Diretora-presidente da Codeca, Helen Machado, disse que busca empréstimo para pagar o 13º salários dos trabalhadores
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14.12.2021 - 11h53min
A difícil situação financeira da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) voltou a ser discutida no plenário da Câmara de Caxias, nesta segunda-feira (13), durante reunião pública promovida pela Frente Parlamentar de Acompanhamento da Codeca.
A primeira manifestação foi da diretora-presidente da Codeca, Helen Machado (PSDB), que apresentou algumas informações e resultados da empresa. Ela lembrou que limpeza urbana, obras e pavimentação são os principais eixos de ação da companhia. E, atualmente, está em vigor um grupo de apoio e recuperação voltado a pensar processos de gestão, alternativas, adequações, mudanças e melhorias para a Codeca.
De acordo com a presidente, 2020 finalizou com R$ 110 milhões de faturamento, mas déficit de R$ 6,7 milhões.
"Nosso caixa vai fechar em R$ 7 milhões negativos e não tem como fugir de empréstimo para pagar o 13º salário. Neste ano de 2021, mesmo com nosso esforço, a receita caiu quase 5%, pois houve crescimento dos custos em relação à receita", informou a presidente.
No que se refere à equipe funcional, existem 1.188 funcionários, mas 195 estariam afastados, sem contar faltas eventuais, comprometendo cerca de 25% do quadro. E o principal custo, segundo a diretora, seria a despesa com pessoal, que chegou a 80% de comprometimento da receita, o que tem inviabilizado novos investimentos, como a renovação da frota. Helen também relata o impacto dos custos de cartão combustível, vale-alimentação, planos de saúde e horas pagas, mas não trabalhadas pelos colaboradores, em razão do término do setor.
"Se ano que vem tivermos os dissídios nas condições que a empresa está, não teremos como dispor desses recursos", avisa. Conforme Helen, a situação está muito severa porque o cenário mudou e a empresa não consegue absorver as despesas.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana de Caxias do Sul (Sindilimp), Henrique Silva, apontou que os trabalhadores estão saindo para o trabalho sem condições. Ele sinalizou que o Sindicato está disposto a negociar com a Codeca.
“Os trabalhadores estão saindo sem condições. Vão lá olhar. Estão indo trabalhar pelo respeito que têm pela Codeca e pela comunidade. Falando mal de trabalhadores não vamos chegar a lugar algum. A Codeca tem viabilidade, mas tem de partir de um novo formato e é preciso ter a mão do Município de Caxias. Nós, trabalhadores e Sindicado, da mesma forma que construímos no passado soluções para a Codeca, estamos dispostos a construirmos no presente, mas tem que dialogar", cobrou Henrique Silva, sinalizando possibilidade de conversa sobre banco de horas, por exemplo.
Ao presidir os trabalhos, o vereador Adriano Bressan (PTB) lembrou que a Casa aprovou, recentemente, aporte de R$ 4 milhões para auxiliar a Codeca, tendo em vista que a companhia amarga um prejuízo acumulado de R$ 30 milhões.
"Votamos com responsabilidade porque sabemos que a empresa precisa ser recuperada, mas não aceitamos pressão. Juntos, vamos conversar e vai dar para ajustar e recuperar a empresa, mas todos têm que ceder. Não há mais como esperar, e quem puxa para trás tem que ser demitido. O time tem de jogar junto", defendeu Bressan.
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