Antônio Braga:
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05.09.2022 - 08h44min
Havia um conselho disputado por duas correntes. Uma delas era formada por aristocratas que o dominavam juntamente com notáveis ou membros da classe abastada. A outra corrente também tinha presença nesse conselho. Ela era mais popular. Havia ainda uma terceira corrente que se achava preterida, sobra, razão pela qual se afastou de tudo, adotando um modo próprio de viver. Era uma corrente considerada mais consciente das debilidades humanas por gente mais moderna. Pois é, o tempo passa! Faz uns 2 mil anos disso. O conselho era o Sinédrio.
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O Sinédrio era a instância legislativa e judicial máxima dos judeus de todo o mundo, com renhida disputa por seu controle. Os membros eram 71. O mais citado deles hoje em dia é um tal de José, de apelido Caifás. Esse José era saduceu. Os saduceus eram assim chamados em razão de um sumo sacerdote de antes de Cristo de nome Saduc (Sadoc). A outra corrente eram os fariseus, uma gente que esperava mudanças a partir de sinais divinos. Os outros eram os essênios que se mandaram de mala e cuia para o deserto de Qumran.
A dominação por um elemento estrangeiro é a coroa da história. Ao tempo do Sinédrio a coroa era o império romano. Aquele mundo, todavia, já havia experimentado outros mandões estrangeiros. E outros vieram depois dos romanos. O povo "comprava" uma certa tranquilidade pagando impostos para os mandões domésticos e, também, para o grande mandão do mundo. O mundo sempre teve mandões por mais reza que se faça. Domésticos e estrangeiros!
Os saduceus eram cumpridores das Leis divinas, mas fizeram o que fizeram por Caifás contra Jesus. Os fariseus até tentaram envolver Jesus em suas empreitadas que propugnavam por mudanças às correntes populares. E não levaram nada. Todos sabem que o reino de Jesus era outro. Esse não envolvimento divino, aos cristãos mais conscientes, parece ser a evidência de que Deus não se mete nessas "lambanças" terrenas, pois aos humanos Ele concedeu o livre arbítrio. Os maus, certamente, vão prestar contas em um lugar em que não há gota d'água para molhar a boca seca de sede.
Enfim, este resuminho pode receber grandes luzes na Bíblia, em Flávio Josefo (História dos Hebreus), em Armand Puig (Jesus – uma biografia). Há muitas outras fontes, mas essas já são suficientes para entender que Deus não está ao lado, abaixo ou acima de nada. Ele simplesmente "É"! Para chegar até Ele, a nós, cristãos, o caminho é observar Cristo. Assim, a religião, se usada como meio de dominação, pode ser o caminho da geena. Ou inferno!
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Opinião Antônio Braga Deus acima de tudo. Ou ao lado de todos Caxias do Sul