Câmara de Vereadores de Caxias tem surto de coronavírus

Gustavo Tamagno Martins/BD/Divulgação

A Câmara Municipal de Caxias do Sul informou nesta quarta-feira (24), que seis profissionais que atuam na Casa testaram positivo para a covid-19. Um deles é o vereador Rafael Bueno (PDT). Com isso, o Legislativo registra um surto da doença, segundo nota informativa da Secretaria Estadual da Saúde. A nota da Câmara diz ainda que todos se encontram em quarentena, passam bem e que estão afastados desde que sentiram os primeiros sinais de que poderiam estar com a doença.

A secretária da Saúde, Daniele Meneguzzi, confirmou que há um surto da doença no Legislativo. Porém, ela diz que a instituição se enquadra como prestadora de serviço que atende ao público e, nesse caso, não é necessário realizar a notificação aos órgãos oficiais.

"Pelo quantitativo de casos a gente pode considerar um surto", afirmou Daniele.

Segundo a secretária, não há indicação para o fechamento da Câmara, mas o órgão deve manter e reforçar as medidas de controle e de contenção da doença como o uso de máscaras, a higiene das mãos e todos os cuidados.

O que diz a nota informativa

"Um surto de síndrome gripal ocorre quando há, pelo menos, 2 (dois) casos suspeito, sintomáticos, com vínculo temporal de até 7 dias entre as datas de início dos sintomas dos casos".

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Sessões híbridas

Mesmo diante do número de infectados e do surto na Câmara, além de a cidade estar classificada em bandeira preta até 1º de março, com base no decreto estadual que regulamenta o modelo de distanciamento controlado do Governo do Estado, a Mesa Diretora da Casa acolheu a decisão da maioria dos vereadores e decidiu por manter o sistema híbrido, ou seja, vereadores poderão participar da sessão de forma presencial ou on-line. O horário de início da sessão desta quinta-feira (25), segue inalterado: às 8h30min. A sessão de terça ocorreu no mesmo formato.

Na sessão desta terça-feira (23), a vereadora Tatiane Frizzo (PSDB), demonstrou preocupação com a realização das sessões no plenário durante o período de bandeira preta.

"Qual é o exemplo que a Câmara de Vereadores está dando? Sabendo que tem colegas com coronavírus na Casa, estamos todos aqui reunidos presencialmente num ambiente que não tem circulação de ar", ressaltou.

Na tarde desta quarta, a parlamentar disse que diante das cobranças realizadas, a Mesa Diretora flexibilizou a resolução para que todos os parlamentares pudessem participar das sessões de forma remota. Antes, apenas os parlamentares de grupos de risco poderiam acompanhar as plenárias de forma virtual.

Para Tatiane, a decisão de manter as sessões no plenário e de forma presencial está pautada no posicionamento ideológico da maioria dos parlamentares.

"Há uma falta de preocupação com a gravidade da doença por parte de alguns parlamentares. Amanhã (quinta-feira), vamos saber quem está preocupado e quem não está", apontou.

No ano passado, durante a bandeira laranja, o então presidente da Câmara, vereador Ricardo Daneluz (PDT), optou por realizar as sessões na sala das comissões. Segundo ele, o local conta com janelas e possibilita a circulação de ar.

A reportagem questionou a Câmara por que motivo decidiu permanecer com as sessões no plenário durante o período de bandeira preta. Por meio da assessoria de imprensa, a diretora-geral da Câmara, Fernanda Ramos Paglioli, disse que a decisão coube aos líderes de bancadas e o número de pessoas no plenário fica dentro no percentual de ocupação de 25%.

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