Ex-candidato a prefeito, Marcelo Slaviero, pedia investigação contra o vereador Wagner Petrini
andre.tajes@serraempauta.com
05.08.2021 - 15h03min
A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul rejeitou nesta quinta-feira (5), por maioria de votos (12 a nove), o pedido para a instauração de um processo disciplinar contra o vereador Wagner Petrini, o Muleke (PSB). O documento assinado pelo ex-candidato a prefeito, Marcelo Slaviero (Novo), pedia que a Comissão de Ética do Legislativo investigasse a participação do parlamentar em uma festa na madrugada do dia 10 de julho. Na ocasião, o vereador acabou detido pela Brigada Militar.
Petrini chegou a votar pelo arquivamento da denúncia, mas pediu para mudar o voto e se absteve da decisão. Com o resultado da votação, a denúncia foi arquivada.
O parecer do presidente da Comissão de Ética, vereador Maurício Marcon (Novo), concluiu que a abertura de processo atendia os requisitos necessários para a admissibilidade. Por se tratar de denúncia realizada por eleitor, o parecer foi votado em plenário.
A matéria rendeu um longo debate. Petrini ressaltou que está à disposição da Comissão de Ética para quaisquer esclarecimentos, mas que a denúncia realizada por Slaviero indica uma tentativa de promoção política. Disse que foi ouvido na Polícia Civil na condição de testemunha e não de acusado, e ressalta que não é proprietário da casa noturna, que não participou de festa clandestina e negou que tenho usado o cargo de vereador para obter alguma vantagem.
O vereador Juliano Valim (PSD), disse que caso a denúncia de Slaviero fosse arquivada iria encaminhar um pedido de abertura de investigação na Comissão de Ética contra Petrini.
Marcon solicitou uma questão de ordem para que a Mesa Diretora da Casa esclarecesse a informação de que o mesmo caso, se rejeitado, não poderia ser analisado pela Comissão de Ética.
O presidente da Câmara, vereador Velocino Uez (PTB), suspendeu a sessão por aproximadamente 30 minutos para discutir o assunto com a assessoria jurídica e legislativa. No retorno da plenária, Uez disse que o assunto somente poderia ser discutido se houvesse um fato novo.
O que disseram
"Pensei que a Comissão de Ética se debruçaria sobre o caso por iniciativa própria. Não concordo que o meu infortúnio sirva de palco para quem quer que seja. Em primeiro ele (Marcelo Slaviero) quer falar, antes de apurar o caso. Tudo aparenta que ele está preocupado com a luz da autopromoção, jogada política. Estou à disposição para aquilo que a Comissão de Ética julgar necessário." Wagner Petrini (PSB)
"A situação envolvendo o vereador Petrini deve ser conduzida sem possíveis segundas ou terceiras intenções. Se esse parecer for negado, eu vou encaminhar um pedido junta a Comissão de Ética para analisar os fatos envolvendo o nobre colega." Juliano Valim (PSD)
"Quando o parecer foi aprovado todos concordaram (integrantes da Comissão de Ética). Eu não sei o que acontecei de lá pra cá que parece que tem gente que não está concordando. Quem acha que Brasília é uma grande pizza quero dizer para a comunidade caxiense, talvez Brasília seja aqui dentro." Maurício Marcon (Novo)
"Ele (Marcelo Slaviero) diz que o vereador foi preso em flagrante. Isso é agir de má-fé. Ele não foi preso em flagrante. Ele foi conduzido para registro de ocorrência. Não sou advogado. Mas tem muita diferença, senhor advogado licenciado Slaviero ser preso em flagrante e conduzido." José Dambrós (PSB)
Como votaram
Sim (pela recebimento da denúncia) – Adriano Bressan (PTB), Alexandre Bortoluz (PP), Felipe Gremelmaier (MDB), Elisandro Fiuza (Republicanos), Gladis Frizzo (MDB), Marisol Santos (PSDB), Maurício Marcon (Novo), Maurício Scalco (Novo) e Olmir Cadore (PSDB).
Não (pelo arquivamento da denúncia) – Gilfredo De Camillis (PSB), Clóvis Xuxa (PTB), Denise Pessôa (PT), Estela Balardin (PT), José Dambrós (PSB), Juliano Valim (PSD), Lucas Caregnato (PT), Rafael Bueno (PDT), Renato Oliveira (PCdoB), Ricardo Daneluz (PDT), Sandro Fantinel (Patriota) e Tatiane Frizzo (PSDB).
Abstenção – Wagner Petrini (PSB).
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