Adriano Bressan nega que tenha apoiado ou participado dos atos antidemocráticos de domingo
redacao@serraempauta.com
10.01.2023 - 19h29min
O vereador de Caxias do Sul, Adriano Bressan (PTB), é dono de uma das empresas de transporte que levaram manifestantes golpistas para os atos de 8 de janeiro, que terminaram com a invasão e a depredação dos prédios dos três Poderes. As informações são do jornal GLOBO. Cabo eleitoral de Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial, Bressan nega que tenha participado ou apoiado os atos, e afirma apenas ter prestado serviços a pessoas que não conhece.
Bressan é proprietário da Alex Godoy Transportes Ltda., cujo nome fantasia é Gravatinhatur, dona de um dos ônibus que são alvo de mandados de busca e apreensão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. De acordo com a decisão do magistrado, os proprietários desses veículos deverão ser identificados e ouvidos até o fim desta terça-feira (10). A medida também determina que Bressan apresente a relação e identificação de todos os passageiros e dos contratantes do serviço de transporte oferecido.
Em entrevista ao GLOBO, na tarde deste terça-feira, o vereador negou que tivesse sido notificado para prestar os esclarecimentos. De acordo com ele, o ônibus listado na decisão de Moraes foi fretado pelos 44 passageiros que viajaram no veículo até Brasília na última quinta-feira, no dia 5 de janeiro. Ele afirma que os contratantes repartiram igualmente o valor do fretamento do veículo.
"A gente fez o fretamento. Nós não temos nada a esconder, não fizemos nada ilegal. Nosso veículo é contratado por diversas pessoas, mas a gente não pergunta o que vão fazer com o veículo. Como político, eu estou num partido e fiz campanha para o candidato Bolsonaro, mas não participei dos atos".
Para o Serra em Pauta, Bressan disse que a contratação foi realizada por um funcionário do escritório da empresa e que não teve nenhum tipo de contato com as pessoas que viajaram a Brasília.
"A gente não sabe se eles iam lá jantar, passear ou acampar".
Segundo o vereador, o ônibus saiu de Caxias para Brasília a meia noite de quinta (5) para sexta-feira (6) e deixou a capital federal no domingo (8) entre as 17h e 18h. O ônibus está chegando em Caxias na noite desta terça (10), sem os passageiros.
"Eles não apareceram. A gente não sabe o paradeiro das pessoas. Elas ficaram em Brasília".
Bressan ressaltou que a empresa não havia recebido nenhuma notificação até por volta das 18h30min.
"A gente não tem problema nenhum. (...) A gente tem documentação. Não fizemos nada de ilícito. Graças a Deus tenho toda a documentação. Graças a Deus não me envolvi em nenhuma situação de negociação. Já mandei deixar tudo separado se a gente for pedido para dar esclarecimentos. A gente vai fazer com a maior tranquilidade", assegurou o vereador.
Dono de empresa há cerca de 10 anos, o parlamentar disse que fica magoado em ter seu nome relacionado aos atos golpista de domingo.
"A gente fica magoado com uma situação dessas. Eu tenho uma empresa e vivo dela. Não era vereador há 10 anos atrás quando comecei a constituir a empresa. Fica chato esse tipo de situação. A gente vive disso. Sou proprietário da empresa, mas tem que separar a vida pública com a privada", comentou Bressan.
Leia mais:
Estrada para Cerro da Glória, no interior de Caxias, receberá asfaltamento
Samu de Bento passa a utilizar motolâncias para atendimentos
Guarda Municipal flagra 300 pessoas em apenas um dia nas represas de Caxias
Brigada Militar retira bolsonaristas de frente do quartel do Exército em Caxias
Em nota, presidentes dos Três Poderes chamam atos de 'golpistas'
Tags:
'Não fizemos nada ilegal' empresa de ônibus vereador Caxias do Sul Adriano Bressan levou bolsonaristas Brasília