João Vinícius Chiesa Back conquistou o The European Archaeologist Photojournalist of the Year
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01.11.2024 - 18h25min
O historiador João Vinícius Chiesa Back, formado pelo Colégio Murialdo e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), conquistou, no mês de outubro, o prêmio The European Archaeologist Photojournalist of the Year (TEA's 2025 Photojournalism), concedido pela European Association of Archaeologists (EAA).
A premiação reconheceu seu trabalho na criação de uma simulação 3D de um vaso da Idade do Bronze, encontrado em um contexto funerário da Península Ibérica, utilizando técnicas de fotogrametria e modelagem 3D com o software Blender.
Além do reconhecimento público, o prêmio concede uma anuidade gratuita na associação europeia de arqueólogos e a publicação da imagem vencedora na capa da revista The European Archaeologist. A cada edição, três trabalhos de destaque recebem esse reconhecimento, e a imagem de Back será capa de uma das edições de 2025.
O pesquisador destaca a importância de uma formação acadêmica de qualidade, valorizando tanto suas experiências na educação básica quanto no Ensino Superior.
"O prêmio, embora seja individualmente atribuído e parte das atividades do EAA, é uma conquista coletiva. Ele reflete o impacto da educação pública gratuita e de qualidade que recebi na UFRGS, resultado do investimento da sociedade brasileira. Além disso, ele também é consequente da minha trajetória no Colégio Murialdo, onde aprendi valores essenciais que me acompanham até hoje, inclusive o apreço pela História", o ex-aluno do Murialdo.
Back foi premiado ao lado de outros dois pesquisadores: Nicolas Vanderesse, da Universidade de Bordeaux, na França, e Heide W. Nørgaard, do Museu Moesgaard, da Dinamarca. A temática do concurso de 2025 do TEA destacou o debate entre a arte e a ciência na arqueologia, refletindo a interdisciplinaridade cada vez mais presente nessa área de estudo.
A pesquisa premiada e a trajetória acadêmica
O trabalho apresentado por Back integra seu Mestrado em Arqueologia pela Universidade do Minho, com mobilidade acadêmica no Laboratório Hercules da Universidade de Évora.
Sob orientação dos professores Ana Bettencourt e César Oliveira, a pesquisa busca analisar resíduos orgânicos presentes em vasos arqueológicos de contextos funerários, utilizando técnicas da química analítica, especialmente a cromatografia acoplada à espectrometria de massas.
O objetivo é investigar como as sociedades antigas utilizavam esses objetos por meio dos materiais orgânicos preservados em seu interior.
Back destaca que sua formação acadêmica iniciou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde atuou como monitor de disciplinas, participou do Núcleo de Pesquisa Arqueológica (NuPArq), do Museu Universitário de Arqueologia e Etnologia (MUAE) e foi cofundador do projeto de extensão "Eegane: Arqueologia Digital na Educação".
Além disso, foi aluno especial do Museu de Arqueologia e Etnologia, da Universidade de São Paulo (USP), onde concluiu com êxito a disciplina de Arqueologia Americana, em 2021. No ano seguinte, recebeu a láurea acadêmica em sua cerimônia de formatura e foi um dos oradores de sua turma.
Atualmente, é bolsista de investigação da janela portuguesa do projeto Cultur-Monts, que congrega mais de 10 instituições de Portugal, Espanha e França, sendo financiado pelo Interreg Sudoe, um fundo da União Europeia.
Um reconhecimento para além das fronteiras
O arqueólogo em formação, que atualmente reside em Braga, Portugal, relembrou com carinho sua passagem pelo Colégio Murialdo, onde deu os primeiros passos rumo à carreira acadêmica.
"Estudar no Murialdo me preparou não só para a vida universitária, mas também para abraçar novos desafios internacionais. Entrei formalmente na primeira série, em 2006, e saí oficialmente no terceiro ano, em 2016. Mas ainda me considero um 'aluno eterno'. É uma honra receber este prêmio e poder representar a minha trajetória iniciada no Brasil", ressalta.
Sobre o prêmio TEA's Photojournalism 2025
A European Association of Archaeologists, sediada na República Tcheca, reúne mais de 4 mil profissionais em cerca de 60 países. O prêmio The European Archaeologist Photojournalist of the Year é entregue anualmente a pesquisadores que se destacam pela integração de fotografia e arqueologia, promovendo a divulgação científica por meio da arte visual.
A competição envolve uma seleção em duas fases. Na primeira, especialistas da área escolhem cinco finalistas entre todos os trabalhos enviados. Em seguida, todos os membros da EAA votam nos três vencedores, e as imagens são publicadas nas capas da revista The European Archaeologist, distribuída trimestralmente para os associados.
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