Votação ocorreu durante a sessão ordinária desta quinta-feira
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03.03.2023 - 00h21min
Nem mesmo a votação unânime que decidiu pela abertura do processo de cassação do mandato do vereador Sandro Fantinel (sem partido), na sessão desta quinta-feira (2), estimulou os vereadores Adriano Bressan (PTB), Alexandre Bortoluz (PP) e Gládis Frizzo (MDB), integrantes da frente anti-PT, a se manifestarem durante o espaço de declaração de voto que discutiu a admissibilidade das denúncias. Além dos três, o vereador Velocino Uez (PTB), também permaneceu em silêncio.
Já os vereadores Maurício Scalco (Novo), também integrante do grupo anti-PT, e o colega Olmir Cadore (PSDB), optaram por uma alternativa mais segura. Os dois leram notas publicadas em suas redes sociais.
Os outros 15 parlamentares decidiram marcar posição política.
O que os vereadores falaram
Edi Carlos Pereira de Souza (PSB) - "Não foi o primeiro, mas com certeza foi o pior discurso de ódio que o Legislativo Caxiense vivenciou".
Estela Balardin (PT) - "Parlamentar não deve ser ferramenta da política do ódio. Nenhum de nós, nenhum cidadão tem o direito de proferir, de incentivar a estrutura social que exclui determinado cidadão, de proferir palavras que sustentam essa estrutura social de discriminação, de preconceito, de xenofobia".
Clóvis Xuxa (PTB) - "Pelo povo baiano e por Caxias – uma Caxias de todos, uma Caxias de imigrantes, uma Caxias bonita, uma Caxias que faz Festa da Uva, uma Caxias que traz gente de tudo quanto é lado e recebe de braços abertos. Por isso meu voto será sim".
Rose Frigeri (PT) - "Nós tivemos, há pouco tempo, um deputado federal, que saiu desta Casa, fazendo denúncias também para o povo baiano. (Palmas). Então eu serei, no momento oportuno, favorável ao pedido. E que isso sirva de exemplo para que o ódio não tenha mais espaço nas falas".
Gilfredo De Camillis (PSB) - "No alto dos meus 73 anos, foi a primeira vez que eu vi uma fala tão intolerável quanto a proferida no plenário da Câmara na última terça-feira. Um discurso desprezível, impulsionado pelo mais puro ódio, que infelizmente tomou conta dos embates políticos nos últimos anos".
Lucas Caregnato (PT) - "A fala de ontem (teça-feira) releva o que tem de mais espúrio e o que lastra a sociedade brasileira".
Juliano Valim (PSD) - "Hoje é um dia triste não somente para o Município de Caxias do Sul, mas para o nosso Estado do Rio Grande do Sul e para o nosso país".
Renato Oliveira (PCdoB) - "Estou há um bom tempo aqui na Casa, há mais de 20 anos. Não imaginava que um dia fosse se votar isso. Nos últimos dois anos, três anos, que gente vê que parece que ia chegar esse dia. Infelizmente, chegou esse dia porque as pessoas quiseram".
Lucas Diel (PDT) - "As lamentáveis declarações do vereador trouxeram esse problema tão grave para Caxias do Sul. A nossa postura, como defensor da democracia, como defensor do trabalho é repudiar essas declarações e ter uma postura profilática, pedagógica desta Casa de não aceitar a intolerância, não aceitar a xenofobia e não aceitar o racismo".
Rafael Bueno (PDT) - "Peço desculpas, presidente, publicamente ao povo baiano, aos nordestinos, aos migrantes e imigrantes. Por um mundo sem muros! Aqui, fascistas não passarão!".
Felipe Gremelmaier (MDB) - "Eu, convictamente, votarei sim, até como uma forma de pedido de desculpas ao povo baiano, ao povo nordestino, aos migrantes e imigrantes que fizeram e fazem Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Salvador e a Bahia".
Marisol Santos (PSDB) - "O relato trazido aqui na tribuna naquele dia 28 foi preconceituoso, mas não só – esse só talvez não esteja bem colocado aqui – mas não apenas contra o povo baiano, o povo nordestino; ele foi uma forma de minimizar algo gravíssimo, ele foi desumano, quando deixa de avaliar uma questão tão grave que estava sendo investigada, e está sendo investigada, com rigor, que é a escravidão".
Tatiane Frizzo (PSDB) - "Esta Casa não pode ser conivente com nenhum tipo de discriminação. E eu acredito que a gente precisa diariamente cuidar dos nossos discursos, cuidar da nossa postura e ter sempre ações afirmativas no sentido de combater qualquer tipo de intolerância".
Elisandro Fiuza (Republicanos) - "É difícil neste momento estarmos aqui para tentar explicitar algo que a sociedade não admite mais, a intolerância, o desrespeito, a falta de humanidade entre as pessoas. O quanto é difícil viver em sociedade com pessoas que, às vezes, nos seus extremos, fazem suas falas muitas vezes sem perceber a proporção que essas palavras mal faladas podem trazer a sociedade e ao ser humano".
Ricardo Zanchin (Novo) - "Não admito nenhum tipo de preconceito, homofobia, gordofobia, xenofobia, jamais".
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