Clube Gaúcho, de Caxias, recomeça uma nova história

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Uma nova história está sendo escrita nas linhas e na trajetória da Sociedade Recreativa Clube Gaúcho. Conhecido por ser o ponto de encontro dos negros em Caxias do Sul, o quase centenário clube sofreu depredações e saques durante a pandemia do coronavírus e precisou ser repensando.

Para isso, uma nova gestão foi convocada. O desafio agora é recoloca o clube nos trilhos preservando o seu legado e prospectando o futuro. A ideia é transformar o clube em um grande centro de cultura abrigando diversas frentes subdivididas em núcleos como: núcleo de dança, núcleo de cultura, núcleo de música, núcleo de griôs (contadores de histórias africanas).

A nova gestão do clube é composta por profissionais de diversas áreas como: músicos, agentes culturais, jornalistas e por aí vai. Uma forma de explorar a diversidade e pensar de maneira pluriétnica o novo conceito que quer ser dado para a instituição.

"Estamos unidos em um só propósito, reerguer o Clube Gaúcho. Temos ideias, temos dinamismo e juntos vamos recomeçar e transformar essa história", ressalta Cleberton Ribeiro Aguiar, presidente do Clube.

Também integram a diretoria, o jornalista Bernardo Barcellos, que assume como vice-presidente e assessor de imprensa. O departamento de Cultura será coordenado por Elvino Santos. O núcleo Samba está sob a responsabilidade de Júlio Cesar Gilbert. Vanessa Carraro e Mariélida Chemello, a Léli de Oxum, assumem o núcleo Dança e marketing e secretaria, respectivamente.

Aniversário de 87 anos

Para celebrar os 87 anos de história, os representantes da instituição, farão uma série de visitas aos órgãos públicos, Executivo e Legislativo municipal, bem como centros culturais e veículos de imprensa. No dia 23 de junho, será divulgado um vídeo comemorativo com personalidades significativas que fizeram parte da construção e desenvolvimento da instituição.

A trajetória

Fundado em 23 de junho de 1934, o clube assumiu na década de 1930, o protagonismo de entidade referência na afirmação da Etnia Negra de Caxias do Sul constituindo-se como agente municipal e regional de primeira ordem enquanto defensores e promotores do avanço dos direitos humanos. Além disso, porta-voz da cidadania regional, manifesta-se a favor de sistemas e instituições democráticas, trabalhando conjuntamente, em rede, trocando práticas e experiências e coordenando suas ações.

A diversidade cultural é o principal patrimônio da humanidade. É o produto de milhares de anos de História, fruto da contribuição coletiva de todos os povos, por meio de suas linguagens, imaginários, tecnologias, práticas e criações.

A instituição dedicou-se inicialmente ao futebol, mas foi responsável também pela promoção de bailes, festas, quermesses, cursos e diversos outros eventos. Tudo com o propósito de fortalecer os vínculos da população negra e combater a segregação e o visível racismo e descriminação da época. Referência no carnaval de rua de Caxias do Sul, foi a campeã por mais de 10 vezes, sendo que seus ensaios sempre receberam participantes de todas as agremiações.

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