Feirão de Empregos de Caxias do Sul supera expectativas dos organizadores

Gisele Nozari/Divulgação

O primeiro candidato a uma vaga no Feirão de Empregos de Caxias do Sul ocupou seu lugar às 4h30min de sábado (15). Depois do madrugador Thiago Rodrigues, 31 anos, muitos rostos já aguardavam no pátio da prefeitura a abertura do evento às 9h para se candidatarem nas mais de 1,5 mil vagas ofertadas pelas 38 empresas participantes nos setores da indústria, comércio e serviços. O número oficial de pessoas que passaram pelas filas até o encerramento do Feirão às 16h superou a expectativa dos organizadores. Foram distribuídas mais de 2 mil fichas, além das pessoas que foram encaminhadas pelo Sine com cartas de recomendação. O número exato será divulgado durante a semana. O Feirão foi promovido pela Prefeitura de Caxias do Sul, por meio do Conselho Municipal do Trabalho, Emprego e Renda, em parceria com a FGTAS/Sine.

Natural de São Borja e desempregado há quase quatro meses, Thiago Rodrigues chegou a Caxias na semana passada, quando ficou sabendo da iniciativa e decidiu investir na oportunidade.

"Eu anotei a vaga e vim cedo para não perder e garantir a minha oportunidade na área de mecânica", contou.

"Nesse primeiro Feirão de Empregos tivemos uma movimentação muito legal, com uma logística organizada, para que todos tivessem a melhor experiência possível e um atendimento adequado. O nível de felicidade e satisfação é muito grande, tanto para os candidatos quanto para as empresas que estão recrutando e preenchendo suas vagas que estavam em aberto”, comentou, satisfeito, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Élvio Gianni (PSDB).

Várias empresas fecharam vagas no Feirão mesmo. Outros candidatos saíram com uma carta de recomendação e, na sequência da próxima semana, participarão de entrevistas e poderão ser contratados.

"Com esse Feirão, Caxias ganha. O que fizemos aqui é um bem para a comunidade do Município, porque quando a pessoa tem o emprego, ela movimenta toda a economia da cidade", argumentou o secretário.

O prefeito Adiló Didomenico e a vice Paula Ioris andaram por todo o Feirão conversando com candidatos e representantes das empresas parceiras.

"O Feirão é uma grande oportunidade para quem quer se colocar no mercado. É muito difícil falar em dignidade das pessoas sem emprego, sem trabalho. E é isso o que a prefeitura de Caxias do Sul junto com parceiros vem procurando proporcionar para os cidadãos", disse o prefeito.

Em sua passagem pelo auditório da Prefeitura, onde foram realizadas palestras sobre como os candidatos podem se posicionar melhor nas entrevistas, Adiló aconselhou os candidatos.

"É preciso saber apresentar-se, ter ânimo, fé e perseverança. Não dá para chegar com (atitude) para baixo".

Os treinamentos gratuitos ocorreram ao longo do dia abordando técnicas de postura em entrevistas, comunicação, entre outras dicas para crescimento profissional.

Com um grande sorriso no rosto, a venezuelana Angheliquel del Carmen Flores Viera, 19, foi uma das pessoas que deixou o evento com a carteira assinada. A partir da próxima semana, a jovem, que está no Município desde 2019, vai começar a trabalhar como auxiliar de produção.

"Espero conseguir colaborar com a empresa, aprender coisas novas, mas principalmente ajudar a minha família", disse.

Como Angheliquel, muitos outros estrangeiros, principalmente venezuelanos, buscaram oportunidades no Feirão. Como o casal Raul Reyes, 51, e Mariel Silva, 36, que se mudaram para o Brasil há um mês, junto com o filho de 16. Ele quer voltar a atuar na área de segurança, e ela, na de farmácia.

"A qualidade de vida na Venezuela não estava nada boa. Estamos melhor aqui", disse.

Já o metalúrgico Carlos Antônio do Nascimento, 52, estava há mais de um ano prestando serviços esporádicos, sem saber se conseguiria completar a renda nos meses seguintes. Com o Feirão, ele viu a possibilidade de voltar a atuar na sua área e ter um emprego formal.

"Traz mais segurança, a estabilidade que a gente precisa, tanto física quanto psicológica", comentou.

A falta de experiência é o que tem atrapalhado a busca por uma vaga para muitos dos candidatos.

"Pedem muito a comprovação de experiência, mas estamos justamente atrás dela", colocou Patrícia Garcia, 39.

A busca tem sido intensa, até em grupo de WhatsApp voltados para a divulgação de vagas. Desempregada há 11 meses, Patrícia conheceu na fila do Feirão outras pessoas em igual situação. Como Tatiane da Silva Lira, 28, sem uma oportunidade há dois anos, ela é operadora de máquinas e está se organizando para mais uma formação, como programadora em CNC.

"Já fui até chamada duas vezes na mesma vaga, mas não me contrataram", lamenta.

Caso semelhante é o de Viviane Sostisso, 45, que tem formações de técnica de segurança, engenharia de produção e contabilidade.

"Sem experiência na carteira parece que não se sabe fazer nada".

Ela estava no Feirão em busca de uma oportunidade entre vagas voltadas a candidatos com Ensino Superior.

O diretor-presidente da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), José Scorsatto, veio a Caxias conferir a movimentação.

"O FGTAS está aqui representando o Governo do Estado, que está preocupado com a geração de empregos, tendo em vista que dos últimos oitos anos, em 2022 tivemos o menor índice de desemprego. A nossa grande meta não é só manter esse indicador, mas baixá-lo ainda mais. Aqui estaremos gerando postos de trabalho. Estamos felizes de nesse sábado, com o Feirão estarmos devolvendo dignidade. Todos nós queremos ter o mínimo de renda possível para levar o alimento, o sustento a nossas famílias".

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