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Maçonaria, diabo e mito

Antônio Braga: 'Por este exemplo da UCS começou a cair o mito satânico. Fim de um medo'.

Colunista - Redação

Redação

redacao@serraempauta.com
06.03.2023 - 06h30min

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Amável contato sobre o texto "Anotações de um repórter", da semana passada, oportuniza nova abordagem, ainda que, especificamente, sobre uma citação nele contida. Há muito mito sobre a maçonaria, o que desperta curiosidade de leitores sobre essa sociedade discreta. Secreta, dizem! Falava o texto da chegada a Caxias do Sul, em 1977.

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Na bagagem veio o conceito de que maçonaria era coisa do diabo e que quem fosse maçom estava com a alma vendida, pois a teria entregue ao belzebu em troca de prosperidade material. A idade era pouca. Aqui, em Caxias, algo soou muito estranho. A Universidade, há pouco, em 1975, havia oferecido um curso sobre maçonaria.

O estranho era que a Universidade de Caxias do Sul (UCS) tinha base sólida na ação da igreja católica. O professor era o jornalista Mário Gardelin, um fervoroso cristão, membro da igreja. Perguntado, ele ironizava o conceito de que a sociedade tinha traços satânicos.

Sem ser maçom, o professor conhecia a liturgia dos graus maçônicos. Como? Ele respondia que a literatura estava ao alcance de todos. E, de fato, a literatura maçônica é vasta, estando disponível no mercado livreiro a todos. O objetivo do curso não era formar maçons, mas ampliar o universo dos alunos, visto que a condição de maçom é exclusiva aos iniciados em loja maçônica. Caxias do Sul, ao que se sabe, hoje, tem umas 20 lojas.

Por este exemplo da UCS começou a cair o mito satânico. Fim de um medo. De entrar numa loja! O velório de um colega, em loja maçônica, reforçou o fim do mito, o que se completou com o acesso a alguns escritores maçônicos.

Aliás, ainda que não pertença a essa plêiade, um livro parece ser efetivo quanto ao mito. Trata-se de "Illuminati – Os segredos da seita mais temida pela Igreja Católica", de Paul H. Koch. Ele expõe o porquê da proscrição maçônica. Os "iluminati", sim, uma seita ultrassecreta do século XVIII, pregavam o que era e continua sendo absurdo ao pensamento moderno.

Os "iluminati" defendiam entre outras coisas o aniquilamento da monarquia; a supressão de herança; um governo mundial; a proibição da religião tradicional. A seita formava um restrito grupo de pessoas. Para ampliar suas ideias, ela se infiltrou entre alguns maçons. Descobertos, os "iluminati" foram executados, mas as suas ideias chegaram a monarcas europeus e à Igreja como princípios maçônicos. O Papa Clemente XII, em 1738, por bula papal, proibiu católicos na maçonaria sob pena de excomunhão.

Assim criou-se, ao longo dos tempos, uma cultura em torno da maçonaria, algo agravado com Hitler no comando da Alemanha. O louco alemão pregava em seu livro, Minha Luta, combate sem trégua à sociedade.

O resumo desta revisão, talvez, ajude a explicar a citação da semana passada, aqui, sobre o caso de Antônio Giuriolo, antigo dono da chácara, que hoje compõe o Parque Getúlio Vargas. Dada a sua condição de maçom, ele teria tido embaraço à profissão, mudando de cidade e, depois, retornando à Itália. As fontes de alto conceito dessa informação, infelizmente, já faleceram e não há indicação que se saiba de que tenham legado algum escrito como prova.

Deste modo, ao que se deduz, o médico Giuriolo acabou por ser "vítima" do mito da cultura antimaçônica, ainda mais que, em Caxias do Sul, havia profunda animosidade entre o pároco Pedro Nosadini e o intendente Campos Jr.. Campos era maçom, condição de agravo às desavenças com o padre, cujas divergências pessoais "vitimavam" a maçonaria como um todo, assim como do outro lado, certamente, os males vinham da Igreja. (Essa questão foi tema de coluna nossa já publicada aqui no sáite)

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