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Sabrina Kluwe/Divulgação

Uma comitiva caxiense visitou na sexta-feira (10) o projeto "Compreender para Atuar", do Centro de Referência em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), em Santa Maria. O projeto é um dos braços do Centro Integrado de Serviços, Ensino, Pesquisa e Extensão em Saúde (Cisepes), vinculado a Faculdade Integrada de Santa Maria.

Desde o final de 2019, o projeto "Compreender para Atuar" trouxe para a região de Santa Maria um diferencial em atendimento, estrutura, acolhimento e protagonismo familiar para pessoas com autismo, tratando dos processos de investigação diagnóstica, avaliação, estimulação precoce e intervenção terapêutica para o desenvolvimento da pessoa com TEA. Formado por uma equipe de profissionais de diversas áreas, o Centro de Referência propõe uma abordagem transdisciplinar, adotando um olhar sistêmico para a pessoa com TEA e sua família.

O psicólogo e coordenador-geral do Cisepes, Marcos Hübner, explicou que o propósito do "Compreender para Atuar" é buscar atendimento humanizado levando em consideração as potencialidades de cada um e realizando atendimento em fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, psicomotricidade, educação especial, psicopedagogia, educação física, enfermagem e fisioterapia.

Os atendimentos são realizados em ambientes personalizados de acordo com as particularidades de cada área profissional e da equipe transdisciplinar. São realizados por mês cerca de 1,1 mil atendimentos individuais, abrangendo 90 famílias, com pacientes entre um e 28 anos. Os convênios, por enquanto, são privados, mas existe estudo de parcerias públicas.

"É muito importante saber que Caxias do Sul, pela sua relevância social, econômica e cultural, está buscando tornar o autismo pauta prioritária na agenda política, com o apoio de familiares e representantes da comunidade. A nossa ideia é colaborarmos com outros municípios e instituições que se sensibilizam com esta causa e que compactuam com o direito dessas pessoas de terem um atendimento personalizado tal como preconiza a legislação, a ética fundamentada nos direitos humanos e a ciência como norteadora dos métodos e técnicas aplicadas", enfatizou.

O diretor ainda lembrou que no projeto estão sendo estudadas parceria com o poder público de Santa Maria, objetivando viabilizar atendimento gratuito. Disse ainda que tem trabalhado para viabilizar parcerias público-privadas, para a contratação dos serviços especializados, sob o zelo da regulamentação legal vigente e a fiscalização do Ministério Público.

"Emendas parlamentares, recursos públicos ordinários da saúde ou educação, compensação fiscal corrente e ou compensação de dívida tributária do setor privado com o município são algumas das alternativas que hoje se trabalha em Santa Maria", avaliou.

Em nome da Câmara de Caxias, o vereador Rafael Bueno (PDT) agradeceu a atenção dispensada a todos, citou o deputado federal Nereu Crispim (União Brasil), defensor da causa e que por meio da atuação de Viviane Benato ajudou a intermediar a visita a Santa Maria, e viu pontos muito positivos no Centro, que servem de exemplo e referência.

"Constatamos que a atuação de todos os envolvidos no processo é altamente profissional, por isso foi uma visita esclarecedora, já que a pessoa com autismo tem um atendimento personalizado, assim como a sua família. Demos início a uma parceria que logo ali adiante pode trazer bons resultados para quem precisa de atendimento em Caxias do Sul e região que, aliás, é muito deficitário", destacou Bueno.

Para ele, Caxias deve assumir protagonismo na causa autista. O parlamentar disse ainda que colocará o mandato ainda mais à disposição para que isso se torne uma realidade, já tendo iniciado os primeiros contatos para ampliação do atendimento no Município.

Mãe de uma menina autista, Nicole Caprini avaliou como positiva a visita, porque proporcionou pensar sobre os atendimentos fornecidos pelo Município de Caxias. A partir disso, entende, percebe-se as defasagens desses atendimentos, aos quais são primordiais para evoluções em quadros de TEA. Porém, para além das dificuldades enfrentadas pelas pessoas que têm o espectro e suas famílias, a visita abre um leque de possibilidades que podem ser pensadas.

Para Andrea Stefanon, que tem um filho autista, o Centro de Referência em Santa Maria realmente garante o interesse primordial da pessoa com deficiência, objetivando não só o exercício dos direitos, mas principalmente a efetiva integração social das pessoas que vivem no espectro.

Viviane Benato destacou a importância da visita, que trouxe maior abrangência de conhecimentos e acredita que há esperança de que Caxias tenha um Centro de Referência que também atue em parceria com o poder público, porque a demanda é muito grande no Município.

Everson Furtado afirmou que o encontro serviu como inspiração e motivação para que seja criado em Caxias um espaço humanizado para acolher e atender as pessoas com espectro autista e seus familiares.

Também participaram da visita, Patricia Silveira, mãe de criança autista, Margarete Pauletti, e Raquel Hubert, com ligações com a causa autista, o diretor-geral da Fisma, Ailo Saccol, e a Educadora Física e psicomotricista, Amanda Tambara.

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Comitiva Caxias do Sul conhece Centro de Referência Transtorno do Espectro Autista Santa Maria