Decreto da Câmara pretende dar à distinção a Mansueto de Castro Serafini Filho
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09.03.2023 - 18h21min
O ex-prefeito, ex-vereador, advogado e jornalista Mansueto de Castro Serafini Filho poderá receber o título de Cidadão Emérito de Caxias do Sul da Câmara Municipal, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à comunidade caxiense. Na plenária desta quinta-feira (9), o projeto de decreto legislativo passou em primeira discussão. O texto retornará para votação final.
A proposta foi apresentada pelo vereador Velocino Uez (PTB) e recebeu também a assinatura dos parlamentares Adriano Bressan (PTB), Alexandre Bortoluz (PP), Elisandro Fiuza (Republicanos), Felipe Gremelmaier (MDB), Gilfredo de Camillis (PSB), Lucas Diel (PDT), Marisol Santos (PSDB), Maurício Scalco (Novo) e Tatiane Frizzo (PSDB).
"Mansueto representa muito", frisou Velocino, na sessão desta quarta, ao listar obras e ações realizadas nas duas gestões em que o político chefiou o Executivo municipal (1977/1982 e 1989/1992) e em outros momentos em que exerceu funções públicas. Uma delas bastante conhecida e divulgada na cidade é o Sistema Faxinal, na Zona Norte da cidade, com construção de barragens para abastecimento de água à população.
No documento, os autores apresentam um breve currículo de Mansueto, que nasceu no dia 7 de janeiro de 1939, em Caxias do Sul. Filho de Mansueto Serafini, engenheiro civil, e de Ivone de Castro Serafini, é irmão de Werney, Sérgio, Edson e Fernando (in memorian).
Estudou na Escola Normal Duque de Caxias, atual Cristóvão de Mendoza, que na época funcionava no prédio que hoje abriga o Colégio Presidente Vargas. Antes de completar 16 anos, Mansueto mostrava sua primeira vocação, o jornalismo, ao criar e editar o jornal O Estudante. Na sequência, vieram o Jornal da Mocidade e um semanário que marcou época no município: o Caxias Magazine, distribuído gratuitamente nas sessões de cinema da cidade entre 1958 e 1970.
Nesse período, Mansueto graduou-se em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e iniciou sua trajetória política. Foi eleito vereador em 1964 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e vice-prefeito em 1969 já pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), único partido de oposição ao regime militar após o golpe de 1964.
Na Câmara, propôs as leis que criaram a Semana de Caxias e o Concurso de Contos, Crônicas e Poesias, eventos até hoje existentes no calendário municipal.
Em 1969, Mansueto casou-se com Suzel Regine Zugno Giacobbo Serafini, com quem teve os filhos Márcio, jornalista, e André (in memorian), que era autista. Companheira de vida e de trajetória política, incansável nas caminhadas de campanha e nos trabalhos sociais, Suzel morreu em 2000, vítima de leucemia, sem tempo de conhecer os netos Arthur e Luíza, filhos de Márcio e da nora Eliane Paula Küster.
Mansueto concorreu a prefeito em 1972, mesmo ano do nascimento de Márcio. O sonho de administrar a cidade em que nasceu e sempre viveu realizou-se quatro anos mais tarde. Em 15 de novembro de 1976, Mansueto levou o MDB a uma vitória histórica sobre Victor Faccioni, da Arena, resultado que ganhou repercussão nacional numa época em que não havia eleições nas capitais.
Eleito para um mandato de quatro anos, permaneceu na prefeitura até março de 1983. Por decisão do governo federal da época, os prefeitos tiveram seus mandatos prorrogados por dois anos, o que permitiu a Mansueto inaugurar a maior realização daquela gestão: as duas primeiras barragens do Sistema Faxinal, a adutora ligando Ana Rech a Caxias do Sul e a Estação de Tratamento de Água do Parque da Imprensa. A decisão de realizar a obra, com recursos próprios, foi tomada após enfrentar rigorosas estiagens que provocaram falta de água generalizada na cidade.
Entre 1985 e 1987, Mansueto foi diretor-presidente da Trensurb, estatal federal responsável pelo metrô da Grande Porto Alegre.
Em 15 de novembro de 1988, foi novamente eleito prefeito de Caxias, à frente da coligação União Democrática por Caxias (UDC). Deixou a Prefeitura quatro anos mais tarde com aprovação de 90%, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), fruto de obras como a terceira e definitiva barragem do Sistema Faxinal. Trinta anos depois, ela ainda responde por mais de 50% do abastecimento de água da cidade e garante fornecimento regular mesmo em momentos de estiagem.
Além de ser protagonista, Mansueto dedica-se a registrar a história de Caxias, por meio de recortes de jornais, fotos e registros próprios cuidadosamente catalogados. Um trabalho silencioso que resultou na publicação, em 2016, do livro História das Eleições Municipais de Caxias do Sul, pela editora da UCS.
Obras realizadas nos dois mandatos
:: Casa da Cultura, com biblioteca, galeria de arte e teatro;
:: Avenida Perimetral Norte, ligando a BR-116 à Rua Moreira César;
:: Asfaltamento e consequente sinalização de toda a área central;
:: Asfaltamento das principais linhas de ônibus dos bairros;
:: Construção e ampliação de dezenas de escolas, que duplicaram o número de alunos atendidos na rede municipal;
:: Primeiro postão de saúde 24 horas;
:: Revitalizações dos Parques Cinquentenário e Getúlio Vargas (Macaquinhos), com a instalação de módulos da Brigada Militar construídos pela prefeitura para garantir a segurança;
:: Criação de loteamentos populares;
:: Municipalização da empresa Festa da Uva;
:: Implantação do primeiro aterro sanitário;
:: Implementação da coleta seletiva de lixo;
:: Criação da Feira do Produtor.
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