Questionamentos partiram do vereador Rafael Bueno e conta com assinaturas de mais oito parlamentares
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08.04.2023 - 13h42min
A Câmara de Caxias aprovou, por unanimidade, o pedido de informações referentes à Associação dos Amigos da Maesa (Amaesa) e à Feira Maesa Cultural. A votação do requerimento ocorreu na sessão ordinária da quinta-feira (6). As indagações partiram do vereador Rafael Bueno (PDT) e vêm subscritas por mais oito parlamentares: Adriano Bressan (PTB), Alexandre Bortoluz (PP), Elisandro Fiuza (Republicanos), Gladis Frizzo (MDB), Lucas Diel (PDT), Maurício Scalco (Novo), Ricardo Zanchin (Novo) e Velocino Uez (PTB).
Entre as perguntas citadas no documento: quantos sócios possui a Amaesa e se pagam alguma mensalidade; o valor cobrado para cada expositor e se é oferecido recibo do pagamento; quantos expositores são selecionados por feira e se existe lista de espera; e se a associação presta contas de cada evento para a sociedade caxiense, Prefeitura, expositores ou associados, e onde esse relatório pode ser encontrado. Também indaga sobre a composição da diretoria da Amaesa, e se existem patrocinadores e apoiadores da Feira Maesa Cultural e os valores envolvidos.
"O que está ocorrendo é uma falta de transparência das feiras promovidas em locais públicos. Começo questionando sobre a Feira da Maesa porque ajudei a criar ela em meu gabinete e nunca vi uma prestação de contas até agora", afirmou Bueno, mencionando que soube da cobrança de taxas para os expositores participarem.
Na opinião do pedetista, a Prefeitura precisa intervir e mediar os procedimentos para evitar que pessoas se utilizem dos espaços de propriedade do Município para atender a seus interesses. Bueno e os vereadores Lucas Diel (PDT), Olmir Cadore (PSDB) e Bressan disseram que são apoiadores de artesãos e expositores, mas entendem necessárias regulamentação e adequada prestação de contas das feiras.
Na mesma linha e reforçando a necessidade de mais transparência, se posicionaram os parlamentares Felipe Gremelmaier (MDB), Sandro Fantinel (sem partido), Fiuza, Scalco, Uez e Zanchin.
Os vereadores Edi Carlos Pereira de Souza (PSB) e Clóvis Xuxa (PTB) ressaltaram a relevância das feiras também para a integração e como um lazer para as pessoas.
Na visão da vereadora Estela Balardin (PT), há diferentes perfis de feiras e, em algumas, existe toda uma estrutura de divulgação e de shows que exige um valor para bancar esse custo. A parlamentar Rose Frigeri (PT) explicou que a bancada petista votou a favor do regime de urgência do requerimento porque entende que esse expediente não deve ser banalizado.
A respeito da Feira da Maesa, organizada pela Amaesa, Rose e Lucas Caregnato (PT) observaram que, por ser uma associação, não há obrigatoriedade regimental de repassar as informações solicitadas pelo Legislativo. Entretanto, Rose acredita que serão prestadas, pois, segundo ela, a Amaesa é uma entidade formada pela União das Associações de Bairros (UAB), Câmara e Prefeitura. Ela própria trouxe alguns dados divulgados pela Amaesa e noticiados, como o valor movimentado em oito edições da Feira Maesa Cultural, na ordem de R$ 1,2 milhão, sendo que cada feirante arrecadou, em média, R$ 400 por edição.
Contraponto
O presidente da Amaesa, Paulo Sausen, explica que a Feira Maesa Cultural surgiu na UAB, agregando a experiência das feiras regionais que a entidade estava fazendo em conjunto com os expositores da Feira do Parque e o Espaço do Artesão, responsáveis pela organização de feiras no Suns Club, antigo Big.
Ele afirma que as contradições de alguns vereadores – sem citar nomes – reforçam a convicção de que o modelo de gestão do complexo da Maesa, com a criação de uma fundação, é fundamental para sobrevivência da Feira Maesa Cultural.
"Não existe um dono da Feira Maesa Cultural. É uma construção coletiva que deu certo. Agregar o Executivo e Legislativo foi estratégico, pois entendiamos que esse deveria ser um movimento da cidade".
Sausen diz que a Amaesa trouxe a experiência do Brique da Redenção, de Porto Alegre, criando um regulamento de atuação, adaptando alguns itens a realidade da cidade.
"A divisão de gazebos criando o aspecto da solidariedade foi um item muito debatido, mas que hoje possibilitou dobrar a participação de expositores na feira. Também possibilitou manter os aspectos cultural e do artesanato forte, evitando, mesmo com algumas tentativas, de sermos uma feira comum ou um camelô", ressalta.
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