Evento ocorreu em Galópolis, localidade atingida pelos deslizamentos de terra e alagamentos provocados pelas chuvas excessivas de maio de 2024
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05.03.2025 - 17h24min
A Diocese de Caxias do Sul abriu, na manhã desta Quarta-feira de Cinzas (5), a Campanha da Fraternidade 2025 com uma coletiva de imprensa na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, no Bairro Galópolis, em Caxias.
A atividade contou com a presença do bispo diocesano, dom José Gislon, do vigário-geral e coordenador de Pastoral, padre Leonardo Inácio Pereira, do pároco local, padre Rafael Giovanaz, e da moradora Vania Menegol.
Neste ano, a Campanha apresenta o tema "Fraternidade e Ecologia Integral" e o lema "Deus viu que tudo era muito bom" (Gn 1,31). Há 61 anos, essa ação acontece em toda a Igreja Católica no Brasil, tendo seu ponto alto sempre no tempo da Quaresma, iniciado nesta Quarta-feira de Cinzas.
Promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Campanha da Fraternidade tem como objetivo incentivar os católicos e toda a sociedade a "promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra.
O bispo destacou a relevância desse tema para a realidade gaúcha.
"Neste ano, a Campanha da Fraternidade tem um significado especial, principalmente aqui no contexto do Rio Grande do Sul, devido às cicatrizes que vemos na natureza, mas também pelas feridas que ficaram no coração do povo de Deus, que foi duramente atingido pela enchente do ano passado".
Em sua fala, Gislon enfatizou que a Quaresma é um tempo de conversão espiritual individual e comunitária.
"Devemos nos questionar, durante a caminhada quaresmal, sobre como estamos cuidando da Casa Comum. Como estamos preservando aquilo que Deus viu e disse que era muito bom? Somos protagonistas da realidade de hoje, e temos a corresponsabilidade de deixar um planeta preservado para as futuras gerações".
O local escolhido para o evento foi porque a comunidade de Galópolis foi severamente afetada pelos deslizamentos de terra e alagamentos causados pelas chuvas excessivas de maio de 2024. No total, oito pessoas perderam a vida no bairro.
O pároco local, padre Rafael Giovanaz comentou que a tragédia despertou maior consciência ambiental na comunidade.
"Agora, muitas pessoas recolhem qualquer lixo que vêem na rua para evitar que ele chegue ao rio e provoque novos desastres. Nossa missão é cuidar, reconstruir e renovar a esperança".
O vigário-geral e coordenador de Pastoral, padre Leonardo Inácio Pereira, apresentou algumas das ações que serão realizadas em âmbito da Diocese. Segundo ele, a conversão quaresmal e a Campanha da Fraternidade ocorrem em três níveis: pessoal, eclesial e social. No aspecto pessoal, ele ressaltou as práticas da oração, do jejum, da caridade e a importância do sacramento da reconciliação.
No nível eclesial, padre Leonardo destacou que, desde novembro de 2024, a Diocese tem promovido momentos formativos e disponibilizado uma equipe de assessores para auxiliar as paróquias na reflexão sobre a Campanha.
Além disso, está sendo preparada uma ação diocesana para coleta e destinação adequada de lixo, abrangendo as sete regiões de Pastoral. Ele também mencionou a Coleta da Solidariedade, que ocorre sempre no Domingo de Ramos, este ano nos dias 12 e 13 de abril, para apoiar projetos sociais na Diocese, no Regional Sul 3 e na CNBB. Nos próximos dias, será divulgada a prestação de contas da Coleta realizada em 2024.
No nível social, a Diocese propõe divulgar a Campanha da Fraternidade nas Câmaras de Vereadores dos 32 municípios atendidos. A equipe permanente da Campanha na Diocese preparou um texto que será enviado aos padres para que organizem esses momentos junto ao Legislativo local. Na Câmara Municipal de Caxias do Sul, a participação irá ocorrer no início da sessão do dia 11 de março.
A moradora Vania Menegol também participou da coletiva. Ao relatar sua experiência durante as enchentes e deslizamentos de 2024, ela ressaltou a solidariedade da comunidade e das instituições.
Vania destacou o esforço da Paróquia para garantir o apoio necessário e mencionou o projeto Escutai, desenvolvido pela Cáritas Diocesana, que ofereceu atendimento psicológico às vítimas.
"Foi muito difícil no começo, mas, com a ajuda de todos, conseguimos retomar a vida. Ainda há muito a ser feito, mas Galópolis só tem a agradecer por toda a força e solidariedade".
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Geral Igreja Católica Diocese de Caxias do Sul apresenta Campanha da Fraternidade 2025 Caxias do Sul