prioridade das prioridades é fazer um governo que agregue, una as pessoas, apaziguador, que venha a administrar a cidade com a ajuda de todas as forças de Caxias”.
Saúde: “Vamos trabalhar forte para cuidar da saúde de nossa cidade, principalmente neste momento que atravessamos de pandemia. Nossa meta é zerar o contágio de nossa população e evitar, assim, mais óbitos causados pelo novo coronavírus”.
Recuperação econômica: “Fortalecer nossa economia, gerar emprego e renda, atrair novos empreendimentos para o nosso município e não perder os que temos. Auxiliar nossas pequenas e médias empresas, fortalecer o comércio e o turismo. Iremos blindar e fortalecer nossa economia pós-pandemia”.
Relação com os governos anteriores
Sartori/Alceu: “O governo Sartori em Caxias do Sul só teve obras porque foi em um outro momento, antes da grande crise financeira de 2015. Também não a cidade com o caixa quebrado e recebeu muito dinheiro do governo federal. Foi um governo com muitos partidos loteando a prefeitura e não economizou quando poderia. O “governo” Alceu para mim foi, sem dúvida, o pior governo da história de Caxias. O governo Guerra pode ter sido desastroso e atrapalhado, mas mesmo assim foi melhor, de longe, do Alceu”.
Guerra: “O Daniel Guerra me surpreendeu negativamente, comprou muita briga, conseguiu estragar o governo. Cheguei a me ajoelhar pedindo para ele fazer diferente. Desde a sessão do impeachment fiz um desabafo me afastando. Mas votei contra porque não se constatou crime algum na administração”.
Cassina: “Sou totalmente descolado do governo-tampão do Cassina.
Calendário
5/10 Adiló Didomenico e Antonio Feldmann
6/10 Carlos Búrigo e Edson Néspolo
7/10 Júlio Freitas e Marcelo Slaviero
8/10 Nelson D’Arrigo e Pepe Vargas
Hoje Renato Nunes, Renato Toigo e Vinicius Ribeiro
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