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Entrevista

Mudei de opinião, mas não mudei de princípios, diz Eduardo Leite sobre decisão de concorrer à reeleição

Em entrevista, pré-candidato ao Piratini falou sobre a possível coligação com o MDB e suas prioridades em eventual segundo mandato

Colunista - André Tajes

André Tajes

andre.tajes@serraempauta.com
26.07.2022 - 09h57min

André Tajes/Serra em Pauta
Foto Principal - Notícia

O pré-candidato ao Piratini pelo PSDB, ex-governador Eduardo Leite (PSDB), apresentou para um grupo de filiados e apoiadores de Caxias do Sul e região as principais ações do seu governo. O encontro ocorreu na noite desta segunda-feira (25), na Câmara de Vereadores.

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O ato contou com a presença do prefeito Adiló Didomenico, da vice Paula Ioris, do deputado estadual Neri, o Carteiro, dos vereadores caxienses Marisol Santos, Olmir Cadore e Tatiane Frizzo, além do ex-prefeito de Nova Pádua, Ronaldo Boniatti.

Descontraído, Leite arrancou risadas da plateia quando brincou com a idade do Boniatti, 40 anos e depois quando pediu para um auxiliar seguir para a próxima lâmina da apresentação.

O pré-candidato ressaltou o trabalho de gestão que conduziu para o reequilíbrio das contas e a retomada de investimentos. Ele explicou para as lideranças temas complexos como as mudanças na Previdência dos servidores e a negociação para o pagamento da dívida do Estado com a União. Também abordou sobre o passivo dos depósitos judiciais, e o empréstimo de até U$ 500 milhões de dólares para pagar dívidas dos precatórios.

Leite comentou ainda sobre o pagamento em dia dos salários, o aumento de salários para os professores e ressaltou os investimentos em saúde, educação e infraestrutura das rodovias.

"Tenho uma responsabilidade para além de governar, de fazer gestão, que é dividir conhecimento. Não posso simplesmente vir aqui e pedir votem em mim. Esses momentos são importantes para que a gente possa para fazer essa multiplicação. E vocês falem isso para os outros não só para a gente poder ganhar a eleição, mas para formar consciência, mudar pensamentos, raciocínios e forma de visão para não ficarmos caindo nessa polarização", pediu aos correligionários.

Crítica a Onyx Lorenzoni

Apesar de preferir não definir um adversário na corrida eleitoral (leia na entrevista abaixo), Leite criticou a falta de capacidade de trabalho do candidato ao Governo do Estado, Onyx Lorenzoni (PL).

"A gente larga no dia 1º de janeiro (de 2023) governando o Estado e não aprendendo a governar como muitos que se apresentarão. (...) Tem um deles que foi ministro em quatro pastas num período de quatro anos. É por que não deu certo em nenhuma e não por que é bom em tudo. Não deu certo em lugar nenhum", disse se referindo ao Onyx, que na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi secretário-geral, ministro-chefe da Casa Civil e ministro da Cidadania, e do Trabalho e Previdência.

Leite citou como exemplos positivos os ministros da Agricultura e Infraestrutura, Tereza Cristina e Tarcísio de Freitas, que permaneceram durante todo o governo nas mesmas pastas.

Após o ato político, Leite concedeu entrevista exclusiva ao Serra em Pauta. Confira na íntegra.

Serra em Pauta: O senhor havia afirmado que não iria concorrer à reeleição. Mudou de ideia. Como pretende explicar isso para os gaúchos?
Eduardo Leite:
Eu mudei de posição, de opinião, mas não mudei de princípios. Eu renunciei ao mandato. Tem um governador governando, cuidando do governo. E eu estou disponível apresentando não só o que fizemos, mas o que nós queremos para o próximo ciclo. Temos uma eleição polarizada nacionalmente que terá seus representantes aqui no Estado. Eu me apresento no sentido de buscar evitar que o Estado que nós buscamos pacificar (...) venha trilhar esse caminho de enfrentamento entre dois campos políticos apostos que mais estão preocupados em aniquilar o outro do que construir algo para o futuro do Estado. (...) O eleitor terá a oportunidade de tomar uma decisão sobre o que ele quer para o futuro do Rio Grande do Sul, se queremos avançar nas conquistas dos anos recentes ou se queremos embarcar nesse enfrentamento político que o país tem tido ao longo desses últimos anos.

O seu candidato a vice de preferência é do MDB?
Essa é uma articulação complexa. Os partidos têm as suas circunstâncias. O União Brasil está conosco, ele tem uma prerrogativa sobre a questão (candidatura) do vice. Aguardamos a definição do MDB para poder, se for o caso trabalhar essa posição. Entendo que o MDB tem a sua complexidade, pelo seu tamanho, pelas suas lideranças, pela sua história, sempre teve seus candidatos. A discussão sobre não ter candidato é um tema novo para o partido (MDB) que, portanto, naturalmente, tem a sua complexidade de debate interno. Se optarem por estar conosco ficarei muito feliz. Se optarem por ter candidatura própria terá o meu profundo respeito. O deputado (estadual) Gabriel Souza é uma liderança que eu respeito. Cabe a eles decidirem o caminho que entendam melhor para o partido e o futuro do Estado. Vamos aguardar esse desdobramento ao longo dessa semana, com muito respeito ao tempo que o MDB precisa para seus debates.

Quem são seus principais adversários na disputa ao Piratini?
Quem vai escolher essas posições é a população. Eu não escolho os adversários. O que eu tenho visto é um discurso muito aproximado no que diz respeito a gestão e a responsabilidade sobre as contas entre os dois candidatos que estarão representando a polarização nacional. Nitidamente, o deputado (federal) Onyx Lorenzoni (PL) e o deputado (estadual) Edegar Pretto (PT) se aproximam muito no que diz respeito a forma que encaram a maneira como o Estado deve agir sobre as contas públicas. Isso me preocupa muito. Nós trabalhamos muito fazendo as reformas para que o Estado equilibrasse suas contas (...), mas para manter esse equilíbrio é preciso manter a disciplina. Infelizmente, a posição que adotaram na discussão sobre o Regime de Recuperação Fiscal e o teto de gastos coloca em risco. Meu principal adversário é essa postura em relação a responsabilidade na gestão das contas, que afetaria a prestação de serviços e tudo aquilo que a gente conquistou nos últimos anos. É isso que eu vou enfrentar e a população escolherá quem serão adversários, quem estará sendo levado para o segundo turno.

Qual será sua prioridade em um eventual segundo mandato?
Vamos ter um ponto de partida numa outra condição. No primeiro mandato tivemos que lidar com a crise fiscal violenta nas contas, a pandemia e a estiagem. Queremos num segundo mandato a partir das contas equilibradas completar esse ciclo de investimentos que abrimos no Estado e que estará em curso. Muitos investimentos estarão ainda acontecendo. O Estado precisa garantir o encerramento desse ciclo de investimentos e abrir um novo ciclo especialmente voltado para o ganho de produtividade do Estado. Produtividade para o Estado significa olhar por um lado para uma economia tradicional, ligada à agricultura, precisa de políticas de irrigação, e de outro lado olhar muito para a nova economia a partir da tecnologia, da inovação. (...) E também investimentos na educação, (...) desde a formação de professores, de forma continuada, investimentos em tecnologia nas escolas, para que a gente consiga ter escolas conectadas com o futuro, vai estar no nosso foco.

Em 2018, o senhor votou em Bolsonaro. Em um eventual segundo turno entre o presidente e o ex-presidente Lula votará em quem?
Vou antes de tudo focar no Rio Grande do Sul. Eu fiz a minha parte discutindo com o meu partido, com outros partidos para ajudar a construir uma alternativa para o processo nacional, inclusive me colocando à disposição para isso. Meu partido optou por outros caminhos, é da política, eu vou dar a minha colaboração na direção de evitar que essa polarização no segundo turno aconteça. Acho que nenhum dos dois seja bom para o país, não correspondem ao que eu quero para o futuro do Brasil. Se o povo brasileiro colocar essas duas alternativas no segundo turno vamos sentar a partir do que o nosso grupo político tiver de definição e do que eles (Bolsonaro e Lula) tiverem apresentado inclusive no primeiro turno e decidir qual é o caminho que vamos encaminhar de posição no segundo turno. Mas o meu trabalho é evitar que o Brasil tenha essa polarização no segundo turno, e enquanto não tivermos o primeiro turno, eu não vou discutir o segundo turno.

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