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Douglas Barreto/Divulgação

Os vereadores de Caxias do Sul Tatiane Frizzo (PSDB) e Rafael Bueno (PDT) protocolaram, nesta quinta-feira (20), um projeto de lei que visa instituir o Monumento a Ogum, como símbolo oficial das religiões de matriz africana de Caxias do Sul. De acordo com o documento, o objetivo é evidenciar o conjunto de sentimentos, práticas sociais e valores imateriais a partir do monumento.

Conforme os autores, com a oficialização da proposta será capaz de assegurar, sob uma perspectiva positiva e inclusiva, a civilidade e a tolerância religiosa, irmanar relações sociais, além de instaurar uma rotina de averiguação para fins de conservação e valorização constante do símbolo religioso, que possui importância expressiva para a cidade.

O Monumento ao Orixá Ogum fica na Praça Lauro de Oxum, na Perimetral Sul, no Bairro Kayser. O monumento foi custeado pelos membros afiliados da Associação de Umbanda Caxias.

Segundo Tatiane Frizzo, o monumento de uma religião de matriz africana é uma memória dos desafios que ainda enfrentamos em nossa sociedade, em relação à intolerância religiosa.

"Esse monumento é testemunho precioso de uma cultura que tem sido historicamente marginalizada e reprimida", pontuou a vereadora.

Para Bueno, a essência desse monumento e da religião que ele representa deve estar presente na sociedade.

"Ele representa a resiliência e a perseverança de uma comunidade que tem lutado por séculos para manter suas tradições e crenças vivas", destacou.

Em novembro de 2018, o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc) decidiu pelo tombamento do Monumento a Ogum como Patrimônio Cultural de Natureza Material de Caxias do Sul. Três meses depois, o então prefeito Daniel Guerra negou o pedido de tombamento. Na época, a administração municipal alegou:

"Entendo que o fato de se tratar de obra monumental de natureza pública já lhe garante proteção suficiente, não vislumbrando motivo para adoção de medida de acautelamento com repercussão tão restritiva como de fato acaba sendo o tombamento".

Também justificou que o tombamento tornaria qualquer alteração viária na região "morosa e dispendiosa".

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