Antônio Braga:
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22.08.2022 - 08h27min
Nem tudo está perdido! Ainda que o Orçamento ande "pelas caronas" a ponto de o Município querer entregar iluminação pública, praças e parques a particulares, duas notícias sopram bons ventos em Caxias do Sul. Uma delas, a regularização fundiária urbana oxigena o "Esse terreno é meu"; e, outra, o anúncio de que a prefeitura e a RGE, concessionária de energia, vão tentar minimizar as "marotas maçarocas" de fios e de cabos nos postes das redes elétrica e de comunicação.
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Esses são dois bons exemplos de que quando o propósito é maior do que meras escaramuças políticas, questões encardidas podem chegar a um desiderato favorável à população. Os perrengues das maçarocas nos postes e os lotes irregulares poderiam ter entrado para a lengalenga política de que exigiriam grandes recursos financeiros, sendo quase inalcançável uma solução. Porém, houve o dedo de agentes que puseram mão na massa e partiram para a ação.
A questão das maçarocas nos postes ganhou dimensão de audiência pública, na Câmara Municipal, em que ficou dito que, no dia 16 de setembro, será empreendida "ação experimental" em trecho limitado da rua Os 18 do Forte, para remoção de fios e de cabos desativados. "Ação experimental!" Mas já é algo contra o que denominamos aqui, em outra coluna, de "marotas maçarocas". Nisso está o dedo de Gilfredo De Camillis, vereador de primeira viagem, enfronhado contra maçarocas da comunidade.
O alvissareiro é, de fato, a disposição em achar uma solução ao problema de um emaranhado que cobre todos os quadrantes do País. O emaranhado não é só de fios e de cabos na paisagem de Caxias e de tantas cidades brasileiras, mas de aspectos legais de profundidade. Esse é um problema com o qual o "privatizador" das telecomunicações não se preocupou. O negócio era privatizar. E pronto! Hoje, parece, a solução definitiva das maçarocas nos postes depende de norma nacional, que, por sua vez, bate em aspectos contratuais privados e de relações de consumo da população.
Igualmente, a questão dos lotes irregulares poderia cair no nhenhenhém da política e seus ranços ideológicos. Todavia, um sinal marcante para 31 famílias ocorreu recentemente, com a entrega de certidões de propriedade para moradores do núcleo habitacional Marumbi. A coisa é tênue diante do problemão, mas sinaliza o bom andar do programa "Esse terreno é meu", em seu primeiro ano, que já abraçou 1,8 mil famílias. Tudo isso é bastante para os abraçados, mas é só um sinal na solução do problema. Estimativa oficial aponta que Caxias do Sul tem 80 mil famílias em 600 áreas irregulares.
Apesar de tudo, ainda que sejam somente ventos contra as "marotas maçarocas" e contra a irregularidade fundiária, os sinais dão exemplo de que é preciso romper as lengalengas e os nhenhenhéns característicos da política.
Caxias do Sul está a indicar caminhos. Caminhos acanhados, mas caminhos!
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