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Lucas Munaretti/Divulgação

A Secretaria Municipal da Saúde realizou, na quinta-feira (13), uma ação de saúde no grupo de indígenas que vive na comunidade Menino Deus, em Forqueta, interior de Caxias do Sul. A iniciativa ocorreu em parceria com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), vinculada ao Governo do Estado. A atividade está relacionada a outras realizadas para aprimorar o atendimento prestado às populações vulneráveis.

O objetivo da visita à aldeia, além de proporcionar os atendimentos, foi ampliar o vínculo dos indígenas com a UBS de Saúde referência, que é a UBS Forqueta. Os moradores já possuem Cartão SUS de Caxias do Sul.

O diretor de Gestão, Planejamento e Políticas de Saúde da Secretaria da Saúde, Dino de Lorenzi, diz que a pasta tem tido crescente preocupação com grupos vulneráveis, sendo que em 2021 instituiu uma diretoria técnica para atenção à saúde das populações vulneráveis, na qual se incluiu a população indígena.

"Temos procurado conjuntamente, através das UBSs de referência, monitorar as condições de saúde da comunidade em Menino Deus, com visitas periódicas de médicos e enfermeiros, manutenção do calendário vacinal e atendimento às demandas clínicas que surgem. Outros grupos, como LGBTQIA+, imigrantes e portadores de deficiência também têm sido foco de ações de promoção e prevenção em saúde", explica.

A médica pediatra Débora Mosca Fernandes descreve o trabalha realizado na aldeia.

"Nessa visita domiciliar de rotina que realizamos, fizemos consultas de puericultura, com verificação de peso, estado nutricional, condições vacinais, medicamos crianças com pequenos problemas comuns na infância", conta a médica pediatra, que realizou os atendimentos acompanhada da enfermeira Edileia Sganzerla.

Os indígenas esperaram a equipe da SMS e da Sesai em uma sala com mesa e cadeiras organizadas para receber os profissionais de saúde e decorada com artesanato produzido por eles. Entre as crianças atendidas estavam os pequenos Hanna, dois anos, e Renato, oito, que passaram por consulta médica e deixaram a mãe, Elenir Berto, 40, aliviada.

"É muito importante ter esse atendimento", disse.

Foram aplicadas vacinas contra a gripe (influenza) para crianças, adolescentes e adultos e também vacinas do calendário de rotina, disponibilizadas pela Secretaria da Saúde. Também foram prescritos e entregues os medicamentos necessários aos moradores da aldeia.

Segundo o cacique, Altair Soares, atualmente vivem na aldeia cinco famílias, totalizando 27 pessoas. A equipe da Sesai foi representada pela enfermeira Carmen Rosa da Costa Soares Pericoco e pela técnica em enfermagem Giedra Siqueira.

Município trabalha para qualificar atendimento às populações vulneráveis

A Prefeitura de Caxias do Sul, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), trabalha para qualificar o atendimento às populações vulneráveis. Um projeto de capacitações sobre humanização e acolhimento das populações LGBTQIAPN+, negra, migrante e indígena está pronto e deve começar a ser implantado em breve.

Na primeira etapa do projeto, com previsão de três encontros, será abordada a humanização e o acolhimento a essas populações. Nas etapas seguintes passam a ser desenvolvidos conteúdos técnicos, como saúde mental, doenças específicas e outras temáticas.

O objetivo é levar essas capacitações a servidores de todos os setores da Secretaria da Saúde, com foco inicial aos servidores das Unidades Básicas de Saúde, uma vez que essas populações buscam por atendimentos diversos e é necessário instruir e ampliar o olhar de acolhimento.

Durante o mês de março, a Secretaria Municipal da Saúde recebeu visita de representantes da Secretaria Estadual de Saúde e da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ª CRS) para conhecer o projeto e para conversar sobre a possibilidade de apoio para ampliação da proposta. Também no mês de março, como ação para preparar as capacitações que serão apresentadas, uma equipe da SMS realizou visita técnica ao Centro de Atendimento ao Migrante (CAM) de Caxias do Sul. O grupo conheceu as instalações e ouviu relato da diretora Celsa Zucco sobre os desafios enfrentados por essas populações.

Conforme Patrícia Farina, diretora técnica de Atenção à Saúde de Portadores de Doenças Crônicas e Populações Vulneráveis, é necessário um olhar diferenciado para essas pessoas, sobretudo em função do alto número que tem chegado à cidade nos últimos anos e que encontram na Atenção Primária a porta de entrada aos serviços de saúde e até a outros ofertados pelo Município.

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