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Eleições 2022

Moro diz que é pré-candidato à presidência e defende reformas administrativa e tributária na CIC de Caxias

Ex-ministro do Governo Jair Bolsonaro diz:

Colunista - Redação

redacao@serraempauta.com

Julio Soares/Divulgação
Foto Principal - Notícia

O ex-ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro (PL), Sérgio Moro (União Brasil) afirmou que não desistiu de mudar o Brasil. Ele também disse que é pré-candidato a presidência da República. As manifestações ocorreram nesta segunda-feira (11) no início de sua palestra no novo formato da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. Recentemente, o ex-juiz federal trocou o Podemos pelo União Brasil, fusão entre os partidos DEM e PSL.

"Eu não desisti de transformar ou de mudar o país. Ocorre que existe uma percepção de que é necessário que haja uma via democrática única para fazer frente as duas propostas políticas de extremos. E a gente precisa ter um centro unificado para fazer face a esses desafios. Nesta perspectiva, ninguém abria mão de nada, ninguém se dispunha a fazer uma espécie de sacrifício, e essa minha movimentação representa a ideia de dar um passo atrás para ajudar na formação dessa via democrática, para conseguir reunir as forças necessárias para ir adiante", explicou Moro.

As propostas de extremos a que Moro se refere são as candidaturas à reeleição de Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Sulva.

Moro disse que a ideia da sigla é apresentar um candidato único para conseguir vencer a polarização que, afirmou, não é boa para o país.

"Essa polarização acaba alimentando rancor, acaba alimentando ódio e, se não tomarmos cuidado, pode também alimentar violência".

O ex-ministro disse que para resolver os problemas do país é preciso olhar para o futuro, e que esse futuro não está nem num governo do passado, "que fracassou e que está manchado por escândalos de corrupção", mas também não está no governo atual, "que entrega um país estagnado economicamente e que abandonou as promessas que havia feito em 2018, especialmente as promessas relacionadas à continuidade do combate à corrupção e um governo que nos isolou internacionalmente".

Em relação a este isolamento diplomático, Moro citou como exemplo o tratado entre Mercosul e União Europeia, que abriria mercados europeus aos produtos brasileiros, que está parado nos parlamentos europeus, segundo ele.

"Não vai andar enquanto for este o governo. E também não vai andar se a alternativa a este governo for o governo passado. As respostas para os nossos problemas atuais não estão nos dois candidatos dos extremos. Precisamos ter uma agenda moderna, vigorosa no tema das reformas", ressaltou, citando as reformas administrativa e tributária.

Moro falou também sobre conservação do meio ambiente, desenvolvimento sustentável, Floresta Amazônica, movimento ESG (Environmental, Social and Governance) e sobre o fato de o Brasil ser visto lá fora como vilão ambiental.

"O Brasil vai perdendo oportunidades de negócios porque está com a prática errada e com o discurso equivocado. Precisamos ter uma proposta de governo que pense no crescimento econômico sustentável e inclusivo, para reduzir a pobreza e a desigualdade", afirmou.

Sobre corrupção, o ex-ministro relatou que o País avançou com a Lava-Jato.

"Pela primeira vez se viu gente poderosa sendo processada e julgada. Ninguém na Lava-Jato foi preso ou condenado senão porque ou pagou suborno ou porque recebeu suborno".

Nos últimos anos, acrescentou, o que se viu foi uma série de retrocessos. "O que aconteceu foi um desmantelamento do combate à corrupção no Brasil. Procuradores que não procuram, justiça que não julga, policiais que não investigam. É esse o retrato atual", argumentou Moro. Ele lembrou que por conta da Operação Lava-Jato R$ 6 bilhões foram recuperados para os cofres da Petrobras.

Propostas

Em relação às propostas para o Brasil, Moro reforçou a necessidade de um projeto que contemple as reformas administrativas e tributárias e defendeu o fim da reeleição para presidente da República, o fim do foro privilegiado, a volta da execução em segunda instância, a proteção a algumas instituições de controle, como por exemplo mandato fixo para diretor da Polícia Federal e indicação ao Supremo Tribunal Federal de nomes que tenham histórico de combate à corrupção.

"Eu sou o único dos pré-candidatos que têm destacado que, além das reformas e do plano para combater as causas da pobreza, além de cuidarmos da educação e da saúde com planejamento, dedicação e esforço e discutir a segurança pública com maior profundidade, precisamos recuperar os valores perdidos, princípios maiores, através de uma reforma ética do estado", disse.

Moro revelou que o economista Affonso Celso Pastore está trabalhando no seu programa econômico, o médico Denizar Vianna nas propostas da área da saúde, além de ter grupos atuando para desenvolver propostas para a área de educação, serviço público e cultura. Lamentou que nenhum dos pré-candidatos a Presidência da República fale a respeito do combate à corrupção.

Carta de Princípios

O presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, na abertura da RA, disse que o objetivo da vinda do ex-ministro era ouvir suas ideias sobre a administração da coisa pública.

"O senhor é o primeiro postulante a cargo público a receber um documento que foi produzido pelas instâncias políticas da nossa entidade com os princípios que defendemos para o projeto de Nação que queremos", pontuou o dirigente.

De acordo com Loro, a Carta de Princípios (anexa) externa o pensamento da classe empresarial de Caxias do Sul a respeito de questões de Estado que são relevantes neste momento de polarização por que passa o País.

Ao longo do ano, a entidade receberá os demais pré-candidatos a presidente da República que solicitarem agenda.

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