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Mobilização da comunidade pressiona pela revitalização do Lago Fasolo, em Bento

Câmara de Vereadores deverá criar Frente Parlamentar para discutir o assunto. Prefeitura estuda situação para intervenção na área

Colunista - André Tajes

andre.tajes@serraempauta.com

Lago Fasolo/Divulgação
Foto Principal - Notícia

A comunidade do bairro Progresso de Bento Gonçalves está mobilizada para a despoluição e a revitalização do Lago Fasolo. A pressão popular que iniciou em janeiro pelas redes sociais chegou à Câmara de Vereadores nas primeiras sessões do ano. O depósito de esgoto residencial provoca a contaminação da água, o surgimento de algas, a morte de peixes e o mau cheiro. Também atrai ratos, baratas e mosquitos.

Nesta segunda-feira (15), o vereador Agostinho Petroli (MDB), protocolou o requerimento para a criação da Frente Parlamentar em defesa do Lago Fasolo. O documento conta com a assinatura dos 17 parlamentares. A Frente Parlamentar pretende atuar na concretização da canalização definitiva do esgotamento sanitário e na despoluição do lago e de seu entorno, além de debater ideias para garantir a utilização do local como de interesse social.

No documento, Petroli justifica que a Frente Parlamentar pretende unificar os vereadores e dar ampla divulgação ao tema, além de congregar ações para identificar os entraves e encaminhar soluções possíveis para superar os obstáculos legais, encaminhar a resolução do problema sanitário e projetar um futuro uso social da área.

Na década de 1940, o Curtume Fasolo comprou o terreno onde está localizado o lago. A indústria, hoje desativada, utilizava a água para manufaturar couro. O térreo onde está localizado o lago é de propriedade da empresa Fasolo S/A, e está penhorada a instituições bancárias e órgãos do governo federal, devido a pendências previdenciárias e tributárias. Já a área lindeira a lagoa foi desapropriado no governo do ex-prefeito Roberto Lunelli.

"A página é somente uma semente, quem cultiva e faz crescer é a comunidade"

A nova mobilização ganhou força a partir da criação da página no Facebook chamada Lago Fasolo, administrada por um dos vizinhos da área, Tiago de Paula. A primeira publicação aconteceu no dia 12 de janeiro deste ano. Diante da repercussão, Tiago entende que deveria ter iniciado a página há mais tempo.

"A página é somente uma semente, quem cultiva e faz crescer é a comunidade, é ela comunidade, que fez os nossos representantes começar a falar sobre o assunto e a procurar uma solução para o lago, pessoas cobrando, comentando e compartilhando nas postagens", comenta.

Tiago fala sobre o sentimento “bom” de colaborar com a comunidade e ressalta que a repercussão mostrou a força das mídias sociais. Também aponta que a revitalização do lago foi usado como "grande palanque político".

"Muitos passaram por aqui prometendo tudo, mas nunca acontecia nada", critica.

Ele lembra ainda que em 2008, a administração municipal tentou a canalização do esgoto das residências próximas, mas "com um baixo orçamento a obra foi malfeita".

Tiago afirma que tem esperança de ver o espaço renovado com a construção de uma área de lazer e turismo para a comunidade.

"O que não pode é em pleno século 21 ainda existir esgoto a céu aberto, e pessoas sem o mínimo que é o saneamento básico".

Com o auxílio de uma ferramenta do Google, Tiago estima que a área do lago tenha aproximadamente 24 mil metros quadrados e o terreno ao lado cerca de 14 mil metros quadrados.

"É uma das pautas principais da atual administração"

Diante da pressão popular e das manifestações dos parlamentares, o secretário Geral de Governo, Henrique Nuncio (PSDB), foi designado pelo prefeito Diogo Siqueira (PSDB) para conduzir o assunto com a "emergência máxima". A administração não trabalha com prazo para resolver o problema, mas o tema "é uma das pautas principais da atual administração", garante Nuncio.

Em 2019, o ex-prefeito Guilherme Pasin (PP), aprovou um projeto de recuperação da área com financiamento do Fundo Municipal de Gestão Compartilhada. A Corsan seria a responsável pela canalização do esgoto das residências para terminar com a contaminação do lago. Núncio conta que não foi possível ir adiante com a intervenção por que não é possível a utilização de recurso público em área privada.

Com a nova mobilização, o governo municipal abriu, recentemente, um processo administrativo e está chamando as partes interessadas para discutir o assunto. Já foram ouvidos o representante da Fasolo e moradores da região. Nuncio deve notificar o Banco do Brasil e discutir o tema com Ministério Público, assim que for designado um novo promotor para a cidade.

"Estamos tentando uma negociação entre as partes para ter uma autorização por parte dos proprietários. Precisamos achar uma forma legal de realizar essa negociação. Devemos saber qual é a forma jurídica que devemos adotar, se é desapropriação (do terreno) ou a troca da área da penhora. O município se propõe a colocar outras áreas como garantia", comenta Nuncio.

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