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Lideranças bolsonaristas de Caxias avaliam recuo de Bolsonaro após ameaças ao STF

Vereador Sandro Fantinel demonstrou preocupação com possibilidade de Bolsonaro dar um golpe de Estado com abertura de processo de impeachment

Colunista - André Tajes

andre.tajes@serraempauta.com

Bruna Giusti/Divulgação
Foto Principal - Notícia

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), publicou nesta quinta-feira (9) uma "Declaração à Nação". No documento, Bolsonaro diz que nunca teve intenção de agredir os Poderes e que pessoas públicas não têm o direito de "esticar a corda", a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.

Na última terça-feira (7), Bolsonaro afirmou em ato político que não respeitaria mais as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito das fake news. Recentemente, o ministro iniciou investigação contra o presidente por divulgar informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Em 48 horas, Bolsonaro mudou a imagem de um presidente provocador para um amedrontado. Nem mesmo o apoio dos bolsonaristas que foram às ruas nesta semana foi suficiente para manter o tom de enfrentamento dos últimos meses.

A mudança de comportamento com o recuo do presidente repercutiu fortemente nos grupos bolsonaristas de Caxias do Sul e deixou a maioria dos apoiadores perplexa.

Para o vereador Sandro Fantinel (Patriota), parte da população que participou das manifestações de terça embaixo de chuva devem deixar de apoiar Bolsonaro.

"Estou sem palavras, sem palavras, sem palavras", disse Fantinel após ter acesso ao conteúdo da nota.

Questionado sobre com quais dos 10 itens da nota havia ficado mais surpreso, Fantinel disse que o pior ocorrerá na eleição do ano que vem. Ele prevê uma perda de apoioadores.

"Ele (Bolsonaro) perdeu um percentual de votos. Um percentual dos apoiadores, ele decepcionou hoje", lamentou.

Para o ex-candidato a vereador e líder do Movimento nas Ruas no Rio Grande do Sul, Daniel Santos (Republicanos), o recuo de Bolsonaro foi a melhor alternativa para a recuperação econômica do país. Ele reconhece que o posicionamento não atende as expectativas dos apoiadores do presidente.

"Entendo que ele (Bolsonaro) mostrou que como Chefe de Estado que é propôs o entendimento entre os Poderes para o andamento do país. Tanto é verdade que após a nota oficial a bolsa de valores voltou a subir e o dólar despencou. Provavelmente, não é a decisão que muitos apoiadores esperavam, mas acredito que seja o melhor neste momento".

Santos questiona qual será a condeuta do ministro Alexandre de Moraes, e se ele também irá recuar e deixar de tomar decisões autoritárias que, segundo ele, não cabem ao STF.

Preocupação com golpe

Na sessão da Câmara de Caxias desta quinta (9), Fantinel demonstrou preocupação com a instabilidade política do país. Para a reportagem, à tarde, o parlamentar disse que estava preocupado com a possibilidade de Bolsonaro dar um golpe de Estado diante da abertura de um processo de impeachment contra ele.

Questionado se apoiaria Bolsonaro em caso de um golpe, o Fantinel disse que não teria como como responder sobre uma situação que não conhece.

"Não tenho noção de como isso funcionaria. Daqui a pouco posso até gostar. Daqui a pouco posso não gostar. Não tenho experiência. Não sei se é bom ou é ruim", comentou.

Ao ser questionado se o fechamento da Câmara de Caxias seria bom ou ruim, o parlamentar respondeu:

"Eu acho que é ruim. Eu acho que é ruim".

Após ter conhecimento da nota em que Bolsonaro recuou das ofensas contra o STF e o ministro Alexandre de Moraes, Fantinel disse que estava mais aliviado.

"Pelo lado da democracia, ele (Bolsonaro) fez um ato nobre, porém esse ato nobre vai custar muito caro. Não sou a favor de golpe, de fechar Congresso", ressaltou.

Confira a íntegra da nota de Bolsonaro.

"Declaração à Nação

No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:

1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.
2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.
3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.
4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.
5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.
6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.
7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país.
8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.
9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles.
10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil.

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA
Jair Bolsonaro
Presidente da República Federativa do Brasil"

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