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Legislativo

Cerca de 40 mil pessoas aguardam por consulta com especialistas em Caxias

Encontro promovido pela Comissão de Saúde do Legislativo debateu situação dos hospitais, falta de médicos e filas que população enfrenta no cotidiano

Colunista - Redação

redacao@serraempauta.com

Tales Armiliato/Divulgação
Foto Principal - Notícia

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Caxias do Sul debateu nesta segunda-feira (13) a situação da saúde pública no Município. Na reunião discutidas as situações encontradas e feitos alguns encaminhamentos para minimizar problemas como a falta de médicos e de leitos e as imensas filas para consultas, exames e cirurgias.

A secretária da Saúde, Daniele Meneguzzi, destacou que durante o período do agravamento da pandemia os serviços de saúde acabaram ficando represados, no mínimo em 12 meses, por isso o aumento nas filas de espera. Atualmente, cerca de 40 mil pessoas aguardam por consulta com especialistas, enquanto 9 mil esperam exames e 7 mil estão na fila por cirurgias eletivas em diversas especialidades. Apenas na traumatologia, quase 2 mil pessoas esperam procedimentos cirúrgicos, já na colonoscopia, com 47 vagas por mês, são 1,9 mil pacientes aguardando, e na endoscopia, 151 estão na espera.

Além dos mutirões que o Município tem realizado, como neste final de semana, Daniele falou da possibilidade da contratação de médicos com carga horária de 20 horas semanais por meio de concurso, devendo ocorrer até fevereiro, além da cedência de pelo menos 11 médicos pelo Programa Médicos do Brasil. Segundo a secretária, faltam 21 médicos em Caxias do Sul. Daniele ainda apelou aos vereadores que façam contatos com representantes em Brasília para que haja equalização no teto MAC, que são valores repassados pelo Ministério da Saúde aos municípios para pagamentos de procedimentos de média e alta complexidade, e que estariam defasados. Em razão disso, por mês Caxias do Sul estaria deixando de receber R$ 500 mil do Governo Federal.

Sandro Junqueira, diretor do Hospital Geral, enfatizou que a instituição está atuando no limite, com pessoas aguardando leitos na própria instituição, apesar de as equipes terem conseguido normalizar a média anual de cirurgias, que era de 500 em 2019, caiu consideravelmente em 2020 e neste ano voltou ao patamar de 400 procedimentos. Segundo ele, os 118 leitos que devem ser inaugurados no HG em 2022 rapidamente estarão lotados. Por isso, a situação é de alerta.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Alexandre Silva, comentou sobre o bom exemplo presenciado em Bento Gonçalves, principalmente nas ações na Unidade de Pronto Atendimento e sugeriu uma visita à cidade vizinha. Também solicitou que se façam mais mutirões de saúde para desafogar as UPAs e Unidades Básicas.

A titular da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde, Claudia Daniel, comentou sobre o programa que o Governo do Estado deve lançar em breve, no qual haverá parcerias com hospitais para a realização de mais cirurgias. Para ela, a população carece muito e precisa do serviço de saúde, uma realidade que se verifica no dia a dia.

Já a diretora do Hospital Virvi Ramos, Cleciane Doncatto, destacou que a instituição vem fazendo o possível para colaborar com o Município e será possível ampliar o atendimento por meio de habilitações para hemodiálise e oncologia, o que ajudará a reduzir as filas na saúde.

O presidente da Comissão da Saúde, vereador Rafael Bueno (PDT), que conduziu os trabalhos, reiterou os graves números da saúde pública. O parlamentar tem recebido diversos pedidos de moradores para encaminhamentos de consultas, exames e cirurgias. Para ele, existe a falta de engajamento da maioria dos municípios da região, já que Caxias do Sul atende a mais 48 cidades da região.

"Muitos prefeitos fecharam as portas para o Hospital Geral, por exemplo. O nível de comprometimento foi muito baixo. Não é pouca gente, é mais de 1,2 milhão de pessoas atendidas", destacou.

O pedetista ainda lembrou da importância da recente visita dos vereadores da CSMA nas duas UPAs do município (Central e Zona Norte), já que algumas medidas já estão sendo tomadas, como a análise de biometria para os médicos que atuam nas unidades.

Por fim, Bueno voltou a enfatizar a necessidade de o Hospital Pompéia, que não mandou representante para a reunião pública, e o Município entrarem em um acordo, porque existe nos bastidores a possibilidade de que o contrato seja desfeito ou pare na Justiça.

"Para o bem e tranquilidade da população, essa situação deveria ser resolvida até o fim do ano."

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