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Lucas Munaretti/Divulgação

Ricardo Andrade, 43 anos, viveu nas ruas durante 15 anos, convivendo com as drogas, o abandonando de planos e de objetivos. O garoto de 16 anos que almejava ser engenheiro viu os sonhos se desfazerem e os caminhos ficarem tortuosos. Os últimos dois anos foram transitando pelas ruas de Caxias do Sul.

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Atualmente ele cursa duas graduações: Engenharia de Produção e Licenciatura em Matemática, tem residência e emprego fixo. Essa mudança aconteceu por duas razões: a primeira foi a força de vontade demonstrada para mudar a sua trajetória; a segunda, a mão do Centro Pop Rua que se estendeu.

Andrade define esse encontro em uma frase:

"Foi fundamental para que eu superasse a situação de rua e conseguisse organizar a minha vida", ressalta.

O Centro Pop Rua presta atendimento especializado para a população em situação de rua. É considerada em situação de rua toda pessoa que se encontra em pobreza extrema, não possui moradia convencional e regular e utiliza a rua como moradia e/ou sustento.

Os momentos seguintes foram de parceria. Ele, mostrando o empenho de quem quer mudar a trajetória de vida. A equipe do Pop Rua ajudando a definir os caminhos a percorrer para alcançar esse objetivo de mudança.

Um dos serviços que acolheu o Ricardo, foi o Serviço Especializado Para Pessoas em Situação de Rua (SEPOP), que atende e garante atividades que desenvolvem a sociabilidade e vínculos pessoais e/ou familiares, oportunizando novos projetos de vida. No ano passado, o SEPOP realizou 41.476 atendimentos, para um total de 2.004 pessoas.

"Dá pra dizer que o Pop me pegou pela mão em um momento em que eu estava em extrema confusão mental, perguntando se ainda valia a pena. Aí chegou o Pop e disse: 'Vem cá, vamos conversar'".

Quando questionado sobre a mensagem que gostaria de deixar à população de Caxias, a resposta vem sem hesitação:

"Busquem entender o que é o Pop Rua. Enxerguem adiante. É um serviço que trabalha para recuperar pessoas que estão em vulnerabilidade social e mental".

Nascido em São Borja, na Fronteira Oeste, Andrade diz que é caxiense por opção. A frase sai fácil, demonstrando que chegar a Caxias talvez não tenha sido uma escolha e sim uma consequência. Permanecer, fincar raízes, sim.

"Hoje eu me sinto um cidadão de Caxias", afirma.

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