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Opinião

Crônica para cápsula do tempo e o passeio público do futuro

Antônio Braga:

Colunista - Redação

redacao@serraempauta.com

Divulgação
Foto Principal - Notícia

Uns 200 anos! Esse é um tempo razoável para que alguém desenvolva a ideia. Nesse tempo os carros convencionais estarão voando pelos ares das cidades. Leito de rua, assim, será algo de antepassados. Lá por 2200, por aí, é provável que o passeio público das cidades esteja padronizado conforme a necessidade das pessoas. Por lá, prefeito talvez nem seja mais prefeito. Talvez seja "gestor" ou, quem sabe, voltando a ser "intendente".

Essa de intendente é cabível aqui, embora seja coisa do passado, porque os antigos exerciam vigilância ou direção da comuna em nome de interesse político de outros, no caso, do presidente de província. Do jeito que a coisa anda, com a entrega da coisa pública a particulares, logo, logo, o alcaide terá um título mais adaptado aos modernos tempos.

Hoje – não é privilégio de Caxias do Sul ou de Santo Ângelo – caminhar pelas calçadas públicas das cidades é uma epopeia. É que o dono do lote adapta o passeio público aos seus interesses, seguindo a topografia do seu terreno. E não o contrário. As pessoas que se danem! O resultado disso são calçadas desniveladas, às vezes com degraus, com piso fora de padrão, com ladrilhos soltos, com concreto esbodegado, sem contar aquelas que não têm pavimento algum. E tem mais aquela em que o dono "privatiza" o meio-fio, fazendo o pedestre redobrar a atenção quanto aos veículos. Tormento!

A ideia para as calçadas públicas é seguir o conceito quanto ao preparo do leito de uma rua. A cultura é a do leito seguindo as condições de fabrico dos automóveis. Quando surge um loteamento novo, a primeira exigência a ser cumprida é o preparo do arruamento. Para o pedestre a única coisa que sobra é o espaço para a calçada. O leito do passeio público pertence ao dono do lote. Ele tem o destino do pedestre!

No caso de uma rua esburacada, a mobilização, a gritaria, são sem tamanho para que a administração pública tome as providências para dar condições de rodagem aos carros. Enfim, um buraco pode quebrar um carro, com prejuízos materiais. E lá vai uma equipe da prefeitura consertar a rua visto o desgaste político-eleitoral. Em período eleitoral o conserto ocorre com mais presteza.

Já sobre o pedestre a atenção é outra. É a desatenção! Se o caminhante torce o pé, se quebra a perna, se detona o joelho, se bate o rosto em um tombo em razão do passeio irregular fica o dito pelo não dito. Afinal, cobrar dos donos dos lotes calçadas em condições adequadas ao pedestre não dá voto, ao contrário, gera desgaste eleitoral.

É por isso que em uns 200 anos, provavelmente, os municípios passem a exigir prioridade ao pedestre. Primeiro, antes do leito da rua, que o lote tenha passeio padronizado às pessoas; que o dono do imóvel adapte o seu lote à calçada pública e não o contrário; que o leito da rua também seja adaptado ao passeio e não o contrário, fazendo com que o carro tenha um acesso por lote e não toda a calçada servindo de acesso a estacionamento. Dada a complexidade da ideia é que 200 anos parece ser um prazo razoável para que o pedestre tenha vez nas cidades. 

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