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Luiz Claudio Scur/Divulgação

As semanas que antecedem a Mostra Científica e Tecnológica do Centro Tecnológico da Universidade de Caxias do Sul (Cetec UCS) são de intensa movimentação nos corredores e em diversos laboratórios e espaços de experimentação do campus da Universidade. Ainda mais neste ano em que o maior evento científico e tecnológico de nível escolar da Serra Gaúcha bate um novo recorde de projetos. Com apresentações de trabalhos de nível Fundamental, Médio e Técnico, serão 271 projetos de pesquisa, em pelo menos 14 áreas do conhecimento, envolvendo mais de 650 estudantes.

Além da consolidação do evento, que chega a sua 11ª edição para o nível Médio e Técnico, a explicação para o crescimento das pesquisas é que este já é o segundo ano da Mostra Científica e Tecnológica Júnior que abrange os trabalhos de estudantes do 6º ao 9º Ano, provando o estímulo do Cetec para desenvolver o pensamento científico desde cedo. Serão 200 projetos de pesquisa no Ensino Médio e Técnico e 71 do Fundamental.

A diretora da instituição, Ana Cristina Possapp Cesa, destaca uma novidade da edição deste ano que é aproximar ainda mais o trabalho de pesquisa do Cetec dos institutos de pesquisa e inovação, de empresas, do poder público e de atores da sociedade, que já confirmaram presença na abertura do evento para conferir de perto os projetos.

"Assim, podemos mostrar a toda comunidade que inovação não é só para pesquisadores da graduação e programas de pós ou só para empresas. Ela está na pessoa que quer fazer diferente", destaca a diretora do Cetec.

O coordenador da 11ª Mostra Científica e Tecnológica do Cetec UCS, o professor Gustavo Rubbo Siqueira, acrescenta a importância de uma escola que incentiva a pensar desta forma.

"É um tipo de ensino inovador, que foge do tradicional porque os alunos têm de buscar o conhecimento e trabalhar com ele. Eles vão atrás de resolver problemas que, para eles, têm significância e, para a sociedade, também", aponta.

As pesquisas dos alunos do Cetec ainda contam com apoio dos mais de 100 laboratórios da UCS. Após a apresentação dos projetos, eles são avaliados por mais de 120 professores e os premiados se credenciam para outros importantes eventos científicos, como a XV Mostra Científica e Tecnológica das Escolas de Ensino Médio e Fundamental da Serra Gaúcha (Mostraseg), realizada no campus da UCS nos dias 18 e de 19 setembro.

Ao longo dos últimos anos, diversos estudantes do Cetec também já tiveram pesquisas que foram parar em festivais internacionais de inovação, como na Tunísia e na Colômbia.

Projetos vão da indústria ao social

Pelo volume de projetos científicos desenvolvidos fica até difícil elencar os exemplos de projetos que chamam a atenção nesta edição em função da diversidade de soluções apresentadas. Mas destacamos a quantidade de projetos que podem ser aplicados em áreas econômicas, como na indústria, tão forte na região da Serra.

Algumas pesquisas estão voltadas para o aproveitamento de novas matérias-primas para impulsionar a indústria. O grafeno, que tem uma planta industrial dentro da UCS, também é tema de estudo, tanto de alunos do Ensino Médio quanto no Fundamental. Estudantes do 9º Ano tem um projeto que aborda o uso do grafeno como insumo para o desenvolvimento de órteses para animais, como cachorros. No Ensino Médio, a pesquisa é sobre o uso do grafeno em sacolas plásticas.

Ainda na indústria, podemos citar o uso de matérias-primas naturais, caso do projeto de extração de óleo de semente de abóbora que avalia sua utilização como biodiesel. Outra pesquisa aborda a incorporação de casca de nozes em polímeros. E há ainda um grupo que trabalha com a construção de bioplástico a partir da cevada.

Mais uma área que concentra boa parte dos trabalhos é a da saúde. Estudantes coletaram pixirica, que é uma planta nativa utilizada na medicina popular, para estudar a utilização de seu extrato para o tratamento de infecções urinárias. Uma outra pesquisa trabalha na construção de um novo conservante para cosméticos. Os estudantes pretendem substituir os parabenos pelo sorbato de potássio e óleo essencial de limão-taiti.

Também chama a atenção o olhar dos alunos para a área social. Estudantes do Fundamental pesquisam uma fralda ecológica descartável feita com bioplástico de origem vegetal. O tempo de decomposição dela é entre 60 e 90 dias. Há outros dois projetos que combatem, inclusive, à fome, com suplementos alimentares de baixo custo.

Ainda nesta área voltada para a sociedade, cabe destacar iniciativas dos alunos do Ensino Médio, como o grupo que desenvolve aplicativos para auxiliar os trabalhos de Organizações Não-Governamentais (ONGs) de proteção animal. E há também um projeto na área de educação sexual que avalia a oferta de mais aulas voltadas ao tema para o primeiro ano do Ensino Médio. Esses são apenas alguns exemplos das mais de duas centenas de projetos que poderão ser conferidos nos ginásios 1 e 2 da Vila Poliesportiva da UCS.

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