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Defasagem

Caxias investe mais de R$ 1 milhão na recuperação de aprendizagem

Investimento mensal atende cerca de 1,5 mil alunos de 35 escolas prioritárias

Colunista - Redação

Redação

redacao@serraempauta.com
27.12.2022 - 09h49min

Elisabete Bianchi/Divulgação
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Caxias do Sul está investindo mais de R$ 1 milhão e 12,5 mil horas/aula por mês no esforço pela recuperação da aprendizagem perdida durante a pandemia da covid-19. O mais recente desdobramento da campanha empreendida pela Secretaria da Educação (Smed) foi lançado oficialmente na Escola Municipal de Ensino Fundamental Castelo Branco, no Bairro Fátima, na metade do mês de dezembro.

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A edição 2023 do projeto VER Verão, realizado entre 2 e 24 de janeiro, atuará no socorro aos estudantes de anos iniciais do Ensino Fundamental até 4º e 5º anos que precisam urgentemente alcançar o ritmo da alfabetização comprometido durante quase dois anos de isolamento forçado pelo coronavírus.

Cerca de 1,5 mil alunos serão atendidos pela iniciativa que abrange 35 escolas consideradas prioritárias – ao contrário de 2022, em que aconteceu por adesão, agora o processo terá lugar nas unidades de ensino onde se verificou maior prejuízo nos indicadores de aprendizado.

Desde o início do segundo semestre letivo deste ano, boa parte delas já vêm contando com o apoio de aproximadamente 200 professores especificamente dedicados ao Programa de Recuperação de Aprendizagem (PRA) desenvolvido pelo Município.

"Mesmo com o aumento nas taxas de aprovação em todos os estados, no aprendizado, comparando-se a proficiência média padronizada de 2019 para 2021 em Língua Portuguesa e Matemática, ficamos com indicadores abaixo em todas as unidades da federação, nos anos iniciais. Sem dúvida, o Brasil tem uma tarefa urgente em termos educacionais. Em Caxias do Sul, com os dados dos níveis de aprendizado das crianças consolidados em mãos, priorizamos o alargamento de horário dos profissionais de PRA nas escolas onde se observou maior necessidade. Para dar subsídio ao trabalho, todos passaram por uma capacitação específica em neurodidática", revela a secretária de Educação, Sandra Negrini.

O VER Verão surge como mais uma oportunidade de alargamento dos tempos e espaços escolares para crianças com dificuldades. A identificação das escolas com prioridade de atendimento se deu pelo critério de desempenho nos índices de aprendizagem ao longo do ano – nas avaliações externas – e também a partir de um diagnóstico que as próprias escolas fizeram na metade de 2022, informando quantos estudantes desde os anos iniciais até 4º e 5º ano ainda não estariam alfabéticos.

"Em situação ideal, esperamos que até o 3º ano os estudantes estejam alfabéticos, ou seja, que tenham condições mínimas de ler e escrever de maneira compreensiva. Um estudante de 4º ou 5º ano que não atingiu esta competência está com bastante defasagem em relação aos demais e teoricamente, não tem condição de acompanhar os outros conceitos que precisam ser desenvolvidos nesta etapa. Então fizemos um diagnóstico com as escolas, a respeito dos estudantes de anos iniciais até 4º e 5º anos enquadrados neste caso. Aquelas com mais estudantes em defasagem tornaram-se prioritárias para nós", explica a diretora pedagógica da Smed, Paula Martinazzo.

Atividades em turno extra para os alunos. Formação adicional para os professores

A partir do segundo semestre deste ano, as escolas classificadas como prioritárias tiveram um alargamento de horário dedicado ao Programa de Recuperação de Aprendizagem (PRA). Algumas receberam horário adicional no turno regular das crianças e outras, no contraturno. Independentemente da configuração, todas receberam horários a mais para a operação de resgate dos estudantes com aprendizado comprometido pelo período de aulas remotas, híbridas ou interrompidas durante a pandemia.

"Ocorre que, ao final do ano, essas escolas ainda constam como prioritárias para nós e, então, estamos oportunizando o VER Verão. Para as escolas prioritárias e também para as que receberam estudantes em maio, que estavam fora do seu zoneamento. Também estamos possibilitando, assim como fizemos nas férias de inverno, que essas crianças que iniciaram o ano letivo em maio pudessem ter aulas durante o período do recesso escolar do inverno, que agora essas crianças também sejam priorizadas no atendimento", afirma a diretora pedagógica da Smed, Paula Martinazzo.

Para cumprir a carga letiva adicional, seja com ampliação de horas no turno normal ou no contraturno, todos os estudantes atendidos contarão com esquema especial de alimentação e transporte assegurados pela Secretaria da Educação.

Inclusive, durante o VER Verão, três escolas terão roteiro especial, devido à inexistência de outra forma de acesso no período – duas escolas do meio rural (Criúva e Fazenda Souza) e uma na Parada Cristal. E de 2 a 4 de janeiro, os professores que atuarão no projeto – que são aqueles que não têm direito a férias, em função da data de concurso – passarão por uma intensa formação específica na Smed. No primeiro dia, com uma equipe do Sicredi e nos outros dois, com a assessoria técnica da própria Secretaria.

"Vamos trabalhar com expedições investigativas. A ideia é que as crianças explorem os seus territórios, não fiquem emparedadas no verão, para ter aulas. Além da metodologia das expedições investigativas, vamos trabalhar com as habilidades mínimas, a partir de um diagnóstico que temos de rede. E também com o currículo em movimento, que é a possibilidade de identificar as possíveis atividades que se possa dar com o que ainda não foi consolidado com essas crianças", acrescenta Paula.

Outra expectativa do projeto de aulas durante o recesso escolar de verão reside nos benefícios da própria socialização entre os estudantes – mais um dano colateral grave herdado da pandemia, que ficou para ser solucionado pelos educadores. Na avaliação dos gestores, ao investir na recuperação de conteúdos básicos, o Município atua, também, no resgate de atributos humanos das crianças.

"Conforme muitos especialistas já apontavam, a falta de interação na escola, a restrição às tecnologias e à conexão, as perdas socioeconômicas e as questões socioemocionais afetadas deixariam uma herança trágica na educação brasileira. E isso impõe a todos nós um esforço muito grande na garantia da aprendizagem e desenvolvimento de todos os estudantes", conclui a secretária Municipal de Educação, Sandra Negrini.

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