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Daniel Corrêa/Divulgação

Caxias do Sul conta com 46,5 mil pessoas aguardando por consulta com médicos especialistas. Além disso, 17.335 esperam por exames e 9.021 estão na fila por cirurgias eletivas em diversas áreas. O vereador Rafael Bueno (PDT) voltou a comentar sobre os graves números da saúde pública na sessão ordinária da Câmara desta terça-feira (22). Os números são de fevereiro deste ano.

Conforme Bueno, na traumatologia, 1.974 pessoas esperam procedimentos cirúrgicos e, na cirurgia geral, são 1.717 pessoas. Para exame de cintilografia, são 2.826 aguardando, enquanto na colonoscopia há 2.853 na espera. Nesse último caso, uma espera de 33 meses. Em termos de oferta, são 85 vagas mensais.

"Esses dados crescem na cidade nos últimos anos e chegaram a um ponto alarmante. Com a pandemia, tudo ficou ainda pior", lamentou Bueno, lembrando que deveria haver reforço na Estratégia de Saúde da Família (ESF), o que minimizaria as demandas principalmente de exames e cirurgias.

Outro ponto destacado pelo vereador diz respeito à falta de médicos em Caxias do Sul, algo que também aumentou significativamente. Recentemente, o Legislativo aprovou a contratação de 30 profissionais, mas o pedetista diz que o número é insuficiente.

"Hoje temos 25 profissionais em Caxias do Sul, do antigo Programa Mais Médicos. Mas foi prometido mais 11 médicos, já do atual Programa Médicos do Brasil, mas eles não virão. Pior, dos 25, ficarão apenas 13 profissionais a partir de setembro. Consegui, em Brasília, garantir pelo menos cinco médicos. Ficarão, então, 18 profissionais. Menos mal, mas a situação ainda é delicada", alertou.

Rafael Bueno ainda criticou o prejuízo de cerca de R$ 500 mil mensais despendidos pelos cofres da Prefeitura em razão de a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central ter sido reformada de maneira prematura em 2019, pelo prefeito cassado Daniel Guerra (sem partido), sem o aval do Ministério da Saúde. Isso está inviabilizando a vinda de recursos federais para subsidiar o funcionamento da UPA, mesmo com os apelos do Município.

O parlamentar ainda citou uma carta divulgada pelo Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul, que não concorda com os critérios que a Secretaria da Saúde estaria usando para lançar o edital do concurso para preenchimento de 30 vagas.

Segundo o Sindicato, "sem qualquer negociação com a categoria, um salário de R$ 7,8 mil para 20 horas semanais".

A proposta da categoria é de R$ 12 mil para a mesma carga horária, caso contrário, indicou que os profissionais não façam o concurso. Bueno diz que essa situação acirra os ânimos.

A vice-líder do Governo Adiló Didomenico (PSDB) na Câmara, vereadora Marisol Santos (PSDB), fez o contraponto aos números apresentados por Bueno. Ela lembrou que a administração municipal investiu 27% do orçamento em saúde no ano passado, e que o índice representa R$ 81 milhões a mais.

"É um esforço sobre-humano que está se fazendo", disse a tucana.

O ex-líder de governo, vereador Olmir Cadore (PSDB), também ratificou o esforço do prefeito Adiló e pediu bom senso a reivindicação do Sindicatos dos Médicos.

"Peço a secretária da Saúde que realmente dialogue com o Sindicato para que se chegue a um denominador comum, ou seja, uma solução melhor", disse.

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