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O Rio Grande do Sul vive, no calendário comemorativo, sua festa máxima nesta terça-feira. É fantástico! A manifestação encerra valores de um povo e as suas maravilhas potencializadas por vieses da história. As lembranças pessoais também dão colorido especial aos festejos setembrinos, exaltando-se o aspecto sentimental do chão e o seu modo de vida. E a manifestação fica ainda mais linda pela sua pureza sem apelo ideológico-partidário.

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Lá da infância escolar, passando pela adolescência, vem à memória dois CTGs, na velha Santo Ângelo. O 20 de Setembro e os Legalistas erguiam ranchos de pau-a-pique, de costaneira, cobertos com capim-rabo-de-burro ou santa-fé, nas duas praças centrais. Além do aspecto característico de um cenário de um Rio Grande rústico e pobre, os escolares eram brindados com palestras e explicações sobre peças de museu ali expostas.

No andar da carroça essas marcas ganharam agregados. Em Caxias do Sul, não faz muito tempo, não havia local para festejos farrapos. Primeiro, acanhadamente, foi montado um acampamento na praça João Pessoa, no bairro São Pelegrino. A iniciativa ganhou proporções, passando para o Parque Cinquentenário como festa cinchada pela cidade. Até o 3º GAAAé e o 12º BPM ali montaram acampamentos. Aí o problema passou à oposição ambientalista. Havia cuidado em não depredar o parque. A peleia chegou ao Ministério Público para apaziguar ânimos.

Daí em diante, com vozes amenas, o evento foi para o Parque da Festa da Uva. Inquestionável, então, a festa farroupilha, hoje, compõe o calendário das grandes manifestações de Caxias do Sul. E pequenas também. É difícil esquecer o sabor de um borrego assado sob os pavilhões do parque. E é assim! Comida. Música. Dança. Moda. Exibir bombacha, lenço, vestido típico, bota, alpercata iguala todo mundo. Vivas!

Já a história tem muitos ingredientes. Os separatistas gaúchos, na verdade, não queriam a separação do Brasil. O ânimo tomou esse rumo exaltado no andar da peleia. E, no fim, ficou o dito pelo não dito, com o Rio Grande sendo Brasil. O povo gaúcho, contudo, deu o seu recado de grandeza em torno do lema "liberdade, igualdade e humanidade" da sua bandeira, sem importar se isso tem ou não tem valores ligados ao pensamento ideológico da época, como muitos se apropriam de datas por motivos particulares.

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Opinião Antônio Braga 20 de Setembro Rio Grande do Sul