Prefeitura distribuiu bolo para os convidados na Praça Dante Alighieri
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21.06.2023 - 09h46min
Na festa em que Caxias do Sul comemorou oficialmente seus 133 anos de emancipação política, foi mais fácil receber uma fatia do que encontrar algum nativo da terra entre as quase 5 mil pessoas que se aglomeraram próximo ao palco, local da distribuição do doce, na Praça Dante Alighieri, ao longo da tarde ensolarada e de temperatura agradável desta terça-feira (20).
"Moro em Caxias desde 2013 e não saio daqui para nada", sentencia a dona de casa Luciele Alabi, 42, natural de Alegrete. Ao lado da mãe e das filhas Marla Samira, 7 anos, e Ayla Safira, 3, a moradora do Bairro Panazzolo descobriu sobre a festa ("muito linda") apenas um dia antes, ao passar pela praça e buscar informação sobre a estrutura montada no local. As quatro degustavam seus pedaços de torta sentadas na borda do chafariz, desligado oportunamente para não molhar os convidados.
"Essa cidade tem tudo que se precisa! É boa para trabalhar, só não trabalha quem não quer. É boa para as crianças: a educação é boa, a saúde é boa. Não tem do que se queixar", arrematou.
As amigas Sara Alves, Lívia Rodrigues, Evelyn Camargo e Ana Júlia Toniolli, todas estudantes do 9º ano da Escola Estadual de Ensino Médio Presidente Vargas, cada uma moradora de um canto da cidade: Exposição, Jardim América, Planalto e Santa Corona, também participaram da festa.
"Terminamos os cursos que a gente faz depois da aula e viemos para cá. Nem combinamos nada. Agora vamos ver se conseguimos um pedaço do bolo", revelou Evelyn, enquanto as demais já se adiantavam para mergulhar na multidão, abrindo caminho até o gradil de onde saíam os pratos abastecidos.
Moradora do Cidade Nova, a autônoma Jakceli de Oliveira Piroli, 39, levou consigo a representação viva de uma das mais marcantes tradições dos aniversários do município na Praça Dante: a preparação.
"Tá aqui a bacia!", exclamou ela, sacando o artefato de dentro de uma sacola plástica.
Acolhida nos braços da mãe para suportar a impaciência durante o protocolo, a estudante do 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Cidade Nova, Andryele Vitória de Oliveira Piroli, tinha na ponta da língua um dos motivos para se apreciar Caxias do Sul:
"A comida. Polenta com molho".
Vizinho de bairro e muito próximo na fila, mas sem conhecer a dupla de mãe e filha, o avô Alberi Machado da Silva, 72 anos, e a neta Rebeca Machado da Silva, 4, aproveitaram um compromisso da família no Centro da cidade para garantir seus pedaços de torta.
"Sou de Passo Fundo, mas vivo em Caxias há muito tempo. Não troco por nada", disse o aposentado.
"Gosto de estudar. Gosto da minha escola", comentou a menina, fã da cachorrinha cor-de-rosa da Patrulha Canina.
O também aposentado Manoel Coelho Braz, 74 anos, residente do Loteamento Victório Trez há aproximadamente duas décadas e meia, se orgulha de já ter morado no Brasil inteiro. Mas o nativo da humilde comunidade da Aldeota, em Fortaleza (CE), gosta mesmo é de Caxias do Sul – até no inverno.
"Gosto dos Pavilhões da Festa da Uva, das músicas que tocam nas rádios e gosto dos rodeios que têm aqui, claro. Meus filhos se criaram trabalhando nas empresas daqui. Essa cidade tem muito emprego. Vim para fazer a barragem de Machadinho, há muitos anos, e acabei voltando. Tem muito emprego aqui".
Um grupo de 25 crianças do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Casa Brasil, do Bairro Reolon, também levou à festa um outro hábito típico dos habitantes da cidade: o repeteco.
Nenhum esforço foi demasiado para a garotada empolgadíssima com a tarde de brincadeiras no centro da cidade encarar novamente a fila e garantir um segundo pedacinho de torta.
E ali também se achou uma versão de caxiense das que mais se reconhece diante do espelho:
"Não me peça para falar de Caxias. A coisa que a gente mais faz quando é para falar da cidade é sacanear", confessou a auxiliar de limpeza Cíntia Marques de Jesus, 37 anos, mãe de Geyson, 9, um dos frequentadores do Serviço de Convivência.
Prova viva de que não há unanimidade quando se tratam de paixões. Mas de que é possível encontrar um meio de caminho pela razão. Fornecida em uma pequena fatia pela vizinha:
"Acho que é muito bom este tipo de serviço que tem aqui, beneficente, que a gente sabe que pode contar para deixar as crianças para poder trabalhar. Essa estrutura que ajuda na parte social. Isso é muito importante", observou a também auxiliar de limpeza Juliana da Silva de Lima, 28 anos, mãe de Pietro, da mesma comitiva. E com o olhar de quem vem de Flores da Cunha.
Cíntia concordou com Juliana:
"É... Nisso, é verdade. É muito bom saber que as crianças vão ficar bem cuidadas quando a gente sai para trabalhar. Meus quatro já passaram por lá. E o mais novo está desde os 6 anos. Essa é uma coisa boa de Caxias".
A torta de baunilha com doce de leite e chocolate foi elaborada por alunos e professores do curso de Gastronomia do Senac, com apoios de Roseflor Alimentos, Multi Mercados e Big Festa.
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Tarde de festa comemoração 133 anos Caxias do Sul emancipação política atraiu 5 mil pessoas Praça Dante Alighieri