Na época, com apoio popular, Daniel Guerra, conseguiu a aprovação, por unanimidade, em sessão extraordinária na Câmara
andre.tajes@serraempauta.com
03.09.2021 - 09h15min
Com o apoio maciço da população, o ex-prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra (atualmente, sem partido), convocou uma sessão extraordinária da Câmara de Caxias para o dia 4 de janeiro de 2017 para votação do projeto de lei que extinguia a verba de representação de 50% de todos os CCs da administração direta e indireta e de autarquias e fundações e de 80% do CC de Chefe da Controladoria-Geral.
Pressionados, os parlamentares aprovaram por unanimidade a matéria. No terceiro dia útil do seu governo, Guerra cumpriu uma de suas promessas de campanha – o corte de gastos públicos – ou como chamava – o fim dos "penduricalhos". Os vereadores nunca engoliram essa mudança.
No dia da votação, os então vereadores Adiló Didomenico e Paula Ioris, se manifestaram contrários ao projeto de Guerra, mas votaram favoráveis. Para Adiló, o corte linear proposto por Guerra iria trazer problemas para a ocupação dos cargos de subprefeitos. Segundo ele, a redução de custos poderia vir de outras formas. Paula mostrou pesquisa que apontava média salarial de R$ 9 mil a R$ 18 mil para cargos gerenciais em empresas com faturamento de R$ 16 milhões a R$ 300 milhões. Ela comparou a Prefeitura com empresa de grande porte.
Passados quatro anos, o prefeito de Caxias, Adiló Didomenico (PSDB) inclui na LDO a proposta de retorno da verba de representação para 29 cargos em comissão (CCs). O secretário de Parcerias Estratégicas e Gestão de Recursos, Maurício Batista, justifica que o governo municipal decidiu conceder a vantagem para alguns cargos de gestão como o do Coordenador Distrital que coordena o trabalho dos subprefeitos. Ele aponta ainda a dificuldade da administração em nomear servidores públicos para cargos de diretores por que alguns funcionários têm o salário maior do que o do CC correspondente.
"A ideia é adequar a remuneração à responsabilidade dos cargos", pondera.
Já sobre eventuais críticas políticas diz:
"Vai agradar uns e desagradar outros. Essa não é uma ação política, mas uma ação para adequar a estrutura para prestar um serviço melhor, com mais rapidez. (...) Queremos aproximar Caxias das melhores práticas de gestão", comenta o secretário.
Segundo Batista, o retorno das verbas de representação será discutido de “forma ampla” dentro da reforma administrativa trabalhada pela administração.
Leia mais:
Parte 1 - Prefeitura de Caxias propõe criação de CCs e o retorno da verba de representação
Parte 2 - Criação de cargos gera desconfortos na base do governo na Câmara
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